Copa do Mundo de 1982
Classificação |
1º - Itália |
2º - Alemanha Oc. |
3º - Polônia |
4º - França |
5º - BRASIL |
6º - Inglaterra |
7º - URSS |
8º - Áustria |
9º - Irlanda |
10º - Bélgica |
11º - Argentina |
12º - Espanha |
13º - Argélia |
14º - Hungria |
15º - Escócia |
16º - Iugoslávia |
17º - Camarões |
18º - Tchecoslováquia |
19º - Honduras |
20º - Peru |
21º - Kuait |
22º - Chile |
23º - Nova Zelândia |
24º - El Salvador |
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Itália tira o tetra do Brasil
Gols de Paolo Rossi vencem o melhor time da Copa e empurram os italianos ao título
Os números da Copa |
Jogos - 52 |
Gols - 146 |
Média de gols - 2,8 |
Participantes - 24 |
Média de Público - 33.967 |
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Primeiro Mundial com 24 seleções, a Copa da Espanha começou com dois favoritos: Brasil e Inglaterra, os únicos que venceram os três jogos da fase inicial.
Enquanto o Brasil marcava dez gols em três partidas e mostrava um futebol ofensivo , a Inglaterra tinha uma defesa sólida, vencendo França (3 a 1), Tchecoslováquia (2 a 0) e Kuait (1 a 0).
Espanha e Itália foram mal e passaram à segunda fase apenas pelo saldo de gols. Nesta fase, França, Polônia e alemanha venceram suas chaves.
No outro grupo, a Itália se redimiu de péssima campanha na primeira fase e venceu argentinos e brasileiros. Paolo Rossi marcou três gols contra o Brasil e eliminou aquele que todos apontavam o melhor time da Copa.
Rossi, que vinha de uma suspensão por envolvimento com manipulação de resultados na loteria italiana, era visto com desconfiança pelos próprios companheiros.
Como resposta, marcou seis gols na Copa: três contra o Brasil, dois na França e mais um na final. Depois da Copa, Rossi não repetiu sua boa fase. Nem a seleção italiana. Era só um time esforçado, que teve seus quatro jogos impecáveis em 1982. O suficiente para ficar na história do futebol.
Brasil: Rossi acaba com o sonho
Nunca, desde 1966, a seleção brasileira se vira envolvida em clima de otimismo tão grande quanto em 82.
Comandado por Telê Santana, o Brasil se reconciliou com o futebol ofensivo e chegou à Espanha como favorito, ao lado da Alemanha Ocidental.
Apesar do 2 a 1 complicado contra a URSS – que saiu na frente com um gol de Bal, em falha de Valdir Peres–, as vitórias (4 a 1 sobre a Escócia, 4 a 0 sobre a Nova Zelândia, 3 a 1 sobre a Argentina) pareciam confirmar esse favoritismo.
Luisinho era "o melhor quarto–zagueiro do mundo"; Éder , "o canhão da Copa" ; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico se entendiam perfeitamente no meio–campo.
A partida contra a Itália – que fazia má campanha, apesar de uma boa vitória sobre a Argentina –, parecia uma formalidade. O empate bastava ao Brasil para ir à semifinal.
Mas, quando Paolo Rossi abriu o placar no estádio de Sarriá, no quinto minuto de jogo, a torcida percebeu que aquele jogo seria diferente.
Sócrates empatou aos 12min; Rossi fez 2 a 1 aos 25 min. Falcão empatou aos 23 min do segundo
tempo; Rossi fez 3 a 2 a 15 minutos do fim da partida.
O Brasil ainda tentou uma reação desesperada. Zoff defendeu em cima da linha uma cabeçada de
Oscar.
A Campanha do Campeão |
Primeira fase |
14/06 Itália 0 x 0 Polônia |
18/06 Itália 1 x 1 Peru |
23/06 Itália 1 x 1 Camarões |
Segunda fase |
29/06 Itália 2 x 1 Argentina |
05/07 Itália 3 x 2 Brasil |
Semifinal |
08/07 Itália 2 x 0 Polônia |
Final |
11/07 Itália 3 x 1 Alemanha Oc. |
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Os italianos ainda tiveram um gol, marcado por Antognoni, anulado. Mas o jogo estava decidido.
A "tragédia de Sarriá" foi a derrota mais sentida pelos torcedores desde o "Maracanazo" da Copa
de 50.
"Tínhamos que arriscar"
A Campanha do Brasil |
Eliminatórias |
08/02/81 Brasil 1 x 0 Venezuela |
22/02/81 Brasil 2 x 1 Bolívia |
22/03/81 Brasil 3 x 1 Bolívia |
29/03/81 Brasil 5 x 0 Venezuela |
Primeira Fase |
14/06 Brasil 2 x 1 URSS |
18/06 Brasil 4 x 1 Escócia |
23/06 Brasil 4 x 0 Nova Zelândia |
Segunda Fase |
02/07 Brasil 3 x 1 Argentina |
05/07 Brasil 2 x 3 Itália |
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"Aquele Brasil x Itália foi um jogo excepcional. Tínhamos que arriscar, porque só a vitória nos interessava.
Chegamos inclusive a fazer 4 a 2, mas o árbitro anulou erradamente o gol de Antognoni. Depois, no final da partida, fiz a defesa mais importante da minha carreira, numa cabeçada de Oscar.
Aquela partida nos deu a convicção de poder vencer o Mundial, porque o Brasil era uma grande equipe, técnica, forte em todos os setores.
Nós não jogávamos tão bonito quanto os brasileiros, mas éramos mais rápidos, eficazes e perigosos nos contra-ataques.
Na final contra a Alemanha, estávamos convencidos de que ganharíamos. Essa convicção se transformou em certeza quando fizemos o primeiro gol.
Mesmo o pênalti perdido por Cabrini no primeiro tempo pareceu mais uma coisa do destino do que uma ameaça à nossa vitória.
Dizem que os alemães estavam cansados pela semifinal contra a França, mas a Itália é que era muito perigosa.
Para nós, a partida mais difícil daquela Copa foi mesmo contra o Brasil."
Dino Zoff, goleiro da Itália
Curiosidades
Boataria
A seleção italiana iniciou a copa conturbada por uma verdadeira guerra entre os jogadores e a
imprensa de seu país. Além das críticas ferozes ao time, a coisa descambou para a agressão
pessoal quando os jornais italianos insinuaram que alguns jogadores eram homossexuais e
promoviam orgias na concentração. Os atletas iniciaram uma greve de entrevistas, só
interrompidas com a conquista do título.
Quase lá
A seleção de Camarões foi sensação na primeira fase da copa, antecipando o sucesso que viria
em 90. Com três empates (0 a 0 contra Peru e Polônia, 1 a 1 contra a Itália), Camarões perdeu a
vaga para a Itália apenas pelo número de gols marcados. Se tivesse feito mais um gol, Camarões
teria eliminado os italianos e a história da Copa da espanha seria bem diferente.
A Frase
"Com Paolo Rossi no ataque, nossas chances de vencer ficam reduzidas"
De Gabriele Oriali, meia da seleção italiana, dois meses antes da Copa
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