INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
São as mais freqüentes em pediatria,
constituindo uma causa habitual de absenteísmo escolar e prescrição
de antibióticos.
- Faringoamigdalite É
a inflamação da faringe e dos tecidos linfáticos
adjacentes. Em 50% dos casos, a causa é virótica ou
bacteriana, tendo influência a idade e fatores anatômicos,
microbiológicos e imunológicos. Podem ocorrer irritação
faríngea, dor ao deglutir, febre, adenopatias cervicais,
rouquidão, tosse e laringite. O diagnóstico baseia-se
na suspeita clínica, nos dados de laboratório e na
cultura de esfregaços faríngeos. O tratamento deve ser
sintomático nos casos viróticos ( analgésicos, antipiréticos,
antitussígenos ) e com antibióticos nas infecções
bacterianas.
- Otite Na infância,
sua patogenia é determinada pela ventilação
insuficiente do ouvido, existindo dois tipos principais:
Otite externa, com dor, edema e ardor, que se cura com
tratamento local; e Otite média, com dor, febre e secreção
que pode perfurar o tímpano, observada com freqüência
nos quadros catarrais, por acúmulo de muco no ouvido médio,
devendo ser tratadas por via sistêmica.
- Laringite É a causa
mais freqüente de obstrução das vias respiratórias
desde Os 6 meses aos 6 anos, com incidência máxima aos
18 meses. Pode ser ocasionada por vírus e as suas
manifestações clínicas consistem em: tosse, rouquidão,
som estridente e febrícula, com comprometimento respiratório
variável que, em alguns casos, pode levar à internação
da criança e, inclusive intubação. A agitação e o
choro agravam o quadro. O tratamento inclui atmosfera úmida
e administração freqüente de líquidos.
- Epiglotite É uma
infecção sistêmica, grave, que constitui uma urgência
médica e requer tratamento precoce. De começo brusco,
manifesta-se por dor ao deglutir, cianose, febre elevada
e comprometimento do estado geral. O tratamento é
hospitalar, assegurando vias respiratórias permeáveis (
intubação e traqueostomia ) , e administração de
antibióticos.
- Bronquiolite Doença
virótica das vias respiratórias inferiores, que afetas
os lactentes. Começa com rinite, febre, recusa alimentar,
espirros e comprometimento respiratório variável.
Transmite-se por contato direto ( lar, creches ). Por
vezes, requer tratamento hospitalar com isolamento,
devido à fácil propagação.
- Pneumonia Consiste na
inflamação dos alvéolos por uma infecção virótica (
mais freqüente em menores de 4 anos ) ou bacteriana (
pode ser mais grave ). Ambas podem coincidir com uma
infecção prévia das vias respiratórias superiores.
Apresenta-se com tosse, febre ou febrícula, sintomas
gerais e, inclusive, dor torácica. Para o tratamento,
deve-se levar em conta a idade e o estado imunológico da
criança que, em alguns casos, precisam de internação.
- Gastrenterite Embora
em geral seja leve, em lactentes e crianças pequenas
pode ser grave, pelo perigo de causar desidratação e
desnutrição. Esta situação é mais freqüente em países
em vias de desenvolvimento, nos quais representa o fator
mais importante de mortalidade infantil. O quadro clínico
agudo pode ser de diarréia, vômitos, febre e
comprometimento do estado geral, de intensidade variável
conforme o germe e a criança. A gastrenterite pode ser
infecciosa ( virótica, bacteriana, parasitária ), fazer
parte de quadros sistêmicos ( infecções urinárias,
respiratórias, apendicites, peritonites ), ou dever-se a
transgressões dietéticas ou intolerâncias alimentares.
Tratamentos com antibióticos podem também produzi-la.
Se a criança está hidratada deve ser tratada de forma
ambulatorial, vigiando-se o número de evacuações e
propiciando hidratação oral.
- Meningite É, talvez,
a doença infecciosa de conseqüências potencialmente
mais graves, devido às seqüelas neurológicas que
produz e à sua elevada mortalidade. Consiste na inflamação
das meninges em resposta a uma infecção do sistema
nervoso central. Nos lactentes, os sintomas são muito
inespecíficos. Em crianças maiores, são dados
indicativos: febre alta que não responde a antipiréticos,
letargia ou irritabilidade, cefaléias, náuseas ou vômitos,
confusão mental, rigidez de nuca, manifestações cutâneas,
convulsões. O tratamento deve ser hospitalar e com
estreita vigilância. Em certas ocasiões, o quadro é
muito grave, de instalação súbita, com aparecimento de
lesões petequiais e sem tempo para a resposta meníngeas
: é conhecida como septicemia meningocócica e
apresenta hipotensão, coagulação intravascular, púrpura,
lesão renal e choque.
- Tuberculose Continua
sendo um importante problema de saúde em vários países.
A idade de maior risco de infecção é até os 3 anos e
na adolescência. A transmissão ocorre por inalação de
gotículas respiratórias produzidas por um adulto com
tuberculose pulmonar infecciosa. Este dado é muito
importante porque, sendo crianças " vítimas
inocentes ", é preciso procurar o foco infeccioso
entre seus familiares. No entanto, as crianças não são,
geralmente, contaminantes, visto que suas lesões estão
limitadas, sua produção de bacilos é mínima e não
apresentam expectoração. Depois da infecção ( viragem
tuberculínica ), o primeiro ano de vida é o de maior
risco para a criança vir a contrair a doença. Existem
formas clínicas distintas: intrapulmonares e
extrapulmonares ( meningite, osteoartrite, linfadenite )
. Atualmente, opta-se por uma forma de tratamento curta,
mas eficaz, cuja duração é de 6 meses.
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