Ergonometria

Ergonometria é um termo que não se encontra em dicionário. O mais perto a que chegamos são verbetes como ergonomia e ergometria. De acordo com o Aurélio, ergonomia é o “conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina”, e ergometria é a “medição mediante ergômetro”, ou seja, a ergometria é uma das ferramentas da ergonomia. O ergômetro permite a medição dos mais diversos tipos de esforço físico tais como os esforços musculares de trabalhos efetuados em esteira ou bicicleta ergométrica, bastante utilizado pelos profissionais como preparadores físicos, fisioterapeutas, atletas, médicos e outros pesquisadores do trabalho. Apesar de inexistente na língua portuguesa, a ergonometria ganhou espaço e está na ponta da língua de estudiosos e de muitos brasileiros. Ganhou o conceito de ergonomia associado à prevenção e cuidado. Seria quase uma ramificação da ergonomia com o objetivo de ajuste ou projeto do ambiente ao indivíduo, estando de acordo com o o biotipo de cada indivíduo para que este não tenha problemas ósseos ou musculares, ou até de constituição – no caso de crianças. As recomendações quanto à ergonometria não se resumem somente ao posicionamento para quem trabalha em escritórios ou é atleta, abrange todos nós que dividimos nossas tarefas com máquinas. Daí o sentido de ergonomia. As crianças nas imperativas lan houses, a postura das pessoas, o trabalho à frente do computador, todas essas atividades simples podem comprometer o aparelho músculo esquelético atingindo músculos, tendões, ligamentos, articulações, nervos e, mais raramente, vasos sangüíneos e peles e tecidos subcutâneos. Na era da informática, onde os computadores estão presentes em lares e, cada vez mais, em escolas por conta dos programas de inclusão digital, um novo tipo de problema está se tornando mais freqüente nos consultórios de pediatria que acometem crianças que passam muito tempo à frente de monitores sejam eles computadores ou a própria TV. As dores e lesões músculo-esqueléticas estão desenvolvendo sintomas já na infância como dores nas mãos e punhos, podendo afetar os tendões, fadiga, cefaléia e dores no abdômen, na coluna e no tórax. Esses novos males na infância e adolescência estão associados à falta de ergonometria adequada, já que tanto os computadores quanto os móveis são projetados para o adulto, levando as crianças a fazerem maior esforço do que o recomendado para se adaptar à ergonometria do aparelho e do mobiliário. Essas doenças em crianças são muito parecidas com as Lesões por Esforços de Repetição - LER, que acometem adultos em regime de trabalho; ou ainda ao Distúrbio Ósteo-muscular Relacionado ao Trabalho - DORT. Os pais têm de aprender a lidar com essa nova realidade, esses problemas estão presentes na vida dos adultos e estão atingindo, cada vez mais, crianças de todas as idades. O que é recomendado: imposição de limites de horas diárias de uso do computador e de vídeo games; instrução quanto à correta postura (manter intervalos de dez minutos alternados com alongamento e relaxamento dos braços, punhos, mãos e, principalmente, da coluna).

Dicas de ergonomia:

• Manter a altura da mesa de trabalho igual a do cotovelo do usuário na posição sentada.

• A altura da cadeira deve permitir que os joelhos fiquem dobrados em 90º com os pés apoiados no chão.

• O encosto da cadeira deve estar no início da região dorsal, apoiando a região lombar sem pressioná-la.

• Se a cadeira não possuir apoio para os braços, a mesa deve ter espaço para apoiá-los.

• Os olhos do usuário de computador devem estar a no mínimo 30 cm do monitor, sendo que o ideal é 65cm.