Copa do Mundo de 1958
Classificação |
1. BRASIL |
2. Suécia |
3. França |
4. Alemanha Oc. |
5. Páis de Gales |
6. URSS |
7. Irlanda do Norte |
8. Iugoslávia |
9. Paraguai |
10. Tchecoslováquia |
11. Hungria |
12. Inglaterra |
13. Argentina |
14. Escócia |
15. Áustria |
16. México |
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O Brasil aprende a vencer
Oito anos depois do fracasso no Maracanã, seleção goleia suecos e conquista a taça
Na primeira Copa disputada sem seu idealizador, Jules Rimet, morto em 1956, o Brasil conquistou o título e mostrou o gênio de Pelé.
Com recorde de países inscritos, 53, as eliminatórias foram muito disputadas. Pela primeira vez, seleções de tradição tiveram dificuldades para obter a classificação.
O Brasil empatou com o Peru em Lima e ganhou a vaga com um magro 1 a 0 no Maracanã. A Itália, bicampeã em 34 e 38, perdeu a vaga para a Irlanda do Norte.
A grande decepção da Copa foi a Hungria. Com a geração de 54 desmantelada apoós a Revolução de 56, sem Puskas, Kocsis e outros, foi eliminada por Suécia e Gales.
Depois de um empate com a Inglaterra, o primeiro 0 a 0 da história das Copas, o Brasil deslanchou. A entrada de Pelé, Garrincha, Zito e Vavá, que não começaram a Copa como titulares, mudou o time.
Nas quartas-de-final, o jogo contra País de Gales foi dramático: 1 a 0, gol de Pelé. A seguir, um passeio em cima da França, 5 a 2. Na outra semifinal, a Suécia venceu por 3 a 1 uma Alemanha Ocidental de veteranos.
Na final contra os donos da casa, o Brasil fez sua melhor partida. Novo placar de 5 a 2, com o público sueco aplaudindo os brasileiros com ardor. Com 17 anos e seis gols marcados, Pelé chorou.
Números da Copa |
Jogos: 35 |
Gols: 126 |
Média de Gols: 3,5 |
Participantes: 16 |
Média de Público: 24.800 |
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A final
BRASIL - 5
Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagalo. Técnico: Vicente Feola.
SUÉCIA - 2
Svensson; Bergmark e Axbom; Borjesson, Gustavsson e Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund. Técnico: George Raynor.
Local: Estádio Rasunda (Estocolmo)
Juiz: Maurice Guigue (França)
Gols: Liedholm 3min, Vavá 9min, 32min do primeiro tempo; Pelé 10min e 45min, Zagalo 23min, Simonsson 35min do segundo tempo.
Brasil (Campeão) |
Titulares |
Posição |
J |
G |
Gilmar |
Goleiro |
6 |
- |
De Sordi |
Zagueiro |
5 |
- |
Bellini |
Zagueiro |
6 |
- |
Nilton Santos |
Zagueiro |
6 |
1 |
Orlando |
Zagueiro |
6 |
- |
Zito |
Meio-Campo |
4 |
- |
Garrincha |
Atacante |
4 |
- |
Didi |
Meio-Campo |
6 |
1 |
Vavá |
Atacante |
5 |
5 |
Pelé |
Atacante |
4 |
6 |
Zagalo |
Atacante |
6 |
1 |
Reservas |
Castilho |
Goleiro |
- |
- |
Djalma Santos |
Zagueiro |
1 |
- |
Mauro |
Zagueiro |
- |
- |
Oreco |
Zagueiro |
- |
- |
Zózimo |
Zagueiro |
- |
- |
Dino Sani |
Meio-Campo |
2 |
- |
Dida |
Atacante |
1 |
- |
Joel |
Atacante |
2 |
- |
Mazola |
Atacante |
2 |
2 |
Moacir |
Atacante |
- |
- |
Pepe |
Atacante |
- |
- |
Técnico: Vicente Feola |
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Brasil: Feola muda time para ganhar
A campanha do Campeão |
Eliminatórias |
13/04/57 Brasil 1 x 1 Peru |
21/04/57 Brasil 1 x 0 Peru |
Oitavas-de-Final |
08/06 Brasil 3 x 0 Áustria |
11/06 Brasil 0 x 0 Inglaterra |
15/06 Brasil 2 x 0 URSS |
Quartas-de-finais |
19/06 Brasil 1 x 0 País de Gales |
Semifinais |
24/06 Brasil 5 x 2 França |
Final |
29/06 Brasil 5 x 2 Suécia |
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Três alterações mudaram o rumo da Copa de 58. O técnico Vicente Feola trocou Dino Sani, Joel e Dida por Zito, Garrincha e Pelé, para a terceira partida, contra a URSS.
Um grupo de jogadores, liderados por Nílton Santos, teria persuadido, o técnico a fazer as substituições.
Na verdade, Pelé e Garrincha eram titulares antes da Copa do Mundo.
Pelé sofreu uma distensão nos ligamentos do joelho direito, pouco antes da Copa.
O fato é que os três substitutos mudaram completamente a face da equipe, que vinha de um tenso empate sem gols contra a Inglaterra.
No primeiro minuto, Garrincha pegou a bola, driblou dois adversários e chutou na trave.
Vavá marcou os dois gols da vitória brasileira por 2 a 0, graças às jogadas de Garrincha pela ponta direita.
"Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual", admirou-se o técnico soviético, Gavril Katchalin.
Nos três jogos seguintes, Pelé marcaria seis gols e troubaria do Garrincha o título de melhor da Copa.
"Pelé nem era conhecido no Rio"
Os números do Brasil
Jogos: 6 |
Gols Pró: 16 |
Gols Contra: 4 | |
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"Nunca houve imposição para escalar Zito, Garrincha e Pelé. Se aconteceu, juro que não estava nessa seleção. O Pelé nem era conhecido no Rio. Acho que isso é para desmoralizar a comissão técnica.
Havia uma série de fantasmas sobre a URSS. Eles lançaram aquele danado do Sputnik. Isso afeta.
Estávamos a 800m da concentração russa, em um plano mais elevado. Víamos do alto eles treinarem de manhã e de tarde, o que não se fazia então. Isso criou o mito de que eram super-homens.
Quebramos o encanto deles. Zito foi importantíssimo, porque deu mais velocidade ao time.
Vavá, negando que jogadores tenham imposto a Feola as mudanças no time contra a URSS.
Curiosidade
O rei e eu
Quando os brasileiros começaram a comemorar o título, o médico da delegação, Mário Trigo, abraçou efusivamente o rei Gustavo, que tinha descido ao gramado para entregar a taça ao campeão. E o médico sabia muito bem quem estava abraçando, já que saudou o atônito monarca sueco com a frase "E aí, King, tudo bem?".
A Frase
"O time brasileiro era tão bom que eu tinha medo de começar a torcer por ele."
George Raynor, técnico da seleção sueca, adversária do Brasil na final.
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