Declaração Constitutiva
do Grupo dos Amigos de Olivença


        Firmemente convencidos de que a ocupação espanhola de Olivença constitui uma afronta intolerável à Honra e à Dignidade Nacional;

        Certos de que a manutenção desta ilegalidade fere, de um modo inaceitável, a integridade territorial do nosso País e não contribui para o estabelecimento das relações amistosas que devem existir entre Portugal e Espanha, baseadas no princípio da igualdade soberana dos dois Estados e no respeito pelas suas fronteiras;

        Conscientes dos perigos e ameaças que actualmente se colocam à Independência, à Integridade, à Unidade e à Soberania do Estado Português;

        Preocupados com a degradação crescente dos valores patrióticos e com o desrespeito progressivo pela nossa História e pelos nossos Antepassados;

        Imbuídos dos mais lídimos valores do Amor Pátrio, do respeito pela História Nacional e da profunda admiração pelas insignes figuras que fundaram, expandiram e defenderam Portugal de quem nos reclamamos sucessores e a quem devemos um tributo incomensurável;

        Resolvidos a manter viva a chama da aspiração nacional à restituição do Território de Olivença;

        Convencidos da justiça da reivindicação portuguesa à reincorporação de Olivença e seu termo no espaço da Soberania Nacional, alicerçada em inabaláveis razões históricas e fundamentada em princípios incontestáveis do Direito Internacional;

        Guiados por uma vontade intrépida de dedicar os nossos esforços mais eficazes e as nossas capacidades mais elevadas à consecução da legítima aspiração de ver Olivença reunida à nossa província alentejana;

        Conscientes das dificuldades do momento presente, mas animados de firme confiança num futuro revigorado do Homem Português, reafirmamos os propósitos de :

        a) Lutar, intransigentemente, pela defesa da Unidade Nacional, pela salvaguarda da Integridade Territorial de Portugal e pela afirmação da Soberania Portuguesa;
        b) Defender, por meios não violentos, a reintegração da Vila de Olivença e seu termo no Território Nacional, do qual foi apartada, à força, pela Espanha em 1801;
        c) Pressionar os órgãos de soberania do Estado Português a não alienarem esta parcela do Território Nacional, em obediência ao Artigo 5.º da Constituição da República Portuguesa;
        d) Conservar e alimentar o interesse Nacional sobre a História, a Cultura e o Bem-estar das populações de Olivença e seu termo;
        e) Colaborar com os órgãos de soberania portugueses na defesa dos direitos portugueses sobre Olivença, no sentido de se efectuar o cumprimento das decisões do Congresso de Viena de 1815;
        f) Promover, entre os portugueses, o culto do amor pela Pátria e o respeito e a admiração pelas grandes figuras da História de Portugal, muito especialmente relacionadas com Olivença e todo o Alentejo;
        g) Participar, activamente, na defesa do Património Cultural Português enquanto matriz da nossa identidade;

        Persuadidos de que a existência jurídica da nossa associação é uma condição imprescindível à expansão da sua actividade e à proficiência das suas iniciativas;

        Decidimos subscrever a presente Declaração Constitutiva, base do registo notarial dos Estatutos, a qual representa um compromisso solene no esforço ingente que urge empreender na defesa dos valores em que acreditamos e na concretização dos princípios que professamos; mantendo o mesmo espírito, os mesmos ideais e a mesma determinação daqueles heróicos portugueses que sempre ergueram mui alto e conservaram bem viva a reivindicação de uma Olivença Portuguesa, em especial os patriotas que em quinze de Agosto de mil novecentos e trinta e oito fundaram a Sociedade Pró-Olivença e em vinte e seis de Novembro de mil novecentos e quarenta e cinco assinaram a Acta Inaugural do Grupo dos Amigos de Olivença.

        Feito em Lisboa, aos dez dias do mês de Março de mil novecentos e noventa e sete.



Adriano Lopes dos Santos

Dr. Aníbal José Mendes Arrobas da Silva

António Arnel Afonso

António Manuel Bandeira de Oliveira

Eng. Artur Alves Ribeiro Júnior

Dr. Diamantino Santos Pereira Leitão

Eduardo José dos Santos Pereira

Major Ernesto Sérgio Jaime Leal

Dr. Fernando Pais Sousa Igreja

Dr. Herlânder Lopes Duarte

Dr. Humberto Nuno Lopes Mendes de Oliveira

Dr. Inácio José Bentes Falé Junior

Jacinto Virgílio Pedro Silva

Ten. Jaime Ramos de Oliveira

Dr. Joaquim Duarte Gonçalves Isabelinha

José António Pereira Travaços de M. Santos

Dr. José David Santos Araújo

Dr. José Germano de Oliveira

Dr. Marcos Pedro Soromenho da Silva Santos

D.º Mª. Antª. B. de N. Oliveira Martins de Mesquita

Dr.ª Maria João Rosado de Pereira Botelho

Dr.ª Maria Manuela Rodrigues Pires Campos Lopes

Dr. Mário Rui Simões Rodrigues

Dr. Martinho Rosado Figueiredo Pereira Botelho

Dr. Max Benjamin Korn

Dr. Miguel Beirão de Almeida Seixas

Octávio Rodrigues de Campos

Eng. Ramiro Duarte Sequeira Ramos

Sertório Hingá Ferreira

Victor Luís da Silva Eleutério