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Claudio Manuel da Costa |
Cláudio Manuel da
Costa, nasceu na vila do Carmo, hoje cidade de Mariana, em 1729, oriundo
de uma honrada família de paulistas, que havia deixado os campos
de Piratininga para tentar a mineração nas distantes regiões
de Minas Gerais.
Cláudio Manuel da Costa foi ainda pequeno para o Rio de Janeiro
afim de estudar na escola Jesuíta; aprendeu Latim, Retórica,
Filosofia, rudimentos de Matemática e todos os mais preparatórios
que ensinavam os padre. Aos 17 anos, partiu para Portugal a fim de se formar-se
na Universidade de Coimbra. Cláudio Manuel adquiriu desde logo boa
reputação entre os seus colegas e era estimado por seus mestre.
Dava-se à inspiração poética e seus versos
eram admirados pelos condiscípulos e superiores.
Obtido o diploma de bacharel, formado em Leis, publicou em Coimbra, no
ano de 1751, uma relação de poesias de que apenas é
conhecido o “Epicédio consagrado à memória de Frei
Gaspar da Encarnação.”
Seguido logo depois para a Itália e percorreu-a quase toda estudando
a literatura italiana, da qual entusiasta. Entrou para a Academia dos Árcades
de Roma, travou relações com poetas e escritores da época
e aperfeiçoou-se, de tal no idioma italiano que escreveu cantatas
e sonetos que mereceram grandes elogios dos literato.
Voltando ao Brasil, dedicou-se á advocacia e foi nomeado secretário
do governador de Minas Gerais, pelo conde de Barbadela, 1762, desempenhando
as funções até 1765. Quatro anos mais tarde, era nomeado
juiz de demarcações de sesmarias de Vila Rica. Um ano antes,
havia publicado a melhor parte de sua produção poética,
nas “Obras (Coimbra, 1768). Nessa época, com o apoio do conde de
Valadares, criou uma academia literária, baseada na Arcádia
Romana, a que deu nome de Colônia Ultramarina.
Em 1773, adotou o nome árcade de Glauceste Satúrnio. Deixou
o cargo de juiz e concluiu o poema “Vila Rica” (só publicado em
O Patriota-Rio , 1813 e, numa segundo edição completa, em
Ouro Preto, em 1839).
Foi Cláudio o primeiro a escrever sobre a ciência de economia
política que representara à Europa o célebre escocês
Adam Smith. Comentou Cláudio o tratado da origem das Riquezas das
Nação, publicado em Edimburgo e escreveu além disso
outras tantas obras que mereceram elogios criticas de toda parte.
Formando-se a conspiração, mineira, da qual fazia parte pessoas
de destaque da sociedade, Cláudio Manuel da Costa foi convidado
e aderiu aos intelectuais e amigos, Tomas Antônio Gonzaga, Inácio
de Alencar Peixoto, José Alves Maciel e muitos outros.
Denunciada
a conspiração todos foram presos, mesmo menos Tiradentes
que foi enforcado por ordem de D. Maria I.. Achava-se Cláudio Manoel
da Costa muito doente, atacado de reumatismo, no momento em que os soldados
o arrancaram do leito e levantaram para a cadeia de Vila Rica.
Cláudio Manoel de Costa, com sessenta anos, lançado a uma
prisão imunda junto com assassinos, saltiadodores e renegados de
Deus e sentiu que não poderia suportar o peso das algemas. Diante
disso, ele, conhecedor da legislação de seu país,
não se conformou e mesmo na prisão suicidou-se, sendo seu
corpo encontrado pendente de uma trave da Casa dos Contos em Ouro Preto.
Cláudio Manuel da Costa escreveu numerosas obras e dentre elas estão:
“Munúsculo Métrico”, romance heróico; “Labirinto de
Amor”, poema; “Obras”, compreendendo romances, sonetos, epicédios,
epístolas etc; “Vila Rica”, poema oferecido ao conde Bobadela; “Memória
histórica Geográfica da Descoberta de Minas”; “Saudação
à Arcádia Ultramarina” etc.
Patrono
da cadeia Nº 2 da Academia Brasileira de Letras, criada por Alberto
de Oliveira, Cláudio Manuel da Costa é um dos poetas mais
ilustres que produziu o solo americano.