OLIVENÇA

De um escrínio famoso, azul e oiro,
Como troféu de guerra fementida,
Por sacrílegas mãos foi subtraída
Uma jóia preciosa, um grão tesoiro.

Vinda dos velhos tempos dum rei moiro,
Sua perda, foi, no mundo, tão sentida,
Que a restituição fora prometida
Num dia de bom juízo e bom agoiro.

A promessa, porém, não se cumpriu;
E então, místico, cheio de fé, surgiu
Um grupo de homens de vontade imensa,

Que nos trouxe a esperança, ao coração,
Do regresso da jóia à nossa mão.
O «Grupo dos Amigos de Olivença»!

Amadeu Falcão
Lisboa, 1956.

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