Pastor relata as dificuldades do campo missionário 

O missionário Pastor Luiz Nunes e esposa Luciana com os 2 filhos, são uma família consagrada a Deus. Nos últimos 10 anos, eles se dedicaram a servir a Deus na Venezuela e Arzerbaijão. Fundaram igrejas formaram outros missionários, e subitamente, em janeiro deste ano, tiveram que interromper a missão na Ásia, pelo corte do sustento que lhes era enviado. Palavras de Vida, ouviu o pastor Luís Nunes. O objetivo da entrevista é mostrar a igreja, que homens de Deus para obra, o Senhor tem levantado. É preciso agora que a igreja se levante para sustenta-los, no campo missionário

Palavras de Vida: o que mais gera incertezas aos missionários. Falta de recursos ou ansiedade pelos resultados do trabalho?

Eu creio que ambas as coisas são fatores geradores de stress, porém, com a maturidade e experiência aprendemos que os resultados não dependem só de nós, mas principalmente de Deus e que Ele não avalia nossos resultados como avalia o homem, que estão mais preocupados com números que com a qualidade. Quando estamos seguros da nossa vocação, quando estamos seguros que estamos fazendo aquilo que Deus nos designou para fazer, não nos preocupamos muito com os resultados do ponto de vista humano.Um missionário trabalhar 5 anos em um país muçulmano e ganhar e discipular somente uma pessoa neste período, pode ser considerado como fracasso, para a mentalidade capitalista, mas com toda certeza, esta não será a avaliação de Deus.

Palavras de Vida: Falta à igreja brasileira a consciência necessária sobre a importância do trabalho missionário? Sem dúvida ainda falta, apesar dos avanços das últimas duas décadas. Ainda existem muitos pastores pensando que seu campo missionário se restringe ao bairro aonde sua igreja está estabelecida. Muitos cristãos sinceros me perguntam porque ir tão longe para pregar o evangelho se existem tantas necessidades aqui, etc. Muitos simplesmente não conseguem entender o que Jesus nos ordenou em Mt. 28:18 e 19, Mc. 16:15, At.1:8. Muitos ainda não conseguem entender qual é a responsabilidade da igreja. A maioria dos cristãos brasileiros ignora as necessidades do mundo considerado não cristão, como por exemplo: Em Bauru tem mais igrejas que em toda a Turquia (65 milhões de habitantes), Irã(60 milhões) e Azerbaijão(8 milhões) juntos.

Enquanto tivermos esta mentalidade etnocêntrica, preocupados com nosso pequeno reino, não conseguiremos ver o reino de Deus na sua plenitude e amplitude e cometeremos o mesmo equivoco que cometeram os primeiros cristãos Judeus. Como igreja brasileira precisamos erguer os olhos (tirar os olhos de nós mesmos), olhar mais longe, ver os campos brancos para ceifa à espera de ceifeiros - Jo. 4:35

Palavras de Vida: Qual tem sido o motivo de maior frustração, quando estão fora do país?

Tem sido as dificuldades geradas por aqueles que deveriam nos abençoar. As dificuldades próprias da adaptação à uma nova cultura e as dificuldades linguísticas, com esforço e dedicação são superáveis, porém, injustiças, incompreenssões, falta de compromisso e visão por parte de quem te enviou, isto sim dói muito e frustra.

Palavras de Vida: E as maiores alegrias?

Sensação de dever cumprido, ver vidas transformadas pelo poder de Cristo, amizades sinceras e verdadeiras com crentes locais, e saber que o nome de Jesus foi glorificado através de nossas vidas.

O pastor Luíz Nunes e a esposa Luciana em 1994, passaram por um treinamento transcultural na Missão Kairós em São Paulo. Trabalharam por 2 anos na Venezuela, ainda como parte do treinamento. Concluído o treinamento resolveram continuar por mais 2 anos e meio. Como resultado nasceram duas igrejas, na Venezuela. Uma na cidade Coro a noroeste do país e outra em um povoado nas montanhas chamado "El desegaño" (O desengano). Depois " nos sentimos chamados a desafios ainda maiores. Retornamos ao Brasil para nos prepararmos melhor e também para o nascimento de nosso 2º filho. Neste período no Brasil, servimos nossa igreja por dois anos e dedicamos um ano estudando linguística em Brasília na missão, aslém de inglês em S.J.Campos, na Missão Operação Mobilização.

Sentindo direção de Deus, a familia Nunes foi servir ao Senhor na Ásia Central, no Azerbaijão, um país com mais de 80% de muçulmanos, que fez parte da ex-União Soviética. "Ali estivemos por quase dois anos, mais infelizmente, por motivos alheios à nossa vontade tivemos que abortar a missão, pois a igreja que nos havia enviado, teve problemas internos com a saída de muitos membros. Como sempre acontece, a primeira despesa a ser cortada é missões. E não nos restou outra escolha a não ser retornar, pois nosso sustento que já era baixo para o país, sofreu uma redução de 60%."

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