A GUERRA DO GOLFO
Saddam
Hussein decidiu invadir o Kuwait, dando continuidade a um plano (que não
vingara na tentativa de derrotar o Irã), mas não imaginara que alguém, tanto
no plano regional como no internacional, estivesse interessando em defender o
pequeno emirado.
Já que, na sua opinião, bastava ameaçar os países árabes vizinhos com
seu poderio militar (reforçado pelas avançadas armas que poderiam alcançar
qualquer ponto entre o golfo Pérsico e o mar Mediterrâneo).
Saddam também não esperava a presença americana, que na sua opinião os
EUA haviam contraído uma dívida com o Iraque na guerra contra o Irã
integralista (doutrina baseada no facismo). E mesmo que os Estados Unidos
entrasse no conflito Saddam Hussein contava com a presença da União Soviética
para evitar que os americanos recorressem ás armas. Afinal, as duas sempre
manteram o chamado "equilíbrio de terror", porém foi nessa última
previsão, decisiva no plano militar, que se revelou equivocada.
Em 1990, a União Soviética de Gorbachev já não era a mesma superpotência
da "guerra fria" que opunha sempre e em qualquer lugar às iniciativas
do Estados Unidos. Após a queda do Muro de Berlim (em 1989), Gorbachev e Bush,
o presidente dos EUA, de certo modo passaram a andar juntos. Eis então a
surpresa fatal para Saddam Hussein: em Nova Iorque, o delegado soviético apoio
as leis criada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações
Unidas), que foram: a Resolução n.º 600, ordenando "a retirada imediata
e incondicional dos invasores", e a resolução n.º 661, que impõe a
todos os países membros o impedimento de comercializar e financiar com o
Iraque. Nesse momento, o único caminho possível — e ainda aceito
pela comunidade mundial — é uma saída honrosa, que deve ser tratada pela via
diplomática das negociações.
Mas ele recusa essa solução e lança-se numa aventura desesperada:
transformar o conflito local com o Kuwait em uma guerra generalizada, cujo fim
implicaria na adoção de uma "solução global" para todos os
problemas do Oriente Médio, incluindo-se no "bolo" a complicada e
explosiva "questão palestina". Os Estados Unidos recusam-se a cair na
armadilha.
Saddam Hussein cometi um grande erro quando anuncia que todos os cidadãos
ocidentais que se encontram no Iraque serão tratados como "hóspedes",
uma palavra cínica, que na verdade quer dizer "reféns". Esse ato faz
com que Saddam Hussein perde sua simpatia e permite que George Bush lhe compare
com Hitler.
O Conselho de Segurança da ONU, no dia 29 de novembro de 1990, autoriza
todos os países membros a usarem todos os meios necessários para a libertação
do Kuwait, e estabelece um prazo para a retirada do Iraque do local até 15 de
janeiro de 1991.
Para libertar o Kuwait, os Estados Unidos e seus aliados reuniram no golfo
Pérsico e, principalmente na Arábia Saudita o maior exército já formado
desde o fim da Segunda Guerra Mundial: um milhão de soldados, oito mil tanques
de guerra, dois mil aviões, armas eletrônicas e químicas sofisticadas, mísseis
e satélites espiões. Dá início a operação Desernt Storm (Tempestade do
Deserto). A capital iraquiana fica sob a mira das forças aéreas americana,
britânica, saudita, kuwaitiana.