Nota: Este texto foi carinhosamente traduzido para o espanhol e publicado na página de Tzeng em: http://personales.jet.es/leng/index.htm. Lá estão disponíveis as versões em Português e Espanhol. |
A correlação astrológica dos Aeons
Segundo é conhecimento de todo thelemita, Aleister Crowley, o maldito, em revelações que teve normalmente em rituais de magia sexual, entre essas, o infalível Livro da Lei, desde o equinócio vernal de 1904, estamos no Aeon de Hórus. Esse nova era em que Hórus, a criança coroada e conquistadora toma os rumos da humanidade. Essa identificação de Aeons com entidades tem um fundo proeminente gnóstico. Na Gnose, os Aeonas não seriam apenas eras, mas pessoas em si, dotadas de personalidade e vida. Além de poderem viver entre os homens, como no caso de Sofia.
No caso de Hórus, um neter egípcio essa relação não poderia ser mais interessante. A palavra neter para os egípcios não tinha o significado de deus, com por exemplo para os gregos. Neter seria um principio. Como no caso de Maat, que significa justiça. Hórus é portanto um símbolo de vingança de guerra. Algo como a Jihad islâmica, a guerra interior, a vitória sobre si mesmo. O triunfo da consciência guerreira, da vontade própria, inerente a todo guerreiro.
Existem aqueles que relacionem Hórus com o deus Rá, uma espécie sucessor desse, ou manifestação na Terra. Todavia, Hórus é um falcão não só solar, como marcial. É um principio da guerra e da luta e a sua correlação com os deuses gregos e romanos não seria mais aproximada, em casos de comparação do que com Marte. Marte pode ser relacionado com o Sol astrológico, pois é o planeta que mais tem energia Yang que este. Marte pode ser relacionado com Eu Sou, com ME, com o impulso inicial, com a guerra, com o fazer.
Mas essa relação é complicada no sentido de um Aeon de Hórus ser relacionado com a Era de Aquário. Existem aqueles que associem Hórus com Leão pelas suas qualidades solares inegáveis. Todavia, Hórus é Hórus e Rá não pode deixar de ser o Sol, isso é inegável na cultura egípcia. A associação de Hórus com Leão poderia explicar o Aeon de Hórus, pois seria uma era de Aquário Leão. Todavia, para a astrologia, Leão é apenas a sombra de uma era de Aquário, uma era que terá o poder como forma de ação contra o indivíduo. Isso deverá ficar patente em breve. Outra forma de percebermos como Leão está longe de Hórus, basta sabermos que Leão está associado a busca de poder, coisa que fica sempre patente nos mitos de Rá, na sua sempre busca em brilhar e ser rei, sem nunca ter sido coroado. Hórus, todavia, acaba sendo proclamado como rei do Egito pelos deuses, em detrimento de Seth que usurpara o poder.
Todavia, sabemos que Hórus e Seth são faces do mesmo principio, ou neter. Ambos constituem um dualismo básico, se enfrentam e se combatem, sem nunca um poder se considerar vencedor da batalha. Isso pode ser aplicado em nossa analise dos Aeons.
O signo de Aquário é aquele que estará no ascendente, ou seja, onde está o ponto vernal nessa era. Aquário é regido atualmente por Urano e classicamente por Saturno. Todavia, estudos mais recentes de astrologia apontam Urano e Saturno como regentes de Aquário, Urano regente noturno de Aquário e Saturno como regente diurno. O inverso se dá com Capricórnio, onde Saturno é o regente noturno tendo Urano como regente diurno. Isso se dá diferentemente de outras regências nesse estilo. Normalmente temos algo como no caso de Escorpião, Plutão como regente diurno, com Marte sendo o regente noturno. Ou Sagitário com Júpiter como regente diurno se contrapondo com Netuno como regente noturno. Como podemos notar, apenas no caso de Aquário e Capricórnio, a regência é dada ao planeta noturno no signo.
