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Atletismo
O Comitê Olímpico Internacional - COI - considera o atletismo
o esporte mais importante dos Jogos. Tanto que só ele foi classificado
com o nível 1 e recebeu repasse maior das verbas conseguidas pelo
COI pela cessão dos direitos de transmissão dos Jogos pela
televisão.
Na verdade, a importância do atletismo advém de sua própria
origem, que é análoga à do próprio homem. Por
isso, é chamado de esporte natural, pois sua prática confunde-se
com os movimentos essenciais da espécie. Afinal, ser atleta significa
andar (marchar), correr, saltar, arremessar... No Brasil,
o atletismo fez um bom nome e lidera o ranking do Comitê Olímpico
Brasileiro - COB, com o maior número de
medalhas
conquistadas em Olimpíadas e Jogos Pan-americanos. Também
é o único esporte que já deu ao país um bicampeão
olímpico: o triplista Adhemar Ferreira da Silva, nos Jogos de Helsinque,
em 1952, e Melbourne, em 1956.
Apesar de sua inegável importância, o atletismo só
ganhou sua entidade dirigente especializada em 1977. Isto, em parte, porque
as Confederações Desportivas específicas não
eram uma tradição no Brasil. A maioria delas surgiu nos anos
60 e 70. Antes, o atletismo era dirigido por um Departamento da antiga
Confederação Brasileira de Desportos - CBD. Mas o Brasil,
é filiado à IAAF - Federação Internacional
de Atletismo desde 1914. A IAAF foi criada dois anos antes, durante os
Jogos Olímpicos de Estocolmo.
A primeira participação oficial do Brasil em Olimpíadas
foi nos Jogos de Paris, em 1924. Mas o primeiro bom resultado surgiria
oito anos depois, em Los Angeles, com o sexto lugar de Lúcio de
Castro no salto com vara. O Campeonato Sul-americano foi disputado pela
primeira vez em 1919, em Montevidéu, e as primeiras vitórias
brasileiras
foram as de Sylvio de Magalhãs Padilha (400m com barreiras) e Joaquim
Duque da Silva (lançamento do dardo), na sétima edição,
realizada em 1931, em Buenos Aires. A primeira vitória da equipe
nacional aconteceu em 1937, quando o Campeonato foi sediado em São
Paulo.
O Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais foi instituído
em 1929, e o Troféu Brasil, hoje nosso principal torneio, em 1946.
Os grandes nomes do esporte brasileiro desfilaram pelo Troféu Brasil,
caso de Lúcio de Castro, José Bento de Assis e Elizabeth
Clara Muller, na década de 40; Adhemar Ferreira da Silva e José
Telles da
Conceição
nos anos 50; Nélson Prudêncio e Aída dos Santos, nos
60; João Carlos de Oliveira e Conceição Geremias,
na década seguinte; Joaquim Cruz, Agberto Guimarães, Zequinha
Barbosa, Róbson Caetano, Soraya Telles e Magnólia Figueiredo
nos 80; e atualmente, André Domingos da Silva, Nélson Ferreira
Jr. e Luciana
Mendes,
entre tantos outros.
O primeiro presidente da CBAt foi Hélio Babo, e Evald Gomes da Silva,
o segundo. Desde janeiro de 1987, o presidente é Roberto Gesta de
Melo. Nestes últimos dez anos, foram instituídos o Grande
Prêmio Brasil, os Circuitos Nacionais de Corridas de Rua, de Cross
Country e de Marcha. Os Campeonatos de Juvenis e Menores são realizados
anualmente. Nesta década, o Brasil disputou, com todos os atletas
devidamente qualificados, as competições oficiais do COI,
da IAAF, da CONSUDATLE (Confederação Sul-americana), ODEPA
(Organização Desportiva Pan-americana), da CPA (Comissão
Pan-americana de Atletismo) e da AIA (Associação Ibero-americana
de Atletismo).
Atletas brasileiros ganharam medalhas em Olimpíadas, PAN, Mundiais.
A equipe nacional venceu todas as edições dos Sul-americanos
no período, e por duas vezes ficou com o título do Ibero-americano
(em Manaus, em 1990, e em Mar del Plata, em 1996.
Também se quebrou um tabu: em 1989 a IAAF realizou pela primeira
vez um Mundial na América do Sul: foi o Mundial Feminino de 15 km,
no Rio de Janeiro. A organização do evento, pela CBAt, foi
elogiada pelos delegados internacionais. Nestes dez anos, a CBAt ainda
realizou uma edição da Copa América, uma do Ibero-Americano
e três Sul-Americanos. Até 1994 a CBAt tinha a sede no Rio
de Janeiro. Hoje, sua sede está em Manaus, onde serão realizados,
neste ano (98), os Campeonatos Mundiais de Maratona em Revezamento e os
Campeonatos Sul-Americanos de Menores.