O heavy metal em nome de Cristo

Ricardo Bene, vocalista da Richlord

 "A gente nao quer ser rock star, super star nem gospel star. A gente pretende fazer nosso trabalho e fazer com que as pessoas sejam alcançadas por nossa mensagem, que é a mensagem de Deus. É este que é o grande objetivo da banda." A declaração de Ricardo Bene, 29 anos, líder e vocalista da banda Richlord. São 5 integrantes que tocam heavy metal tradicional para o público underground, do meio rock que segundo Bene "muitos estilos não consegue atingí-lo".

A Richlord existe há 2 anos. Já tocou na Zadoque, uma comunidade gospel na Barra Funda, em São Paulo, onde nos finais de semana, bandas de ritmos diferenciados se apresentam. "Oitenta e cinco por cento das nossas apresentações são rock bares, festivais de rock e eventos mais do meio secular". Quanto a relação de cada um dos integrantes da Richlord com os membros das igrejas a que pertencem, Bene diz que "tem sido pacífico. No começo a gente teve alguns problemas, até o pessoal entender a proposta. As pessoas achavam que queríamos tocar rock, sem nenhum propósito. Mas aos poucos foram vendo que não. Ainda tem aqueles mais tradicionais, que acham que rock é uma coisa do diabo. Mas com nossas vidas temos provado que esta é uma visão errônea"

Barreiras quebradas

"Já quebramos muitas barreiras. Aqui em Jundiaí, dentro da igreja foi o espaço mais dificil de atingir. A gente primeiro conseguiu tocar nas igrejas mais do interior ou São Paulo mesmo, para depois começar a mostrar nosso trabalho aqui. A Renascer já abriu espaço para gente. Uma comunidade em Itatiba também. Agora que a gente está chegando aqui em Jundiaí. Mas este não é o nosso propósito não é alcançar as igrejas. Nossa missão é evangelística, é fora. Alguns membros da banda tocam no grupo de louvor de suas igrejas, mas a visão do Richlord é tocar fora, pra que este povo de fora, venha," relata Bene.

A pluralidade no meio gospel com diferentes ritmos, como pagode, rock, axé, reggae, rap, Bene acha saudável e necessário. "Ha muito tempo atrás, já teve uma contextualização da música no meio gospel, mas depois parou. Na década de 80 houve muito forró, música sertaneja. E isto também foi trazido de fora. Não era uma coisa que veio da raiz da igreja. E hoje está havendo este "revival", que é muito saudável para a igreja, inclusive".

No começo a aceitação do trabalho da Richlord, segundo Bene, foi difícil, também no meio secular. "Como a banda não era conhecida e chegando com uma proposta evangélica, o pessoal via de forma estranha, mas hoje já é diferente. Quando a gente vai tocar o pessoal sabe que é uma banda, que eles chamam de white metal, metal branco. A gente tem este rótulo, porque fala das coisas da Bíblia, do cristianismo, em geral. Então o pessoal que vai ouvir o Richlord sabe que é uma banda cristã. E, portanto tem havido uma aceitação fantástica do meio secular. A gente tem até muitas amizades com bandas fora do segmento gospel que admiram o nosso trabalho. Muitos até tem vindo para as igrejas e que eram de bandas seculares"

Conversões

Ao relatar das conversões que tem havido a partir do trabalho da Richlord. "Nós tocamos com uma banda uma vez. Era um cover do Mercifull Fath, que é uma banda de black metal, satanista mesmo. O baterista, depois que tocou com a gente, saiu da banda, começou a comprar um CD’s de white metal, de metal gospel e agora tem ido na igreja."

A Bene, Palavras de Vida, perguntou se Jesus fosse escolher um repertório para um culto, você acha que ele incluiria uma música heavy metal.

"Eu acho que a momento para todas as coisas. Onde eu posso trabalhar de bermuda, eu posso. Mas para ir na frente de um juiz, eu não posso ir de bermuda. Tudo tem seu tempo, tudo tem seu lugar, tudo tem sua hora. Heavy metal, não casa com a ceia, por exemplo, mas num culto especial, para jovens, Jesus aceita."

"Jesus aceita tudo que vem do coração. Que vem de bom grado e vem consciente. O culto racional, mesmo tocando heavy metal. Deus criou todas as músicas. Todas as formas de expressão musical. O diabo que deturpou. O diabo não é pai de nada, a não ser da mentira. A Bíblia é muito clara a respeito disso. Ela não fala que ele criou outra coisa além da mentira. Ele só é pai da mentira. Se ele falou que é pai do rock, é mentira," comentou Bene.

"No meio secular a gente tem tido críticas positivas a respeito do nosso CDdemonstrativo.Revistas especializadas tem falado bem." E ao final da entrevista, Bene reiterou. A gente não pretende ser reconhecido seja pelo meio secular seja pelo meio gospel. A gente não deseja isso. A gente deseja que as pessoas sejam alcançadas pelo nosso trabalho."

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