O moderno esquema de regências, onde Urano rege Aquário, Netuno rege Peixes e Plutão rege Escorpião, é normalmente colocado de lado em modalidades de astrologia, como na astrologia horária, onde permanece o esquema clássico de regências. Esse novo esquema de regência noturna e diurna vem de encontro a harmonizar o sistema clássico com o atual, pois é inegável que Júpiter ainda seja regente de Peixes, pois esse signo ainda tem muito de suas características e personalidade.
Portanto, qual a relação que tem o Aeon de Hórus com Aquário ? É simples, Hórus se relaciona com Marte, e Marte ainda rege Escorpião juntamente com Plutão, pois Escorpião é o Meio Céu de Aquário. O signo que está no Meio Céu, corresponde a casa X do que está no ascendente. Ou seja, é a posição mais alta no céu naquele instante, correspondendo ao Sol no meio dia, o elemento mais alto e exaltado do signo, o local onde ele se manifesta ao mundo. Ou seja, o poder que Aquário tem sobre a sociedade, sobre o mundo, sobre a todos que estão perante ele e sua responsabilidade com o cosmos. Para Aquário, sua casa X é Escorpião, aquele que regerá sua a manifestação sobre a sociedade e sobre o mais alto da alma da humanidade nesse período. Evidentemente com um fundo todo aquariano como não poderia deixar de ser.
Isso eqüivale dizer que estamos sendo regidos por uma era de Escorpião. Evidentemente, como o signo de Escorpião é regido também por Plutão, estamos em uma era em que as sombras da humanidade estão todas prontas para vir a tona. Em um trânsito de Plutão, de forma semelhante a um trânsito de Saturno, costuma-se por a tona partes não reconhecidas pelo consciente, mascaradas naquilo que chamamos de sombra, escondidos em zonas conhecidas pelo ocidente como partes inferiores, ou infernais. Esse é o domínio das características do signo de Escorpião, aquele que se associa com Hécate e a magia. A conquista do poder muito provavelmente pela magia. Escorpião por estar no ápice de Aquário demonstra que através da magia e da busca da sombra, como em caminhos da Mão Esquerda é que chegaremos ao ápice dessa era. Isso está bem patente no que significa o Aeon de Hórus, um Aeon proclamado com magia e revelações gnósticas, ou seja, coisas típicas de manifestações do profundo, do insondável e do silencioso, elementos presentes na psicologia de Escorpião.
Plutão costuma colocar o lado sombrio da personalidade para fora, para os domínios do consciente que normalmente não estão preparados para tratá-los. Costuma colocar o homem de frente com aquilo que ele não está preparado a encontrar em si mesmo, com aquilo que ele nega mas está oculto dentro de si, batendo a porta, pedindo para sair. Esse componente psicológico está embutido também nas práticas thelemicas, associadas ao novo Aeon. O Aeon de Hórus pede uma revisão sobre tudo o que está escondido e reprimido na sociedade, tudo o que ela nega. Isso será enfaticamente afirmado, pelas próprias características de Aquário, pois esse signo tem Áries na sua casa III, o que torna a comunicação agressiva e impulsiva. É algo muito interessante a se notar o fato de um Aeon proeminente de Aquário seja um Aeon plutoniano por excelência. Isso está contido em muitas frases e ditos do Livro da Lei. Todavia, um estudo astrológico sério ainda não foi feito sobre o mesmo, deixando algumas lacunas sem explicação.
