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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS |
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. Ensaios Não Destrutivos - END |
. Ensaio pelo método dos líquidos penetrantes - LP |
. Ensaio Radiográfico: RG |
. Ensaio ultrasônico: US |
. Ensaio pelo método das partículas magnéticas: PM |
INTRODUÇÃO |
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1. Breve apresentação dos principais métodos de END. Sua importância. |
Podemos classificar os END em 4 categorias principais: |
- Ensaios Não Destrutivos utilizando radiação penetrante: radiografia e gamagrafia. |
- Ensaios Não Destrutivos utilizando energia acústica: ultrasom. |
- Ensaios Não Destrutivos utilizando energia eletromagnética: ensaio por partículas magnéticas, ensaio por correntes parasitas. |
- Outros Ensaios Não Destrutivos: visual, líquidos penetrantes. |
Passaremos a apresentar resumidamente alguns dos principais métodos, a fim de melhor podermos estudar as vantagens e limitações dos LP. |
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A) ENSAIO RADIOGRÁFICO |
Este ensaio baseia-se nos seguintes fatos: |
- a radiação emitida tem a propriedade de penetrar os corpos sólidos |
- a radiação interage com a matéria; é mais absorvida por corpos mais densos do que por menos densos |
- tem a propriedade de ser captada sobre filme fotográfico, tela fluorescente, etc. |
A figura 1 esquematiza os princípios deste ensaio. |
Pode-se, portanto, reproduzir, por exemplo, sobre um filme, a condição interna de uma peça. Áreas menos densas (vazios, defeitos, etc.), apresentarão imagens distintas que as áreas normais da peça, revelando-as. |
B) ENSAIO ULTRASSÔNICO |
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Este método baseia-se no fenômeno da reflexão (eco) da energia sonora (ultrasom) pelas descontinuidades existentes em um material. |
O som é produzido nos cristais existentes nos cabeçotes pelo fenômeno piezoelétrico (energia elétrica transformada em mecânica, isto é, o cristal vibra e emite ultrasom ao ser excitado eletricamente). O ultrasom é introduzido na peça e é refletido por descontinuidades. Esta reflexão é reabsorvida pelo cristal (efeito contrário) e é transformada pelo aparelho em sinal visual, no osciloscópio. A aparência do osciloscópio nos permite " decifrar" tipo e locação das descontinuidades. |
Veja esquema na figura 2. |
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C) ENSAIO POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS |
Este método baseia-se no fato de que uma descontinuidade na superfície de uma peça causa alteração num campo magnético introduzido ou induzido na mesma. Esta alteração, por causar fuga de fluxo magnético, tem a propriedade de atrair partículas magnéticas. Esta atração permite visualizar defeitos existentes na peça. Ver figura 3. |
2. Comparação entre alguns métodos de Ensaios Não Destrutivos |
Faremos a seguir uma comparação entre os métodos apresentados, dando suas vantagens e desvantagens. Está incluído o ensaio por LP, apesar de ainda não ter sido discutido. (Abreviaturas: Radiografia: RG; Ultrasom: US; Partículas magnéticas: PM; Líquidos Penetrantes: LP). |
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A) TIPOS DE DESCONTINUIDADE DETECTÁVEIS |
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RG: trinca, porosidade, vazios e inclusões |
US: trincas, porosidade, vazios, laminação, inclusões e descolamentos |
PM: trincas, separações de material e inclusões, sobreposição de material |
PL: trincas, porosidades, sobreposição de material, separações de materiais |
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B) MATERIAL AO QUAL É APLICÁVEL |
RG: Metais, não metais e misturas (ligas) |
US: Metais, não metais e ligas |
PM: Materiais ferromagnéticos |
PL: Todos, com exceção dos porosos e absorventes |
C) ACESSO, CONTATO E PREPARAÇÃO |
RG: Acesso a lados opostos da peça |
US: Acesso em um lado e possibilidade de usar acoplante |
PM: Requer superfície limpa e relativamente lisa |
LP: Superfície descontaminada e limpa |
D) SENSIBILIDADE DO MÉTODO |
RG: Variações de densidade e espessura até 2% dão resultados confiáveis. |
US: Detecta defeitos da ordem de 0,0lmm |
PM: Detecta descontinuidades lineares da ordem de 0,5mm |
LP: Detecta microtrincas da ordem de 0,00lmm de largura |
E) LIMITAÇÕES NA INTERPRETAÇÃO |
RG: Sensibilidade diminui com o aumento de espessura |
US: Sinais fantasmas podem aparecer com o resultado dispersão e geometria complexa |
PM: Força de campo é crítica |
LP: Falsas indicações de ranhuras |
F) OUTRAS LIMITAÇÕES |
RG: Descontinuidades lineares devem ser orientadas paralelas ao feixe. Há problema com a segurança nas radiações |
US: Há dificuldade em inspecionar peças muito delgadas |
PM: Pode haver necessidade de desmagnetização; pode haver necessidade de remoção das partículas e do veículo. Detecta defeitos lineares superficiais e subsuperficiais |
LP: Superfície mal preparada pode mascarar as indicações; detecta somente defeitos abertos à superfícies |
3. Importância de escolha do método e importância do Operador |
O estudo do item anterior é de caráter geral e as vantagens e limitações lá descritas podem variar, dependendo da aplicação do método. |
Antes de escolher o método de teste, devemos saber qual é a descontinuidade que estamos procurando e saber qual o perigo que ela oferece à peça. |
De nada adiantará, por exemplo, estarmos interessados na detecção de uma descontinuidade interna e lançarmos mão do ensaio por PM (detecta somente defeitos superficiais e subsuperficiais). |
Por outro lado, não interessa detectar a menor descontinuidade de uma peça fundida quando sabemos que ela, para o serviço proposto, não acarretará nenhum problema ou perigo. |
Existem casos, entretanto, em que devemos lançar mão de mais de um método de ensaio para garantirmos a qualidade da peça. Por exemplo: RG e PM. Construções de alta responsabilidade requerem via de regra a utilização de pelo menos dois métodos de END. |
No atual desenvolvimento tecnológico, desenvolvem-se materiais sofisticados para emprego em artefatos cada vez mais complexos. Os métodos de fabricação tendem a acompanhar este desenvolvimento e portanto são também cada dia mais complexos. |
É fácil verificar a importância dos END dentro deste sistema. Eles são uma das ferramentas das mais importantes no atual controle da qualidade. É necessário, portanto, que sejam bem projetados, bem executados e avaliados corretamente. |
Os END são métodos altamente dependentes do inspetor que os realiza. Se este erra, a avaliação pode ser completamente errada. |
Pode-se recusar uma peça boa acarretando altos prejuízos ou o que é pior, aceitar peças defeituosas com consequências imprevisíveis. |
Podemos dizer, então, que o profissional de END deve ter o seguinte perfil: |
- ser treinado convenientemente |
- ter experiência compatível |
e |
- ser responsável |
Sem estes três pontos não pode haver sucesso no ensaio |
4. Conceito de defeito |
Temos citado até agora a palavra descontinuidade e não defeito. |
Para que uma descontinuidade seja um defeito é necessário que ela seja reprovável. |
A reprovação toma por base algum padrão. Normalmente, os critérios de avaliação são descritos nas normas e códigos (a serem estudados mais adiante). |
É importante então salientar que uma descontinuidade nem sempre é um defeito. |
Fonte apostila ABENDE |
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