GEMINI 2000
Clone ou experiência genética?


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Muita gente sabe (mas também muita gente não sabe) que praticamente todas as máquinas da Taito lançadas no Brasil nas décadas de 70 e 80 são "clones" de máquinas estrangeiras. Você sabia disso? Apesar de todas utilizarem a parte eletrônica padrão (o famoso "rack" da Taito), o resto, quase sempre, era todo copiado de máquinas de outros fabricantes como Bally, Williams, Stern, Gottlieb, etc.
Algumas eram "meio-clone", como a Hawkman, que herdou o playfield da Fathom (Bally), mas teve a arte completamente refeita.
Outras eram clones "completos", como a Cosmic, que herdou tanto o playfield quanto a arte da Galaxy (Stern), mantendo o mesmo "feel" da máquina original, mas tendo uma CPU e sons diferentes. Alguns modelos nem sequer mudaram de nome, como é o caso da Space Shuttle.

A clonagem da Gemini 2000 foi um caso especial e raro. Na verdade um cruzamento de duas máquinas máquinas completamente adversas, de fabricantes diferentes, tipo de jogo diferente, assim como a temática da arte. O que parecia ser a criação de um monstro de Frankstein, acabou resultanto em uma máquina admirável, com um jogo simples mas muito gostoso.

Backglass da Flight 2000 Esta é a Flight 2000, de quem a Gemini herdou a arte, copiada na íntegra tanto no backglass como no playfield. Ainda levou de sobra a inspiração para o nome.
Esta máquina, fabricada pela Stern é uma "wide body", ou seja, é mais larga que o normal.
A imagem do backglass sofreu poucas alterações, apenas deslocaram a posição das figuras de modo a se adaptarem à posição padrão do rack da Taito, com o placar à esquerda (como todas as Taito). Veja a diferença clicando no link abaixo.

Comparando os backglasses da Gemini e Flight 2000
A Flight 2000 possui um playfield bem diferente do utilizado na Gemini. O layout do playfield da Flight 2000 acabaria sendo depois utilizado por outra fábrica brasileira, a LTD, que o adaptou à uma máquina chamada Columbia. (alguém teria fotos da Columbia pra me enviar?) Playfield da Flight 2000
Bally Centaur Já o playfield da Gemini, este foi herdado da Centaur, fabricada pela Bally, uma máquina de visual pesado, agressivo e chocante. Perfeita para um bar de motoqueiros metaleiros, mas não tão perfeita pra se ter na sala de estar, pelo menos não para o meu gosto. Backglass da Centaur
O layout do playfield é praticamente idêntico em todos os detalhes. As regras do jogo são basicamente as mesmas também.
Os efeitos sonoros da Gemini, por serem baseados na placa Sintevox da Taito (versão sem síntese de voz) acabaram ficando bem mais simples que das máquinas originais. Mas mesmo assim a programação foi caprichada e o som dá um ótimo clima ao jogo. Já joguei a máquina com o som desligado, perde toda a graça.

O resultado final foi uma agradável surpresa, tanto para o fabricante, pela sua ótima relação custo-benefício, como para os jogadores, pois é uma máquina com um ótimo jogo, de regras simples mas desafiadoras.
A Gemini 2000 foi inovadora aqui no Brasil. Foi a primeira máquina a ter lançador de bola eletrônico, que é comandado tanto pelo jogador como pela própria máquina. Ainda ofereçe multiball com até cinco bolas simultâneas no playfield e "porteiras" que permitem, com um pouco de habilidade, salvar as bolas que venham a cair pelas passagens laterais.

Em resumo, todos esses detalhes fizeram da Gemini 2000 uma máquina adorada por muitos, e sem dúvida a minha preferida.
Playfield da Centaur



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