Segundo a teoria do Aeon, Hórus é um deus da guerra e da vingança, e ele lá está para limpar a humanidade dos resquícios crísticos que a atrapalham. Podemos analisar isso como sendo uma tomada de consciência da humanidade para com os efeitos das religiões de massa, que tiram a responsabilidade do homem perante seus atos. Isso é profundamente plutoniano, o homem colocando perante a si mesmo suas inconsequencias e medos, seus preconceitos que se alojaram em seu inconsciente, criando dogmas e credos para fantasiar sobre sua condição social. O Aeon de Hórus, tendo seu componente plutoniano tem por missão demonstrar ao homem que ele não pode se esconder para sempre, de seus preconceitos e de suas sombras. A forma de Plutão demonstrar isso geralmente é amplificando a hipocrisia até passar sua foice sobre o homem, deixando-o despreparado e perdido sobre o mundo que cai ao seu redor. As grandes guerras teriam sido reflexo de Hórus no comando de nosso mundo. E segundo previsões contidas no Livro da Lei, ainda teremos muitas. Isso nos lembra que Hórus não é Plutão, mas Marte e ele golpeia o mundo com sua espada e não com o veneno dos infernos. Devemos sempre nos lembrar que é Hórus que se assenta no comando do mundo e não o deus Hades. Todavia isso é complexo, por não falar confuso. Existem formas de se provar que estamos em um Aeon de um Hórus, em forma de um deus dos infernos. No mito de Hórus, seu pai Osiris governa o mundo dos mortos. Hórus é um neter que faz a justiça sobre Seth, a nome de Osiris. Um verdadeiro mensageiro e vingador do mundo dos mortos.
O processo de descoberta da humanidade não pode ser apenas pela vingança e guerra. Essa descida ao Inferno de Dante, pois é no inferno que conseguimos a força para chegar aos céus, provém também da tomada de consciência e conquista do conhecimento pelas sombras. Esse é o fundo daquilo que chamamos de Lúcifer. Ele ainda é o portador da Luz, mas é também o senhor dos mundos inferiores, infervs, infernos. Não podemos nos esquecer que foi com Mefisto que o doutor Fausto procurou a sabedoria. Essa sabedoria lhe entregou as asas e chave para a entrada no Céu. Portanto, para percebemos a nossa sombra, precisamos da verdade, do real conhecimento daquilo que somos.
Para melhor exemplificar isso, toda vez que procuramos prejudicar alguém, por magia ou não, nós o fazemos por simples e pura ignorância, geralmente em momentos de instabilidade emocional ou estado semelhante. Essa instabilidade nos coloca em contato com forças sombrias de nosso ser, as quais nem sempre estamos preparados para conviver. Para magistas que sabem trabalhar com a via da Mão Esquerda, conviver com a sombra é algo muito simples. Essas pessoas já a incorporaram e já a absorveram, transformando a sombra em sabedoria, ou estão nessa procura. Esse é o caso do simbolismo de mitos como os de Lilith, uma antiga deusa da morte, assim como Athena. Assim Lilith, o demônio noturno se torna Athena, a deusa da sabedoria.
Essa instabilidade criada no magista é algo como ser tentado pelo "Lado Negro da Força". O magista psicologicamente perturbado não tem controle de suas energias, e seus esforços no sentido de prejudicar alguém acabam se voltando contra sua fraca psique.
A feitiçaria é uma forma do magista trabalhar sua relação com Yesod, ou a Lua, que nem sempre é a feminilidade em si. Em certas culturas, a Lua é associada ao masculino e o Sol ao feminino. Isso é muito importante. A Lua é astrologicamente o ente que controla o lado emocional, que não é nada mais que uma manifestação do racional. Tratar com o emocional é algo complexo. Aquele que me ensina astrologia certa vez me disse que eu não deveria trabalhar com magia, antes que resolvesse meus conflitos, ódios e rancores. Isso é verdadeiro no sentido em que todos os nosso conflitos não resolvidos se voltam contra nós durante a prática mágica.
E é isso que está patente no futuro da humanidade, pela seqüência dos Aeons. Depois da Era com Escorpião no Meio Céu de Aquário, teremos a Era de Capricórnio com Libra no mesmo local. E aí entraria a deusa Maat, a justiça, sendo o ponto mais alto desse Aeon. Maat pode ser identificada com Libra mitologicamente, não só pelo grifo que serve de símbolo para esse signo zodiacal, ou seja uma balança, símbolo da justiça, uma de suas maiores características, como também mitologicamente, pois o mito que mais se aproxima de Libra é o de Têmis, a titânia senhora da justiça.
