"Recebi esta fotografia de Claudio Gindlesberger, a quem agradeço.
Cláudio, em seu email, diz:
"Prezado Paulo Afonso,
Visitei seu site por causa da reportagem do Globo Informática e gostei muito do
trabalho de coletânea das fotos antigas do Rio. Também gosto muito
deste assunto e penso que poderia somar uma foto à sua coleção.Trata-se
da foto do edifício Brasília, à Av. Rio Branco 311, no qual trabalho
atualmente como gerente do condomínio.
O original da foto anexa me foi dado por Márcio Manela, cuja família (Manela)
morou no edifício nas décadas de 60 e 70, no qual existia uma coluna
de apartamentos residenciais, além de uma parte de escritórios.
Retrata o Edifício Brasília terminado, mas com seu anexo ainda em
construção à altura do 5º pavimento (nota-se as madeiras de
escoramento logo do lado esquerdo do obelisco). Mais à esquerda o início
da subida do Edifício São Borja, à Av. Rio Branco 257.
A data escrita no verso da foto, à máquina, diz 1941. Não tenho como
dizer que é verdade. Talvez, por sua experiência em conhecer fotos do
Rio Antigo, você possa me dizer se esta data é ou não ser correta.
Acho interessante que em todas as fotos do Rio Antigo que já vi,
nenhuma retrata este lado da Av. Rio Branco, bem em frente ao Obelisco.
Gostaria de saber o que existia ali antes. Você saberia dizer?
Sinta-se à vontade para publicar esta foto em seu site."
"O Edifício Brasília foi construído por um grupo de empresas européias (Sulzer, Philips,
Cyanamid por exemplo), que tinham a intenção de construir um prédio
de alto gabarito. Foi projetado para ter um sistema de ar-condicionado central (em 1941), o qual realmente
funcionou por algum tempo, refrigerando todas as salas, corredores
e escadas. Como apresentava muitos problemas, acabou sendo desmontado
alguns anos mais tarde. Ainda hoje existem algumas portas de salas com
a janela de ventilação na parte de baixo, para permitir o fluxo do
ar condicionado.
O sistema de refrigeração utilizava água gelada, que percorria o edifício em uma tubulação
protegida por uma capa de fibra de vidro, indo do porão, de uma divisão
da cisterna específica para este fim, ao último andar, na sala das máquinas
de ar condicionado. Esta sala, de 100m2, hoje é uma sala do condomínio
alugada comercialmente.
As lojas que aparecem na foto são da Chrysler, de um lado, e da Helena Rubinstein de outro.
Nesta foto, dá para se ver um pouco as vitrines da loja, com uma
janela de mostruário para a calçada.
O Edifício Anexo Brasília, em construção à esquerda do obelisco, foi construído como um edifício
independente, com lugar para elevador, caixa dágua e tudo o mais. Porém,
foi anexado ao Edifício Brasília e hoje trata-se de um prédio só.
A caixa dágua de 40.000 litros do anexo nunca foi usada, e permanece
lá no terraço, vazia, sem tubulação de saída ou entrada de água.
Outra curiosidade que tenho a respeito deste edifício, a qual ainda não tenho resposta, é
sobre seu nome. Que eu saiba, a capital do Brasil só foi construída
depois de este prédio estar pronto, incorporado na época pela Brasília
Imobiliária. Inclusive, o desenho da planta baixa do edifício são a
cópia em escala das asas do Plano Piloto. Os lados voltados para a
Presidente Wilson e para a Rio Branco têm o mesmo tamanho e forma,
saindo de seu centro. Grande coincidência."
Comentário de Andre Decourt:
"Sensacional foto. Podemos ver a casinha do guarda em primeiro plano.
Na extrema
esquerda temos as árvores dos jardins do Monroe. No meio das brumas
aparecem alguns telhados da primeira geração dos prédios da Rio
Branco. Ao lado do "Brasília" podemos ver um dos pavilhões
da exposição de 1922. Não dá para ver direito e não vou especular,
notem também, à extrema direita, um pedaço do edifício Standard, um
marco da arquitetura decô na cidade, de onde o famoso oval da Esso
iluminou a cidade por vários anos e recentemente tombado. Os postes de
iluminação parecem ser os que estão hoje em volta do Ministério da Guerra
na Presidente Vargas."
O mesmo local, visto de uma das janelas do Edifício Brasília.
Foto obtida no fotolog de Andre Decourt:
www.fotolog.net/andredecourt"
