INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
AGUDA
A função pulmonar é de fornecer oxigenação
sangüínea adequada e de eliminar o dióxido de carbono,
mantendo as funções vitais e o balanço ácido-básico normal.
A insuficiência respiratória aguda está
presente quando ocorre agudamente uma queda da PO2 para níveis
< 60 mmHg e elevação da PCO2 para níveis > 45 mmHg.
CAUSAS NÃO-PULMONARES DE
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
Depressão do sistema nervoso central:
- por drogas ( opiáceos, barbitúricos,
diazepínicos, etc );
- acidentes vasculares cerebrais (
hemorragia e infarto );
- traumatismo cranioencefálico;
- tumores intracraneanos.
Doenças neuromusculares:
- distrofias musculares;
- esclerose múltiplas;
- uso de drogas ( aminoglicosídios, curare,
etc );
- poliomielite;
- síndrome de Guillain-Barré.
Anomalias da parede torácica:
- cifoscoliose;
- pectus excavatum acentuado;
- instabilidade torácica pós traumática.
Doenças cardiovasculares agudas:
- insuficiência ventricular esquerda;
- shunts intracardíacos direita-esquerda;
- embolia pulmonar.
Traumatismo:
- edema pulmonar não-cardiogênico;
- pulmão pós-traumático.
Septicemias.
DOENÇAS PRIMÁRIAS PULMONARES que podem
levar a insuficincia respiratória aguda.
- Enfisema pulmonar.
- Asma brônquica.
- Fibroses intersticiais difusas.
- Grandes pneumotórax.
- Derrames pleurais maciços.
- Pneumonias graves.
QUADRO CLÍNICO
As manifestações iniciais da insuficiência
respiratória aguda são aquelas ocasionadas pela hipoxemia e
pela hipercapnia.
- Hipoxemia: desorientação, agitação,
hipertensão, taquicardia e cianose.
- Hipercapnia: sonolência, confusão mental,
hipotensão e tremor de extremidades.
Estas anormalidades, se corrigidas, levam
a coma, colapso cardiovascular, acidose metabólica,
arritmias e morte.
EXAMES COMPLEMENTARES
- Os achados laboratoriais são os já
relatados, ou seja, queda da PO2 para níveis < 60
mmHg e aumento da PCO2 para níveis > 45 mmHg.
- Outras anormalidades encontradas são
aquelas produzidas pela doença que provocou a insuficiência
respiratórias aguda; p. Ex., na agudização de uma doença
pulmonar obstrutiva crônica, encontramos, além dos
achados radiológicos, um aumento da taxa de bicarbonato
sérico e do hematócrito.
TRATAMENTO
As prioridades do tratamento são para a doença
que ocasionou a insuficiência respiratória aguda.
Em todos os casos, os elementos principais da
terapêutica são: oxigenação adequada, vias aéreas patentes,
reposição hidroeletrolítica.
OXIGENAÇÃO ADEQUADA
- Suplementação de oxigênio através de
catéteres nasais, máscaras ou aparelhos de ventilação
por pressão positiva, a fim de se manter a PO2 > 55
mmHg.
- Em pacientes que possuam inundação
alveolar, nos quais não se obtém PO2 adequada, pode-se
utilizar ventilação com pressão positiva expiratória
final ( PEEP ) para manter os alvéolos abertos durante a
expiração, reduzindo o shunt direita-esquerda
intrapulmonar.
VIA AÉREA PATENTE
Intubação endotraqueal
- Pode ser necessária para a facilitação
da aspiração de secreções e permitir ventilação e
oxigenação adequadas.
- A colocação do tubo endotraqueal deve
ser verifica auscultando-se ambos os pulmões
imediatamente após a instalação do tubo.
- O tubo pode ser deixado cerca de 7 dias,
tomando-se o cuidado de desinsuflar o balonete
rotineiramente.
REPOSIÇÃO HIDRELETROLÍTICA
- Feita quando a insuficiência respiratória
aguda não é causada por excesso de líquido nos pulmões.
- É de importante papel nos indivíduos com
depleção de volume que necessitem de reposição.
- Em pacientes com obstrução brônquica e
retenção de secreção espessa.
ELIMINAÇÃO DO BRONCOSPASMO
- Aminofilina intravenosa dose de
ataque: 5,6 mg/kg lentamente, seguida de dose de manutenção
( 0,9 mg/kg/h ).
- Broncodilatadores aerossolizados
Salbutamol fenoterol terbutalina.
- Corticosteróides de uso
controverso reservados para os pacientes com
eosinofilia e história de broncospasmo intermitente
prednisona 1 mg/kg/dia VO ou
metilprednisona 20 a 10 mg EV a cada 6 ou 8 horas.
MOBILIZAÇÃO DE SECREÇÕES
Feita após a obtenção de via aérea prévia,
utilizando-se nebulizações, cinesioterapia, estímulo da tosse
e agentes mucolíticos.
TRATAMENTO DA DOENÇA SUBJACENTE
Pretende corrigir as causas da insuficiência
respiratória aguda.
- Antibioticoterapia: utilizada em casos de
pneumonia, de agudização da bronquite crônica e na
septicemia.
- Estabilização da parede torácica após
traumatismo.
- Eliminação do depressor respiratório
causador de insuficiência respiratória aguda na
intoxicação exógena.
- Utilização de diuréticos , por vezes
associados a agente osmótico, como a albumina, nos casos
de excesso de líquidos nos pulmões.
- Drenagem do tórax nos casos de derrames
pleurais extensos e de pneumotórax.
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