Maat é o neter que incorpora a justiça, o julgamento e a verdade. Primeiramente o homem vai ter de encontro com sua sombra, ela será inegável para ele. A sombra não é nada mais do que aquilo que negamos em nós mesmos, que devemos colocar para fora, que devemos compreender pois nos afastamos com medo. A sombra se torna tabu, se torna algo que fugimos, mas não podemos negar. E se não podemos negar, mas negamos, estamos mentido para nós mesmos. Podemos notar em práticas maatianas essa função, onde não existe hierarquia, nem posição. Maat requer simplicidade e compromisso do praticante consigo mesmo, fugindo de esquemas egóicos como ordens e organizações iniciáticas. E a função de Maat no Meio Dia do mundo seria essa, mostrar a verdade, colocar-nos perante a realidade. Nesse sentido, Maat é aquela que termina de golpear a espada de Hórus sobre a humanidade. E portanto é lógico que Maat e Hórus agem conjuntamente, cada um a seu modo.
Aqueles que entraram em contato com Maat, como por exemplo Frater Achad e Soror Nema, vieram a descobrir que esse Aeon já começou. Na verdade são Aeons Gêmeos. Durante o Aeon de Hórus, Maat corre por trás, tendo seu domínio já iniciado. E, seguindo a lógica, o Aeon de Maat terá Hórus correndo por trás. Ou melhor, os dois estão ativos, mas um domina. Isso é fácil de se explicar astrologicamente, pois sendo Marte ou Hórus, o regente de Escorpião, Vênus (quem sabe Maat) é o regente de Touro, o signo oposto. Inversamente, Vênus é regente de Libra, sendo que Marte é regente de Áries, seu signo oposto e complementar.
Da mesma forma, os dois irmãos andróginos dominam a nossa humanidade. Hórus, o andrógino voltado para o masculino e Maat, a andrógina voltada para o feminino. Notemos que as energias de Hórus é Pechad, ou Gevurah por associação com Marte e Maat assim seria de Netzach por associação com Vênus, ambos também opostos na Árvore da Vida. O esquema cabalístico desse presente Aeon coloca Hórus no lugar de Tiferet. No Aeon de Maat temos a mesma justaposição, com Maat em Tiferet. Isso é muito interessante do ponto de vista que Tiferet ocupa uma posição intermediária entre Pechad e Netzach. Podemos assumir que essa é uma harmonização dessa polaridade e não apenas alteração da concepção que temos do universo, em uma nova era que necessita de uma nova estrutura. Podemos até afirma que nos próximos 5 mil anos essa oposição deve interessantemente dominar a humanidade, o que trataremos mais tarde.
Continuando a associação de Hórus com Escorpião, isso fica patente quando aplicamos a gematria inglesa a palavra Scorpio em que resulta em 93. Escorpião é um signo cujo elemento é Água e a triplícidade é Fixa. Ou seja, Escorpião é o signo mais alto na cruz fixa e é complementar ao signo de Touro, Terra fixa. Interessantemente essa Aeon atual está fincado nos signos fixo. Ou seja, os elementos estão realçados ao máximo, em sua plenitude, segundo a astrologia.
Acredita-se que para um Aeon ter inicio, é necessário que se pronuncie a palavra do Aeon. Como diria Frater Achad, Crowley não pronunciou a palavra do Aeon, dando inicio ao mesmo. Achad teria ele mesmo pronunciado ALALA, dando inicio ao Aeon de Ma-Ion, que mais tarde o grupo de Soror Nema teria descoberto como sendo o Aeon de Maat. Segundo Achad, Crowley teria falhado em pronunciar a palavra do Aeon de Hórus não teria tido início.
Existem aqueles que acreditam que o Aeon de Hórus é silencioso, ou seja, não é necessário que seja pronunciada uma palavra para que comece. Para tentar explicar isso astrologicamente, nos lembremos que os signos de Escorpião e Touro constituem uma polaridade, ou seja, são complementares. Lembremo-nos das virtudes herméticas, cada uma associada a um elemento. A virtude hermética de Escorpião é Saber, por ser do elemento Água e ser Fixo. Dessa forma, a virtude complementar de Saber é Calar, que corresponde a virtude hermética de Terra. Para a manifestação de Escorpião é necessária a existência de Touro, assim como para a existência de Saber é necessário o Calar. Eis pois, a meu ver, um provável motivo para o Aeon de Hórus ser um Aeon silencioso. Outro motivo que poderíamos supor é pela própria característica psicológica do Escorpião, o segredo como forma de se alcançar a magia e o poder.
