Grupo dos Amigos de Olivença
Nota à Comunicação
Social
Parcerias com Espanha
A notícia do fim da parceria entre a EDP e a companhia eléctrica
espanhola Iberdrola, noticiada ontem, 19 de Janeiro, merece do Grupo dos
Amigos de Olivença – associação que vem sistematicamente
tomando posição face à perigosa política expansionista
de Madrid em Portugal – os seguintes apontamentos:
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Este facto vem dar razão a todas as
declarações públicas e acções particulares
que o Grupo dos Amigos de Olivença empreendeu, chamando a atenção
para os graves inconvenientes de uma parceria da empresa eléctrica
portuguesa com uma congénere espanhola, opção energicamente
defendida pelo então Secretário de Estado da Energia, José
Peneda;
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Este acontecimento tem já outros precedentes,
como foi o caso da ruptura da aliança do BCP com uma entidade bancária
espanhola na sequência da fusão do Banco Santander com o Banco
Central Hispano, após o que, como antecipadamente alertámos,
se verificou o violento ataque espanhol contra o Grupo Champalimaud;
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Estranha-se que apesar destas lições
actuais, no mesmo dia em que se decide a ruptura entre a EDP e a Iberdrola
se fale na «integração dos espanhóis da Cepsa
no capital da Galpenergia», o que é absolutamente coerente
com a teimosia governamental em manter a venda de boa parte do capital
da GALP à ENI, quando esta última empresa se encontra a aprofundar
uma aliança com uma empresa espanhola;
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Todos estes factos e muitíssimos outros
seriam suficientes para que os (ir)responsáveis que têm protagonizado
esta política iberizante de servilismo ao projecto imperialista
castelhano alterassem o rumo desastroso para onde parece quererem conduzir
Portugal. Mas o despudor com que ostensivamente afirmam a sua postura de
colaboracionismo com Madrid, talvez não deixe lugar a outra expectativa
que não seja a continuação do que parece ser o desejo
de alguns de transformarem o resto de Portugal numa grande Olivença;
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É imperioso que nas vésperas
de mais uma Cimeira Luso-Espanhola, a que muitos significativamente passaram
a chamar Cimeira Ibérica, se reflicta sobre estas realidades e se
repense toda a política externa portuguesa dos últimos tempos,
caractrizada pelo fundamentalismo suicida da opção continentalista
euro-iberizante, em detrimento da histórica opção
marítima e atlantista, graças à qual conservámos
por quase um milénio a nossa independência.
Lisboa-Leiria, 20 de Janeiro de 2001.
Por
Portugal e por uma Olivença Portuguesa
O
Presidente da Direcção
(Dr.
Mário Rui Simões Rodrigues)
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