ISMAEL  AQUILES  SALINAS

 

 

Vou me referir a uma experiência comum, da qual todos somos protagonistas continuamente, mais que acredito possa gerar o interesse de algum irmão. A experiência é a seguinte: um grupo de pessoas foi convocada para realizar uma reunião, num lugar determinado. No dia, hora e local combinado, começam a chegar os convocados. Os cumprimentos orais, apertões de mãos e abraços (signos e palavras de praxe), se constituem em fios de substância psico-mental que começam a tecer a rede que ligará este pessoal.

 

Quando esta primeira etapa for terminada e todos os presentes fiquem acomodados e se dispunham a ouvir quem presidirá a reunião, a expectativa e o vazio mental induzido na atitude natural de ouvir, introduz uma mudança substancial no conjunto de pessoas, que transformará a reunião, num grupo que possui uma finalidade, a de ouvir e debater o que seja proposto.

 

Esta ação de transformação de reunião em grupo implica uma modificação mais profunda; cada uma das pessoas presentes é uma unidade de energia e todas reunidas formam um campo de energia. Este campo emite radiações de determinada intensidade de acordo com a freqüência vibratória e as intenções que comandam os pensamentos de cada unidade, e começam a transformar o ambiente ao redor e aos próprios integrantes do grupo, numa fechada interação de vibrante metabolismo.

 

 

Isto é o que não dá pra ver, por isso freqüentemente ignora-se, embora seja o único real. Acontece que a substancia

mental emitida por este grupo, convertido num dínamo por este campo de energia pensante, está gerando uma forma mental que responde à capacidade de imaginação de cada pessoa, de cada unidade de energia.

 

Da limpeza e clareza com que cada uma destas unidades pensantes modele a forma-pensamento que os inúmeros fatores participantes para a criação propiciem; disso dependerá sua pureza e sua beleza interior, e em conseqüência, sua expressão dinâmica.

 

Esta forma mental conseguida pelo grupo, concebida neste campo de energia que se converte em matriz, integrada pelas pessoas reunidas neste caso, é o resultado final da atividade deste campo de energia. Esta forma mental assim elaborada tem o destino que lhe foi dado ao nascer. Uma vez dissolvido o grupo e cada uma das unidades, as pessoas, terão se fragmentado segundo seus hábitos, tendências ou necessidades; a forma mental, devêm naturalmente para aquela região da mente coletiva que por afinidade atrai essa forma, carregada da energia que lhe foi repassada pelos pais ao gera-la.

 

Esta energia será implementada naquelas unidades mais receptivas da mente coletiva (semelhante atrai semelhante) e resultará numa germinação lenta, embora inevitável, de um conceito, uma idéia, um impulso germinal que por sua vez; adquirirá força forma, de onde nascerá um ideal, ou uma tendência que  transformar-se- a em movimento político, gremista, filosófico, científico, de acordo com os impulsos dominantes, conforme os genes da forma-semente.

 

Agora, seu nível dependerá da qualidade evolutiva de cada unidade integrante do campo de energia criadora, ou seja, de cada pessoa. É bom saber que, não todos somos unidades ótimas de todos os grupos que se formam e o que é definitivamente neural é que cada pessoa, sozinha  ou acompanhada está sempre criando e recriando o mundo, segundo seja a qualidade e fineza de sua estrutura humana, quer dizer, da sua altura espiritual segundo sua evolução.

 

Observe-se como esta experiência tão comum e ordinária, contém na realidade o segredo da magia; seja qual for o signo da mesma, ora de esquerda, ora de direita, já negra, já branca. O tarot que é um documento antigo começa com a carta nº 1 que é a figura do mago. Esta figura está representada ante uma mesa que supõe-se como o plano físico da natureza, onde encontram-se os símbolos das 4 castas em que se dividia a sociedade primitiva e que permanecem até hoje; esta figura aparece com uma mão  levantada e a outra para baixo, indicando a atração para o inferior e a tímida tendência de orientar-se para cima, para o campo do espírito.

 

A magia se realiza, seguindo as inclinações naturais do individuo; reúne-se com outros para falar das virtudes que tem elevado à humanidade, ou dedica-se a insultar e torturar seus irmãos, os seres que integram sua própria e sofredora humanidade. A diferença reside em que os que propiciam a força de vontade para abaixo, não percebem que estão obstruindo as forças da evolução que lutam por abrir-se caminho para cima, que é o curso natural da lei que impulsiona as transformações evolutivas. Nesta época em que não mais se constroem menhires, dólmenes, pirâmides e catedrais, que em seu momento histórico foram a serie documental do saber segredo dos antigos; os verdadeiros construtores masonicos são os que criam formas mentais conscientemente; para forjar as grandezas que vão decorar à nova era, em cujo portal estamos e do qual somos responsáveis.

 

Irmãos, embora pareça uma invenção ou uma fantasia, o homem novo, homem da era de aquário, é o homem que aprende a ser mago não aquele que desperdiça sua existência perseguindo as formas protéicas do poder. Ainda não se sabe com clareza, mais quando passamos ao oriente eterno, temos que saber viver magicamente para não morrer novamente e ter que voltar ao caixão de um corpo físico.

É uma experiência lastimável, andar pra frente com a cabeça voltada para trás.

 

 

 

 

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(Tradução livre do Espanhol) 

 

Krishna Salinas.

                                                                          Em Santa Maria, (RS) Brasil -