Continuando nesse raciocínio, a virtude hermética do elemento Ar é Ousar. Essa virtude é refletida no lema "Faze o que tu queres". Faze, do verbo Fazer, ou Ousar. A virtude hermética do elemento fogo é Querer, assim "Faze o que tu QUERES". Para os outros elementos temos Ser como Calar e Terra. E Lei para Saber e Água. Simplificando, temos a frase "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei" separada em quatro elementos:
Frase | Virtude | Elemento |
Faze | Ousar | Ar |
Queres | Querer | Fogo |
Ser | Calar | Terra |
Lei | Saber | Água |
É fácil associar Lei com Escorpião, uma vez que segundo a frase: "A palavra da Lei é Thelema", Lei e Thelema são a mesma coisa. A gematria de Thelema é 93, assim como a de Escorpião.
Conforme estudos, a palavra Hel é a chave para a palavra Thelema. Pois bem, a deusa Hel para os nórdicos era a deusa dos infernos. Hel pode ser encarada como a deusa equivalente ao grego Hades, ou romano Plutão. Plutão seria não só deus dos Infernos como o regente do signo de Escorpião.
Estendendo os conceitos astrologicos, os signos que estão no ascendente dos Aeons de Hórus e Maat são Aquário e Capricórnio, ou melhor, Aeons regidos por Saturno e Urano. Existem satanistas como Aquino que anunciam que estamos no Aeon de Seth. Vejamos, Seth vem do deus caldeu conhecido como Shaitan (segundo estudantes de Thelema, ou simplesmente espirito maligno), povo tão temido pelos judeus que seu principal deus acabou sendo conhecido como Satan. Mitologicamente é fácil associar Seth (filho de Siriús, ou Tiphon) a Shaitan, e Satan, e a Saturno. Portanto, segundo essa corrente, estaríamos nos véus de Satan por apenas e tão somente 5000 belos anos. Enquanto o bom Deus Jupiteriano, regente do Aeon de Osiris nos deixa.
Todavia ainda temos o problema de associar Urano à mitologia thelemica. Urano segundo a mitologia grega é o deus filho de Gaia a Terra, que corresponde ao Céu e simbolicamente ao espírito. Isso é muito interessante, pois podemos associá-lo a Nuit, a Nut dos egípcios, em cujo ventre estariam todas as estrelas. Pois vejamos, sabemos que a voz de Hadit no livro da Lei é a voz de Seth. E Seth sendo Saturno juntamente com Nuit sendo Urano, podemos dizer que os signos que ascendem aos céus nesses próximos 5000 anos serão compostos pela polaridade thelemica de Nuit/Hadit. Evidentemente, o signo oposto a Aquário é Leão, regido pelo Sol, ou Apollo, ou Rá. Sabemos que o simbolismo solar remete a número 6. Assim se colocarmos Alef (cuja gematria é 111) em Kether, e chegarmos a Tiferet nessa soma, teremos 666 o número associado normalmente com o Sol e todo o seu simbolismo profético (existem estudos do Padre Vieira onde ele prova que Mohamed é de gematria também de 666), cristico (outros estudos apontam o nome de Jesus Cristo também como 666), temos aí colocado a função da Besta, como representante e regente da sombra do Aeon de Aquário.
