Musicalmente, Jimi Hendrix continuaria impossível. Ainda melhor. Sem as drogas, sua técnica iria ficando cada vez mais apurada, até que, no começo de 1972, faria Wah Out, um disco incrível gravado com Miles Davis. Você sabe, desde a década de 60 que Jimi e o público esperavam para ver essa parceria. A admiração entre os dois gênios era mútua. Num encontro histórico - real - em 1968, eles chegaram a projetar uma big band regida pelo maestro Gil Evans. Mas isso não aconteceria em Wah-Out. Só Hendrix e Davis participariam do disco. O álbum seria, claro, uma loucura. Jimi faria bases cheias de suingue, abusando do Wah-Wah, enquanto Miles fritaria o cérebro criando melodias quebradíssimas. A união dos dois daria origem a um novo estilo: Free Blues. Jimi lançaria um disco com esse nome uma ano depois.
Até 1996, quando Jimi finalmente morreria, de parada cardíaca aos 54 anos, teria chegado a lançar cerca de quinze discos. Num deles, Supernova Surfboard, ele misturaria jazz com surf rock, tendo a particpação de Dick Dale numa regravação de "Third Stone From The Sun", e recriando "Manic Depression" com a técnica staccato (aquela em que a guitarra simula o som das ondas). Outro trabalho marcante seria Pistol, gravado em Seattle numa Jam Session com Kurt Cobain, e lançado pouco antes do suicído do lider do Nirvana.
Entrando na trip do Gorgola, vamos além. A herança do guitarrista estaria agora com seu filho Atlantis, 25 anos. Guitarrista desde os 12, ele passa dias trancafiado no reformado Electric Lady Studio, ams se recusa a mostrar o trabalho em público. Dizem que o garoto é fera, mas ele só vai tomar coragem para enfrentar as comparações lá pelo ano de 2030.
Extraído da revista Showbizz Ano 13 No 07)