GATO ESCALDADO...      

Por: Eduardo Ribeiro Alves

Na última sessão da Assembleia Municipal de Vila Real, ocorrida em 27 de Abril, questionou-se seriamente a Câmara Municipal sobre o ATERRO SANITÁRIO INTERMUNICIPAL, situado em Mosteirô, freguesia de Andrães, cuja entrada em funcionamento está a beneficiar uma população rondando os 113 mil habitantes que produzem cerca de 120 toneladas de lixo por dia.

Urge relembrar, que este projecto ambiental se desenrola em três fases: a primeira das quais consistiu na construção do aterro, seguindo-se uma segunda, que é a do encerramento de todas as lixeiras implantadas nos diversos concelhos da  Associação de Municípios do Vale do Douro Norte. E sobre esta 2ª fase, interpelámos a Câmara Municipal de Vila Real, sobre  o encerramento e a selagem da anterior “Lixeira Municipal da Portela”, que obras falta lá realizar ou concluir e que destino ou projecto tem este Executivo para a reabilitação ambiental e  requalificação daquela área?!

Quanto à terceira fase (já para 2001), está previsto entrarem em funcionamento estações de transferência, e de triagem, complementadas por um sistema de recolha selectiva constituído por Ecopontos e Ecocentros, acompanhados de campanhas de informação e educação ambiental, com as quais se pretende sensibilizar as pessoas para a redução das quantidades de lixo produzidas diariamente, bem como para a sua selecção. Questionámos também a Câmara Municipal sobre esta terceira fase, solicitando informação de como está a decorrer no terreno a sua implantação, não escondendo desde uma forte preocupação de que nada ou pouco se esteja a processar conforme o previsto...

Também e contrariamente àquilo que foi prometido e jurado a pés juntos, às populações vizinhas do aterro intermunicipal,  este está a causar um cheiro terrível e insuportável e a infestar de moscaria toda a vizinhança. Algumas pessoas sentem-se enganadas, apesar das contrapartidas financeiras e  em obras que lhes estarão ser dadas, com as quais concordamos plenamente, embora estejamos convictos que não há contrapartidas suficientes e possíveis, capazes de compensar as pessoas pela pureza ambiental que antes usufruíam, ainda que de futuro (infestadas de insectos e cheiros) se possam pavonear em ruas, estradas e caminhos alcatroados, pavimentados, polidos ou mesmo envernizados! No entanto, é urgente conhecer de forma transparente quais são ou vão ser ao longo dos anos, as citas contrapartidas  para as populações locais vizinhos deste aterro, já que em democracia as alternâncias quer pessoais quer político-partidárias,  não poderão no presente caso ser sinónimo de esquecimento inconsciente ou deliberado de compromissos assumidos! Daí termos solicitado uma informação escrita à Câmara Municipal, das citas contrapartidas. É que...com as novas Eleições Autárquicas que por aí vêm, que criarão com certeza no poder local novos cenários políticos e pessoais, não vá o diabo tecê-las e no que respeita às contrapartidas verbalmente acordadas, ficarem as populações a ver navios!

 A Câmara Municipal comprometeu-se nesta cita reunião da Assembleia Municipal, a dar resposta (e por escrito!) às nossas questões, o que deixa para já mais em sossego as populações vizinhas do aterro, é que... gato escaldado, de água fria tem medo!  

 

VOLTAR À PÁGINA ANTERIOR