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Grupo
dos
Amigos de Olivença |
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O Grupo dos Amigos de Olivença foi
fundado em Lisboa no dia 15 de Agosto de 1938, ainda sob a designação
de Sociedade Pró-Olivença. Tinha
a sua sede provisória na Rua Víctor Cordon, nº 31, 2º.
A iniciativa partira
de três patriotas inconformados, alentejanos de origem e que à
causa de Olivença dedicariam parte da sua vida: Amadeu
Rodrigues Pires, Francisco de Sousa Lamy,
ambos comerciantes, e Ventura Ledesma Abrantes,
livreiro oliventino que, pela sua posição pró-portuguesa
foi forçado a radicar-se em Lisboa.
A forma ainda embrionária
da Sociedade Pró-Olivença daria lugar à designação
definitiva de Grupo dos Amigos de Olivença
em 26 de Novembro de 1945, como se encontra documentado na acta inaugural.
Entre os seus 40 sócios-fundadores figuram nomes como os do General
Humberto Delgado, Dr. Queirós Veloso,
General
Ferreira Martins, João Afonso Corte-Real,
General
Raul Esteves,
Luís Lupi, Dr.
Paulo Caratão Soromenho ou o Dr. José
Pontes.
A primeira direcção seria presidida pelo Dr. José Maria Cardoso, um dos membros fundadores. O Grupo fixa, a partir de então (1945), a sua sede na Casa do Alentejo. |
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O dinamismo e o ideal de Ventura Ledesma Abrantes atrairia ao Grupo personalidades
influentes da vida pública e intelectual portuguesa. Assim, nos
ficheiros do Grupo dos Amigos de Olivença registam-se a adesão
de nomes como o do Dr. Jaime Cortesão,
Padre
Raul Machado, Hermano Neves, Prof.
Doutor Hernâni Cidade (presidente em 1971-74), Gustavo
de Matos Sequeira,
Rocha Júnior,
Alberto
de Sousa, Sidónio Muralha, Tomás
Ribeiro Colaço,
Prof. Doutor Queirós
Veloso (presidente em 1947-52), Dr. Hipólito
Raposo, Dr Paulo Caratão Soromenho
(presidente em 1974-81), Dr. Cancela de Abreu,
Conde
de Almada,
Almirante Henrique Tenreiro,
Gen.
Humberto Delgado (presidente da Assembleia Geral em 1958), Duque
de Palmela (presidente em 1954-55), Dr. Veiga
de Macedo, Cupertino de Miranda, João
Pereira da Rosa,
Tomé Feteira,
Dr.
Moses Amzalak, o poeta Augusto Casimiro
e, mais recentemente, Dr. Torcato de Sousa Soares,
Prof.
Doutor Eduardo Lourenço,
Dr. Mascarenhas
Barreto, Dr. Barrilaro Ruas, entre
muitos outros.
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Em
1958, no Porto, e sob o impulso do Prof. Eleutério
Cerdeira e de Veríssimo Alves Moreira,
constitui-se o primeiro Núcleo dos Amigos
de Olivença.
O Grupo elabora
os seus estatutos somente em 1958, os quais nunca seriam aprovados pelo
Estado Novo. No artigo 2º é consagrado como seu objectivo principal
e fim último efectuar as diligências necessárias junto
das autoridades portuguesas com vista a restabelecer a soberania nacional
no Território de Olivença.
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Algumas iniciativas
de carácter simbólico são entretanto tomadas:
a participação nas cerimónias do 1º de Dezembro. |
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Com o tempo
e após a morte do Prof. Hernâni Cidade (1974) - que coincide
com o golpe de estado de 25 de Abril e, portanto, com uma nova orientação
da política nacional - o Grupo entra numa fase de penumbra.
A maioria dos seus membros são de provecta idade e não possuem já a força nem o vigor necessários para reactivar a causa. A juventude não adere e a direcção presidida pelo Dr. Paulo Caratão Soromenho encara seriamente a hipótese de extinção. |
![]() Almirante Pinheiro de Azevedo |
Inesperadamente, em 1981, o Almirante Pinheiro de
Azevedo encabeça uma lista candidata à direcção,
sendo eleito Presidente do Grupo. O seu espírito truculento provoca
alguma animosidade entre os sócios, alguns dos quais são
suspensos peremptoriamente. A sua primeira acção consiste
em mudar o nome da agremiação: doravante será designada
de Movimento Patriótico Pró-Olivença.
A sua estratégia de absorção de Olivença consistia numa "marcha verde" sobre a cidade com a qual conseguiu captar alguns entusiastas mais românticos e mover a curiosidade incrédula de alguns órgãos de comunicação social que lhe dispensam cobertura. Quando expira em 1983 a Questão de Olivença está desacreditada e é deliberadamente ridicularizada por um certo sector da imprensa.
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O labor incansável
de dois sócios - Luís Sousa Guedes
e Jaime Ramos de Oliveira - evita o desmantelamento
da organização.
Em 1994 um grupo
de jovens sem conotações partidárias decidiu levantar
de novo a polémica oliventina.
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Quase sessenta anos depois da sua fundação,
o Grupo dos Amigos de Olivença continua vivo e actuante,
com os mesmos propósitos e objectivos: