OLIVENÇA


Ainda na província alentejana,
Ergue-se a nobre vila de Olivença,
vibra em seu peito a alma lusitana,
com saudade forte, bem intensa.

De perto a vê o claro Guadiana,
que suspiroso corre sem detença,
murmura contra a gente castelhana
contra o ultraje feito à nossa crença.

Na torre de menagem, noite escura,
rondam guerreiros, sombras do passado,
cindindo adagas, o olhar turvado,

e um grito acorda os longes da planura,
um brado altisonante, colossal,
vem libertar-nos vem, oh Portugal!


J. da Silva Cravo
Lisboa, 1959.

Voltar