Memorial de Aires
(Machado de Assis)
O Conselheiro
Aires, diplomata aposentado, escreveu seu memorial, falando das suas relações
mais próximas, que são o casal Aguiar, a irmã Rita, o Desembargador Campos e
sua sobrinha viúva (Fidélia).
O Conselheiro
Aires, homem marcadamente polido e estóico (rígido), dá claras evidências de
sua paixão por Fidélia, mas nunca tem coragem de revelar-se, pois acha-se então
com sessenta e dois anos e ela, uma mulher jovem. O conselheiro, faz questão de
extremar nos detalhes e conta de seu relacionamento com o casal Aguiar.
O casal Aguiar
não teve filhos, mas têm em Fidélia, uma jovem viúva e em Tristão, um
afilhado, verdadeiros filhos, ou seja, há uma consideração evidente para com
eles por parte do casal. Com a volta do rapaz, a afeição vê - se reanimada.
Fidélia, viúva
há aproximadamente dois anos, recolhera - se em seu mundo, afastada do convívio
social, junto a seu tio, o desembargador Campos. Seu casamento contrariara o pai
- Barão de Santa Pia - que era inimigo político do pai de Noronha (seu
marido). Dessa forma, a jovem, com a morte do marido, acabara por ficar junto ao
tio, no Rio de Janeiro, não tendo condições de voltar ao convívio paterno,
na fazenda, pois as relações continuavam estremecidas.
Ninguém
julgava que Fidélia pudesse voltar a se casar, porem Tristão, aos poucos,
conquista - a, trazendo - a de volta aos seus entretenimentos: a música e a
pintura.
O romance
agrada ao casal Aguiar, que apoiam o casamento, um tanto esperançoso de que os
jovens continuariam com eles. Casados, e depois da lua de mel em Petrópolis,
Fidélia e Tristão acabam voltando para a Europa, pois, em Portugal, o rapaz
candidatara-se a deputado.
Novamente, o velho casal Aguiar encontra-se sozinho, amargando a saudade dos filhos postiços.
“Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-se a saudade de si mesmos.”