Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
HOME | ISAURA ROMANCES | POESIAS | DOWNLOADS | PREFÁCIOS | CARTAS
  LIVRO 'ROMANCISTA DA ABOLIÇÃO' | CAUSOS | BG DE CADA UM | BG DIVERSOS
  DESCENDENTES | GENEALOGIA |
CURIOSIDADES | CONTEMPORÂNEOS DE BG
  ICONOGRAFIA | BLOG | EXPEDIENTE |
DEU NA MÍDIA | E-MAIL | LINKS

   

 

Gente que o BG conheceu
Álvares de Azevedo

Do site da Academia Brasileira de Letras.


Álvares de Azevedo (Manuel Antônio A. de A.), poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo em 12 de setembro de 1831, e faleceu o Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Patrono da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Coelho Neto. Era filho do então estudante de Direito Inácio Manuel Álvares de Azevedo e de Maria Luísa Mota Azevedo, ambos de famílias ilustres. Segundo afirmação de seus biógrafos, teria nascido na sala da biblioteca da Faculdade de Direito de São Paulo; averiguou-se, porém, ter sido na casa do avô materno, Severo Mota. Em 1833, em companhia dos pais, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 40, ingressou no colégio Stoll, onde consta ter sido excelente aluno. Em 44, retornou a São Paulo em companhia de seu tio. Regressa, novamente ao Rio de Janeiro no ano seguinte, entrando para o internato do Colégio Pedro II.

Em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi estudante aplicadíssimo e de cuja intensa vida literária participou ativamente, fundando, inclusive, a Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano. Entre seus contemporâneos, encontravam-se José Bonifácio (o Moço), Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães estes dois últimos suas maiores amizades em São Paulo, com os quais constituiu uma república de estudantes na Chácara dos Ingleses. O meio literário paulistano, impregnado de afetação byroniana, teria favorecido em Álvares de Azevedo componentes de melancolia, sobretudo a previsão da morte, que parece tê-lo acompanhado como demônio familiar. Imitador da escola de Byron, Musset e Heine, tinha sempre à sua cabeceira os poemas desse trio de românticos por excelência, e ainda de Shakespeare, Dante e Goethe. Proferiu as orações fúnebres por ocasião dos enterros de dois companheiros de escola, cujas mortes teriam enchido de presságios o seu espírito. Era de pouca vitalidade e de compleição delicada; o desconforto das “repúblicas” e o esforço intelectual minaram-lhe a saúde. Nas férias de 1851-52 manifestou-se a tuberculose pulmonar, agravada por tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, um mês antes. A dolorosa operação a que se submeteu não fez efeito. Faleceu às 17 horas do dia 25 de abril de 1852, domingo da Ressurreição. Como quem anunciasse a própria morte, no mês anterior escrevera a última poesia sob o título “Se eu morresse amanhã”, que foi lida, no dia do seu enterro, por Joaquim Manuel de Macedo.

Entre 1848 e 1851, publicou alguns poemas, artigos e discursos. Depois da sua morte surgiram as Poesias (1853 e 1855), a cujas edições sucessivas se foram juntando outros escritos, alguns dos quais publicados antes em separado. As obras completas, como as conhecemos hoje, compreendem: Lira dos vinte anos; Poesias diversas, O poema do frade e O conde Lopo, poemas narrativos; Macário, “tentativa dramática”; A noite na taverna, contos fantásticos; a terceira parte do romance O livro de Fra Gondicário; os estudos críticos sobre Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla, além de artigos, discursos e 69 cartas.

Preparada para integrar As três liras, projeto de livro conjunto de Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, a Lira dos vinte anos é a única obra de Álvares de Azevedo cuja edição foi preparada pelo poeta. Vários poemas foram acrescentados depois da primeira edição (póstuma), à medida que iam sendo descobertos.


Dinheiro para o enterro de Álvares de Azevedo

Do site do BG.


Corria o ano de 1850.

Bernardo Guimarães e seus amigos das Arcadas de São Francisco precisavam de dinheiro para bebidas e mulheres, nessa ordem.

Diante do estudante e poeta Manuel Antônio Álvares de Azevedo, moço pálido e autor da Lembrança de Morrer, Bernardo teve uma idéia.

-- Maneco, tu vais morrer!, disse Bernardo ao poeta

Bernardo, Aureliano José Lessa (1828-1861), Antônio Canedo, José Bonifácio (o moço), Antônio Suplício Sales e outros rapazes colocaram Álvares de Azevedo deitado numa mesa, esticando-o em postura de defunto. Enquanto Maneco  protestava em vão, os rapazes amarraram-lhe os  sapatos, um ao outro, com fitinha branca. Cruzaram-lhe as mãos, travaram queixo à cabeça com  um lenço, e cobriram o corpo coberto com um lençol, sobre o qual foram colocadas flores murchas roubadas de um velório.

Aprontado o "defunto", Bernardo Guimarães e sua turma saíram pelas ruas para espalhar a notícia que deixou muitas pessoas abaladas.

-- Morreu Álvares de Azevedo!

Estudantes, professores e pessoas da sociedade compareceram à república de Álvares de Azevedo para prestar homenagem ao poeta de cuja saúde já se sabia que não era boa. A todos, o grupo de Bernardo pedia dinheiro para o enterro do poeta.

Com os bolsos cheios, os rapazes deixaram a casa do "defunto" e foram se banquetear na Rua das Casinhas e na Rua de Baixo, onde moravam doceiras e assadeiras.

Lá pelas tantas da madruga, aparece um furioso fantasma. Era Álvares de Azevedo.

-- "Eu faço o papel de morto para vocês se banquetearem. Vou também regalar-me!"

Como Álvares de Azevedo não poderia continuar como morto porque morto não pode ir à escola, a farsa foi logo descoberta.

As pessoas que deram dinheiro para o enterro e o jornalista, que publicou a morte de Azevedo, ficaram furiosos com a brincadeira de B.G. e sua turma.

Por precaução, Bernardo Guimarães ficou alguns dias sem sair de casa. 

Nota: Álvares de Azevedo morreu de verdade dois anos depois, de tuberculose, em 25 de abril de 1852, aos 21 anos incompletos.