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Astronautas serão cobaias na microgravidade

Ser cobaia de experiências científicas, em um cubículo sem gravidade, não tem, definitivamente, os contornos épicos descritos no livro "Os eleitos", best-seller do americano Tom Wolfe. O livro relata que os primeiros viajantes do cosmo, ao retornar à Terra, eram recebidos pelo presidente dos EUA e saudados por multidões nos desfiles em carro aberto.

Entretanto, suas primeiras tarefas em órbita eram tão simples que poderiam ser desempenhadas por um simples animal. Tanto assim que os primeiros seres vivos a orbitar a Terra foram dois animais. A cadela Laika, no vôo do Sputnik, em 1957, e um chimpanzé, que na prática leva o título de primeiro astronauta americano.

Hoje, a gama de tarefas que podem ser realizadas por um astronauta evoluíram ao ponto de os primeiros integrantes da ISS, terem de, além de apertar parafusos e ligar fios entre os novos módulos, realizar experiências científicas. Muitas vezes usando o próprio corpo como cobaia.

Algumas experiências desenvolvidas na ISS serão completamente estranhas para nós, simples mortais acostumados a andar com os dois pés plantados no chão. A 400 quilômetros de altura, onde a ISS vai ficar, a gravidade da Terra não desaparece. Nesse ponto do espaço, a atração da Terra é a mesma que em terra. Entretanto, a 27.000 quilômetros por hora a gravidade fica 1 milhão de vezes mais fraca, criando um efeito chamado microgravidade.

Coisas estranhas acontecem na microgravidade. As moléculas dos cristais de proteína se unem melhor e compostos metálicos se fundem melhor no espaço, criando ligas superleves para a indústria aeroespacial, náutica e automotiva, só para citar dois casos que podem ser estudados lá em cima. Outras experiências são planejadas buscando melhorias nos processos industriais, desenvolvimento da agricultura e no tratamento de doenças.



Cristais e ligas leves:

A obtenção de cristais de proteína perfeitos em um espaço livre da atração terrestre é uma das principais pesquisas que serão desenvolvidas na ISS.

Físicos da Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo, já usaram o ônibus espacial para ver como crescem os cristais de uma proteína do Trypanossoma Cruzi, parasita causador da doença de Chagas.

Com essa observação, os cientistas pretendem ver como as moléculas se ligam, podendo assim criar substâncias que bloqueiem a produção da proteína no Trypanossoma.

Outra experiência é a criação de ligas superleves. Na superfície terrestre, o peso faz as moléculas se mexerem rápido demais, causando um desalinhamento. No espaço, as moléculas são atraídas exclusivamente pela força de seus elétrons, acomodando-se melhor.

A nova morada do homem no espaço

Nosso primeiro barraco cósmico foi a Salyut. Um desajeitado cilindro metálico onde a humanidade acostumou-se a passar temporadas fora da Terra. Em 1986, foi colocada em órbita a estação espacial russa Mir. Naquele tempo era considerada morada da humanidade no espaço. O orgulho da "mãe russa". Hoje, em órbita há 14 anos e sem os investimentos necessários, a estação moscovita se arrasta em órbita, cheia de gambiarras para se manter lá em cima.

Agora a humanidade está de mudança no espaço para a ISS (sigla em inglês de Estação Espacial Internacional). A inauguração deve ser no dia 30 de outubro, quando o foguete russo Soyus decola da base russa Baikonur, no Cazaquistão, levando a Expedition One: uma equipe composta por dois russos e um americano que será a primeira a habitar a estação.

Em órbita, os cosmonautas terão de conviver em um cubículo abarrotado de equipamentos eletrônicos, sob luz artificial, tendo como paisagem a vastidão do espaço e sendo cobaias de experimentos científicos por seis meses. Quase nada para quem passou 376 dias em órbita - na Mir - como o russo Yury Usachev, que integrará a equipe número dois da ISS.

Fruto de um descomunal esforço de vários países, a ISS é um trambolho de dimensões siderais. Tem o tamanho de dois campos de futebol e dará uma volta em torno da Terra a cada 90 minutos. Completa, poderá ser vista da Terra a olho nu, sendo menos brilhante que Vênus e a Lua. Terá 10 módulos, incluindo laboratórios japoneses e europeus, módulos de sobrevivência, de serviço, braços mecânicos e bases de acoplagem para os ônibus espaciais - e capacidade para 7 tripulantes

Filha da estação Freedom (um projeto que foi alardeado pelos EUA, mas na prática nunca saiu do papel) e da caquética Mir, a ISS nasceu em um período de profunda crise econômica. Enquanto os americanos e russos enfrentavam-se numa guerra muito mais psicológica, pelo seus feitos, que de fato real, a verba destinada aos projetos da corrida espacial mantinham-se em alta. O desenvolvimento da missão Apollo - que levou o homem à lua - consumiu dos cofres americanos cerca de 5% do orçamento.