Continuando com o simbolismo astrológico, o signo oposto a Escorpião é Touro, como já foi exaustivamente dito. Touro é um signo regido por Vênus, mas é também um signo eminentemente lunar. A Lua se exalta em Touro e o grifo do signo tem dois símbolos lunares, uma lua crescente sobre uma lua cheia. O touro é iminentemente um animal lunar, como podemos perceber nas culturas hindu, como na egípcia, ambas influenciadas pelos povos arianos. Podemos colocar Touro como sendo também um signo de Nuit, ou até de Isis e Hator, o que seria bastante lógico. Todavia, Touro na Era de Aquário está como sendo a base e fundação da psique. Isso é bastante interessante. Se considerarmos os ditos do Livro da Lei, podemos perceber que o fundamento do eixo astrológico vertical tem um componente muito mais para o resgate e trabalho com a sombra do que para os elementos conscientes. Não podemos nos esquecer que falta um personagem do panteão thelemico em nossa análise. Touro sendo regido por Vênus e a Lua é iminentemente um signo feminino do ponto de vista dos prazeres. É um signo que cabe perfeitamente em Netzach e Yesod, onde podemos perceber os elementos de Laylah ou Lilith. Nesse ponto, é fácil perceber uma associação com Babalon em Touro, a satisfação dos sentidos, o sexo. Podemos colocar Babalon até no próprio eixo Touro/Escorpião. Vênus também é o planeta relacionado com todas as manifestações do amor, tanto do ponto de vista de relacionamento, sexual, sensual, platônico, social, universal, familiar e etc, componentes nítidos de Babalon e das práticas maatianas.
Podemos associar Babalon e seus componentes lunares no signo de Câncer, que será o signo oposto a Capricórnio no próximo Aeon, ou Era. Os signos de Leão e Câncer, pelo esquema regência diurna e noturna, são regidos pelo Sol e pela Lua. Se aplicarmos as sombras desses planetas, temos a Besta e a Mulher Escarlate, sendo o pano de fundo dessas Eras.
A atual era de Peixes, ou pela correspondência, Aeon de Osiris, tem Júpiter no Ascendente e o mesmo planeta no Meio Céu, no signo de Sagitário. Ou seja, uma era muito voltada para as correntes jupiterianas da religião como forma de impor as leis da humanidade.
Segundo Grant os quatro Aeons se relacionam com as quatro letras do Tetragrammaton. Se relacionarmos cada palavra com um elemento e um Aeon, temos:
Letra | Elemento | Signo | Frase | Aeon |
Yod | Terra | Capricórnio | Ser | Isis |
He | Fogo | Sagitário | Queres | Osiris |
Vav | Água | Escorpião | Lei | Hórus |
He | Ar | Libra | Faze | Maat |
Prosseguindo com a análise, vamos trabalhar com a frase "Amor é a Lei, Amor sob Vontade". As três palavras básicas do Livro da Lei, Amor, Lei e Vontade. Cada um se refere a um capítulo do Livro da Lei. Para Amor, temos Nuit, Lei para Hadit e Vontade para Hórus. Isso pode ser acentuado pelo fato de que a tradução de Lei em árabe é Hadit.
Sabemos que Hadit se relaciona com Seth, e Seth com Saturno. Existem astrólogos que acham que Saturno é a Lei. Se relacionarmos Nuit com o Amor, e dissermos que Amor e Lei são as mesma coisa, pois "Amor é a Lei". Evidentemente, não podemos esquecer que a gematria de Agapê e Thelema resultam em 93.
Essa frase do Livro da Lei pode apontar para as regências planetárias, pois Nuit ou Urano, e Lei ou Saturno são os regentes de Aquário e Capricórnio. No Aeon corrente, ou Era de Aquário, temos Escorpião no Meio do Céu, como já foi dito, e temos também Hórus ou Marte como regente desse signo. Dessa forma, se Hórus é Marte que é a Vontade, podemos afirmar que a Vontade está no Meio Céu da Era de Aquário, ou melhor, a Vontade está acima de todo o mapa do Aeon. Assim, a Vontade está acima de tudo, ou de Amor e Lei, representados por Urano e Saturno. Assim, Amor é a Lei, Amor SOB Vontade, ou Vontade SOBRE Amor, ou Vontade acima de Amor.
Outro fato interessante, é que podemos associar Amor, Lei e Vontade aos três pilares do Islam, que são Fé, Leis e Conduta. Fé ou Amor, Leis e Conduta ou Vontade.