(Miguel de Cervantes)
Dom Quixote e Sancho Pança chegaram a um
local onde havia trinta ou quarenta moinhos de vento. Dom Quixote disse a Sancho
Pança que havia dezenas de míseros gigantes que ele ia combater. Sancho pediu
para Dom Quixote observar melhor, pois não eram gigantes e simplesmente moinhos
de vento.
Dom
Quixote aproximou dos moinhos e com pensamento em sua deusa, Dulcinéia de
Toboso, á qual dedicava sua aventura , arremeteu, de lança em riste, contra o
primeiro moinho. O vento ficou mais forte e lançou o cavaleiro para longe.
Sancho socorreu-o e reafirmou que eram apenas moinhos. Dom Quixote, respondeu
que era Frestão, quem tinha transformado os gigantes em moinhos.
Análise
do trecho
Através
deste breve relato da Batalha dos Moinhos de Vento, podemos ver com clareza a
loucura de Dom Quixote.
Naquele
momento, podemos observar, Sancho Pança comportar-se com as mesmas idéias de
nossa sociedade quando defronta-se com algo fora dos padrões, fora do
cotidiano, fora da normalidade petrificada que ela mesma impõem. E com mesma
atitude, demostrando, apontando, avisando, porém nada fazendo mediante o fato.
Dom
Quixote não tinha consciência do que fazia. Ele havia se aprofundado tanto
naquele mundo irreal que começou a ver coisas logo após o choque com os
moinhos ele percebe com clareza que os gigantes de fato eram moinhos, porém sua
imaginação o faz achar que algum mago o hipnotizou, fazendo ele ver nos
moinhos os gigantes. Sempre havia uma forma da realidade transformar-se em
irrealidade.
Neste
capítulo do livro, é relatado uma das aventuras de Dom Quixote, o encontro com
dois rebanhos de ovelhas. O cavaleiro, com todo o seu sonho, criou paisagens,
personagens que não existiam, atribuindo-lhes armas, coroas, escudos que na
verdade não existiam, eram somente animais.
Foi então que o “herói” avançou em
direção aos rebanhos e, como sempre foi surrado pelos pastores e pelas próprias
ovelhas.
Análise
do trecho
Como
continuidade da sua loucura, o fidalgo é capaz de imaginar em um campo, que está
cheio de ovelhas, dois grandes exércitos, com seus generais e cavalos,
guerreando.
Aqui,
Sancho Pança, também reprime o nobre homem, repetindo atitudes de nossa
sociedade. Ele faz um papel de “acredite se quiser”, concordando com os
sonhos de seu amo apenas para satsifazê-lo, ou seja, se não podia controlá-lo,
juntava-se a ele.
Desacreditado em receber sua ilha, Sancho Pança
ganhou-a com muito orgulho. Pelo fato de acreditar e acompanhar um cavaleiro,
tinha muito prestígio na sociedade.
Sancho
Pança realizou resolveu vários problemas durante seu curto encontro com o
poder, mas a população, que estava apenas fazendo uma brincadeira com o
escudeiro, afetou os sentimentos do “governador”, fazendo-o abdicar ao cargo
e voltar a sua vida antiga.
Análise
do trecho
Nesta
passagem do livro, analisamos como a sociedade, representada por Sancho Pança,
é frágil. Ao acreditar estar recebendo os reinos prometidos por “nosso herói”,
o fiel escudeiro rende-se à fantasia de Dom Quixote, movido pela ganância e
pelo poder.
Em
contra partida, sua análise mais crítica do fato demonstra a atitude de
debocho e desprezo dos habitantes da ilha, pouco se importando com o estado do
ajudante e do próprio cavaleiro. Não refletiram se Dom Quixote tinha algum
problema mental ou se precisava de ajuda. Ao contrário, invés de ajudá-lo,
contribuíram para a sua ridicularização.
Finalizando,
o livro de Miguel de Cervantes retoma a história do povo espanhol e do Europa,
retratando as aventuras dos inúmeras cavaleiros, sendo por isso considerado a
última novela de cavalaria. Critica também as atitudes da sociedade e como
alguns componentes desta alertaram para o problema de Dom Quixote e se esforçaram
para o problema para tentar solucioná-lo.
Ø
Perda da riqueza
Dom
Quixote era um fidalgo, filho de pais ricos. No entanto, durante sua vida, ele
vai perdendo sua riqueza, pagando dívidas e comprando livros. Por isso,
mergulha na literatura em busca da solução desta dificuldade, até demais.
Ø
Mudança em sua vida
Além
de perder sua riqueza, Dom Quixote, ao nosso ver, começa a agir como um
cavaleiro em busca de uma mudança, uma nova vida. Ele já tinha uma idade
relativamente avançada e vivia muito só. Por isso deixa-se levar por imaginação
e passa a viver num mundo ilusório,
fantasioso.
Ø
Lesão às pessoas
Ao
agir como Dom Quixote, o cavaleiro não distinguia as pessoas com quem
encontrava, prejudicando algumas e, consequentemente, auxiliando outras, física
e financeiramente.
Ø
Perda da história
Quando
os amigos de Dom Quixote descobrem a causa de sua “insanidade”, decidem por
acabar de vez com ela, queimando todas as suas novelas de cavalaria.
Por
outro lado, ao agir desta forma, a sociedade comprova seu poder, eliminando algo
que possa causar mais problemas futuros, que possa incomodá-la.
Ø
Morte do personagem
Dom Quixote, inconsciente de seus atos, não percebe o desgaste de seu corpo e, infelizmente, como ele próprio afirma, só retorna à realidade quando já está nos momentos finais de sua vida. Morre arrependido, mas em paz por tê-la feito a tempo.