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TEXTO: Recado Pra Luiz (ou Oração Pra Luiz)
Luiz, onde tu estás? Tu que cantaste toda nossa história, pena por nós, Luiz, acorda Luiz.
Com certeza tu que estás junto ao Homem, pena por nós Luiz, pena por nós.
A nossa estrada, apesar do raiá do ano 2000, está cada vez mais comprida, a nossa légua está cada vez mais tirana, as serras estão cinzenta, foia já não mais existe.
O sol tostou as foia, rachou o violão de Reimundo, depenou minhas Asa, perdi a esperança de ver ANA.
Sim, Luiz, ia me esquecendo, o rei bebeu o riachão e DAS DORES, de tanto rezá, acabou as conta. Pena por nós Luiz. Onde estás Luiz?
Já não consigo trazer pra ela meu coração, está estropiado.
Tento Luiz, mas não consigo, minha Alpercata de tanto varar serra acabou, tenho sede Luiz.
Não é preciso mais cegá o Assum Preto, pois o mesmo canta chorando de fome, tudo em vorta é só tristeza. É luz demais. Pena por nós Luiz.
Assum Preto vevi preso, não tem força para avuá. Chora com teu povo Luiz. Afasta os carcará daqui, eles tão chegando, é sua temporada, faz os rios correr, faz zoá as cachoeira.
Tamos com sardade do cheiro, cheiro de mato verde, de brilho, brilho da Asa Branca e da frô nas mata. Onde tu estás Luiz? Pena por nós.
(Renato Ribeiro de Moraes Filho, 23/05/98)
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