Mosteirô...

                  a agonia da Agó!

 

 

Por: Eduardo Ribeiro Alves

 

Mosteirô, freguesia de Andrães, a légua e meia da cidade de Vila Real...gentes simples e trabalhadoras, que se dedicam ao longo dos anos à agricultura, nomeadamente ao granjeio  da vinha na região da Agó. É aqui que tem origem o “Vinho dos Fornos”, um tinto de características invejáveis, tão bem conhecido na região! Os tempos passaram e o progresso desenfreado do “bicho homem” faz com que hoje a Agó esteja seriamente ameaçada: é onde se prevê a construção do Aterro Sanitário Intermunicipal (ASI) dos sete municípios da  AMVDN (Associação de Municípios do Vale do Douro-Norte). O estudo de aptidão, que decidiu a implantação do ASI neste local, continua a levantar à população sérias dúvidas, por não serem tidos na devida conta diversos factores, de natureza agrícola, cinegética, ambiental e até mesmo humana; situado em plena Região Demarcada do Douro, no vale da Agó, existem mesmo várias minas e poços de água, a que também não se deu a devida atenção. É um autêntico paraíso natural, que se vai destruir, com centenas de  toneladas diárias de resíduos sólidos, oriundos dos sete municípios  do Vale do Douro Norte.

E para a aldeia de Mosteirô, várias são as questões, que  continuam sem resposta (algumas há muitos anos!):

1- Para quando está mesmo previsto o encerramento da anterior " Lixeira Municipal", baptizada agora de Aterro Municipal?  (Recorde-se  que a Acta  nº 28 de 8 de Agosto de 1995, da reunião camarária do Executivo Municipal de Vila Real apontava a selagem de todo o maciço da Lixeira até finais de 1996 e  a entrada em funcionamento do A.S.I. a partir de 1997...)

2- Qual o destino, que o Município pensa dar à actual Lixeira Municipal/Aterro Sanitário? Pista de karting,  de motocross ou circuito automóvel? Zona verde ou simples armazém de trastes? Ou será que se está antes a caminhar aos poucos para uma nova Lixeira Municipal, dado que em breve deixará de haver espaço para mais alvéolos (ditos pedagógicos!)?

3- Por onde vão circular os camiões para acederem ao novo ASI, directamente pelo futuro IP3, ou pela aldeia de Mosteirô?

4- Que contrapartidas específicas irão ser concedidas às populações atingidas pelo ASI, nomeadamente a Mosteirô? Prioridade ao menos nos contratos de emprego para os habitantes locais?

Vale a pena visitar a Agó e dar uma última espreitadela a este autêntico “reino maravilhoso”, cuja conspurcação, no dizer de Joaquim Pinto de Matos (um médico aqui nado), «deve ser objecto duma queixa comunitária!»  

Para a população, a construção do ASI no local é a injusta,  escandalosa e gritante agonia da Agó, sinónimo não só dum acto de destruição deste paraíso natural mas também de alienação e penhora territorial duma parcela do nosso concelho de Vila Real. Há por isso mesmo questões que não devem preocupar só as gentes de Mosteirô, mas todos os munícipes de Vila Real, independentemente do local que habitem, ou da política que perfilem:

·        Porque ser “caixote do lixo” dos outros seis municípios?!

·        Que contrapartidas receberemos?

·        Haverá preço que as justifique?!

 

 

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