RAÍZES dum aldeão
assumido!
Triste
de alguém que um dia perde, ignora ou tenta esconder dos outros as suas
raízes...As raízes têm que ser por todos assumidas por mais humildes que elas
sejam. Muitos, pela vida fora, esgotam-se em milhares de horas disfarçando a
família que têm, o nascimento que tiveram, o ambiente familiar em que foram
gerados ou criados...cedo a vida se "vinga" deles, ficando
despersonalizados, qual apátrida, ou bilhete-de-identidade-perdido arremessado
a um canto...
Pessoalmente quero confessar(vos) assumidamente que tenho
muitas saudades...das minhas raízes, da minha infância ainda que humilde, passada no
Largo da Igreja de Andrães (uma aldeia a 7Km de Vila Real), correndo pelos "Quelhos" todos até altas
horas da noite: rapazes e raparigas do meu tempo, num autêntico paraíso,
sonhando noite fora com mais uma corrida, um jogo...e era o fito, o bota-fora, o
pião, o piro-galo, a barra-forte, o eixo, a rocha, a pinha, uma infinidade de
jogos e brincadeiras dum nunca-mais-acabar! Não tínhamos electricidade
na aldeia, nem água canalizada e em vez das calçadas, do paralelo e do alcatrão tínhamos
lamas e estrumeiras que animais e pessoas curtiam pelo Inverno, não havia
carros, nem motas, poucas bicicletas, mas (imaginem e acreditem!) fomos tão felizes!...
Tenho a
minha origem nesta aldeia, que adoro, apesar de tão diferente e descaracterizada
hoje! Aqui nasci duma família humilde, mas da qual tive a sorte de viver mesmo no centro da
aldeia, bem junto à Igreja. Aqui fui crescendo, raras vezes vendo o meu pai (que
era Guarda
Republicano e prestar serviço em Tavira (Algarve!) e mais tarde Lisboa: um outro mundo,
só vencível e disfarçável de ano a ano!).
Tive sorte, muita sorte! Na Escola, na
família, na aldeia, na comunidade...eu fui bafejado pela sorte! E...o que desejo
com sinceridade a todas as crianças do Mundo...é que
sejam tão felizes e alegres como eu fui!...
SOBRE
ANDRÃES:
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