Fases de um Rio


 Às diferentes fases de atividade de um rio dão-se as seguintes denominações: fase juvenil, à primeira, àquela que se caracteriza pelo excesso de energia, que transporta e erode em profundidade, típica das cabeceiras dos rios. Quando o gradiente for tal, que a energia seja suficiente apenas para o transporte, não erodindo mais o fundo, dá-se o nome de fase madura. Com a deposição dos detritos mais grosseiros o vale tende a alargar-se, como já vimos. Sendo muito pronunciado este alargamento, formando-se extensa planície onde meandra o rio, diz-se que este está em fase senil.

Deve ficar bem claro que estas fases não tem obrigatoriamente relação alguma com a idade real de um rio. Trata-se de fases que ocorrem quase sempre simultaneamente, também em relação obrigatória com a topografia, que também pode ser jovem, madura e senil. A principal razão desta falta de interdependência citada é a freqüente possibilidade de mudança na atividade erosiva de um rio, cujas razões podem ser climáticas ou tectônicas.

Aumentando a pluviosidade nas cabeceiras de um rio ou verificando-se um movimento crustal, seja de basculamento, seja epirogenético positivo ou seja de falhamento, que eleve as cabeceiras e provoque um aumento na velocidade do rio, este passará a erodir mais intensamente, dando-se assim o seu rejuvenescimento. As três fases de um rio dá-se o nome de ciclo de erosão.

Tendo um rio completado tal ciclo, isto é, quando a sua energia seja tal que permita apenas o simples escoamento das águas, cujo poder erosivo é diminuído ao máximo, diz-se que este rio alcançou o seu perfil de equilíbrio. A erosão progride muito lentamente apenas nas cabeceiras do rio, onde o gradiente é mais acentuado. Denomina-se nível de base o nível onde cessa o trabalho erosivo. É evidente que o nível de base de todos os rios que são drenados para o oceano é o próprio nível deste. Se um rio desemboca em um lago, o nível deste será o nível de base temporário do rio em questão, porque o destino do lago é ser entulhado pela sedimentação contínua, e mais tarde erodido pelo próprio rio que o drena rumo aos mares.