Mas, com a queda da União Soviética, a Rússia mergulhou em uma grave crise econômica, o que comprometeu substancialmente os projetos. Sem os velhos inimigos bélicos como desculpa para gastar em tentativas de conquistar o espaço, o Congresso americano promoveu cortes graduais nos orçamentos para projetos espaciais do país. Hoje, a verba destinada à Nasa representa menos de 1% do orçamento.

A saída para continuar a exploração do espaço e a pesquisa científica espacial foi rachar a conta. Na ISS, os americanos arcaram com cerca de 50% do valor total. Os russos terão que desembolsar algo como 30%. Países da Europa, Canadá e Japão pagaram cada um 6% do bolo.

Até o Brasil vai entrar na vaquinha e se arriscar no espaço. Ficarão a cargo do País seis componentes da ISS. Em troca, os países donos do condomínio serão generosos: poderemos usar as instalações da Estação para desenvolver algumas experiências científicas.



Sair do planeta é necessário para garantir o futuro:

O físico Stephen Hawking, um dos mais renomados do mundo, previu que a saída para a humanidade seria ocupar outro planeta. "A Terra é o planeta mais adequado do sistema solar", afirmou. "Mas, a menos que a raça humana espalhe-se pelo espaço, duvido que sobreviva aos próximos mil anos". E essa é a grande ambição da ISS: aperfeiçoar o aprendizado da moradia no espaço.

Na estação os astronautas farão as vezes de cobaias nas pesquisas das alterações orgânicas na microgravidade. Hoje, sabe-se que a microgravidade causa efeito indesejados como a perda de massa muscular e óssea e queda do sistema imunológico.

Desvendar como a gravidade atua no ser humano e descobrir um meio de neutralizá-la é o grande problema para que a humanidade lance o primeiro vôo tripulado para Marte, por exemplo. Além de testar se o físico e a saúde irão suportar longas estadas em um ambiente incomum, os habitantes da ISS testaram os nervos: seis meses em um tubo metálico, cercado de computadores por todos os lados, sob luz artificial, olhando por uma escotilha onde se vêem estrelas e assistindo um pôr do sol a cada noventa minutos é de enlouquecer qualquer cristão.Isto é pouco comparado à convivência humana.

Um questionário preenchido por 74 astronautas de vários países mostrou que os americanos criticam a extrema vaidade dos franceses e a falta de hábito de escovar os dentes por parte dos japoneses. Estes por sua vez acham que os americanos penteiam os cabelos demais.

A paranóia é tamanha que o documento sobre a segunda seleção de um candidato brasileiro a astronauta, que consta no site da Agência Espacial, faz algumas exigências: um bom astronauta precisa ter "aparência positiva, tato, bom equilíbrio, escrita eficaz" e... vejam vocês, "ausência de hábitos pessoais obviamente irritantes". Estalar os dedos, nem pensar.

Outra exigência hilariante é a "necessidade de disponibilidade para viagens freqüentes" e "duradouras" como assegurou uma fonte no Inpe.

 


Lembram do seriado de TV conhecido como Jornada nas Estrelas??


E porque não?

Se você é uma pessoa comportada, não estala os dedos, come de boca fechada, não tira sujeira do nariz – pelo menos em público – tem de 25 a 45 anos, fluência em inglês, boa saúde e mestrado ou doutorado nas áreas de ciências médicas, biológicas ou exatas, pode candidatar-se. A AEB (Agência Espacial Brasileira) vai abrir seleção para a escolha do novo astronauta brasileiro em 2001.A seleção não será feita só entre militares, como em 1998.

Será o início de uma nova era para a raça humana, com descobertas além da imaginação??

Conseguirá o homem superar seus limites unificando todos os povos do planeta na esperança de encontrar novos mundos, novas civilizações em outras Galáxias?? Conseguirá concluir essa jornada ou ficará apenas na ficção???

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Por:
Bruno Versolato, Agência Estado


 

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