TODOS REVIEWS
   
LINE UP:
Kiko Loureiro - guitar, bass, percussion
Mike Terrana - drum
Lançamento: 2005
Gravadora:
Hellion Records
Site Oficial
NO GRAVITY - KIKO LOUREIRO (16/04/05)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

“No Gravity” não é somente um projeto solo, mas sim a expressão subjetiva da carreira de Kiko Loureiro. Essa frase resume em poucas palavras o que é o primeiro álbum solo do guitarrista da banda Angra. O “Guitar Hero” brasileiro despeja todas as suas influências em um único álbum, buscando assim a essência de um cd instrumental, o que é bem complicado hoje em dia. Segundo o próprio guitarrista, ele escolheu esse nome, “Sem Gravidade”, pois sente que quando ele está no palco executando sua música, ela o leva a “viajar”.
Neste álbum, Kiko Loureiro além de utilizar todas as suas técnicas na guitarra, grava outros instrumentos como o baixo, o teclado e a percussão, sobrando a bateria na qual ficou a cargo do competentíssimo Mike Terrana (Rage). O baterista provou ser um dos melhores do mundo mostrando que mesmo sendo alemão conseguiu aprimorar-se nas técnicas e ritmos brasileiros, que estão em evidência no álbum. No Gravity foi produzido e mixado na Alemanha por Dennis Ward (Angra, Pink Cream 69) e nele se vê a qualidade atingida pelo produtor que com o passar dos anos vem melhorando e buscando sonoridades limpas e novas.
Como o cd é instrumental mas de Heavy Metal, Kiko Loureiro quis mostrar logo de cara a sua técnica e versatilidade em “Enfermo”, música rápida e ótima para uma abertura de cd. “Endangered Species” segue o álbum, esta que talvez seja a faixa mais pesada e mostra toda a influência de Kiko nos guitarristas Steve Vai e Joe Satriani. “Escaping” talvez seja uma das mais técnicas e ela remete-se no “riffão” do guitarrista Joe Satriani (essa sem dúvida é uma das que mais se verifica suas influências). “No Gravity” é aquela balada que vicia, com um solo no começo que perdura até o final. Ela te prende e te passa uma emoção diferente de baladas comuns.
“Pau-de-Arara” tem um clima bastante brasileiro. Começa com um baião, característico do nordeste brasileiro e do nada entra no Heavy Metal melódico mostrando as nuances que o cd causa. “Tapping Into My Dark Tranquility” mostra a técnica de two-hands adquirida no decorrer da carreira de Kiko Loureiro. “Beautiful Language” é a mais mpb de todas, pois segundo o próprio Kiko Loureiro todos os brasileiros tem um pouco de sua cultura, não precisa ter medo de soltá-la. O cd fecha com “Choro de Criança”, considerada uma faixa de ninar e para terminar o álbum com calma e maestria.
Kiko Loureiro provou para o Brasil e o mundo como se faz um cd de Heavy Metal instrumental. Com suas influências regionais e internacionais, mostrou que não são somente guitarristas estrangeiros que tem reconhecimento e qualidade no cenário mundial.

LINE UP:
Rodrigo Hidalgo - guitar
Ricardo Winandy - bass
Rafael Pensado - drum
Miguel Spada - keys
Danilo Herbert - vocal
Lançamento: 2004
Gravadora:
Unimar Music
Site Oficial
JUST THE TWO OF US... ME AND THEM - MIND FLOW (31/03/05)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 9,5 10

Antes de tudo, tenho que falar da qualidade que os músicos nacionais têm atingido durante os anos. Várias bandas vêm lançando debuts de primeiríssima qualidade, e nessa linha surge mais uma banda de prog metal, o Mindflow. Aliás, vale ressaltar o surgimento de bandas muito boas do estilo no país e que sempre buscam originalidade e musicalidade diferentes.
O Mindflow surgiu em 1999 com músicos bastante competentes, contando com a seguinte line up: Danilo Herbert nos vocais, Rodrigo Hidalgo na guitarra, Ricardo Winandy no baixo, Miguel Spada nos teclados e Rafael Pensado na bateria. O álbum “Just The Two Of Us... Me And Them” é conceitual, e a história baseia-se num sonho de Rodrigo Hidalgo que virou realidade. Ele sonhou que seu primo (piloto de avião) sofreu um acidente aéreo. O guitarrista não contou pra ninguém o ocorrido para ninguém e eis que alguns dias depois o sonho tornou-se realidade.
A arte gráfica do cd é muita bem feita e dá uma noção maior sobre a historia do álbum. Meeting Her Eyes é pesada, rápida e trabalhada, mostrando toda a qualidade musical dos membros da banda logo no início. The Logic Behind Heads And Tails é a típica música prog metal, prendendo o ouvinte até o final com suas mudanças de andamento. O cd segue mantendo quem o escuta sem desligar o som ou mudar de música com a belíssima balada Invisible Messages, demonstrando o bom gosto da banda. Aliás, essa faixa está sendo tocada atualmente nas rádios e vem agradando muitas pessoas Brasil a fora. Honesty é a melhor do cd na minha opinião, é a mais progressiva de todas e mostra claramente todas as influências da banda, sem é claro deixar de lado sua personalidade própria. 2nd Dawn é a música mais longa do álbum e trás um clima muito interessante, não perdendo o pique do álbum e mais do que isso, mostrando o porquê da banda ser uma das revelações do Brasil em 2004.
O Mindflow mostrou profissionalismo e competência. Sendo este o primeiro álbum, que com o tempo a banda conquiste o reconhecimento de todos da cena nacional e mantenha o alto nível de seus trabalhos.


LINE UP:
Jens Ludwig - guitar
Diek Sauer - guitar
Tobias "Eggi" Exxel - bass
Felix Bohnke - drum
Tobias Sammet - vocal
Lançamento: 2004
Gravadora:
Nuclear Blast
Site Oficial
HELLFIRE CLUB - EDGUY (24/09/04)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 9,5 10

O Edguy após o álbum Mandrake (2001) e o ao vivo Burning Down The Opera (2002) conseguiu ótimos resultados e se tornou uma das grandes bandas de Power Metal Melódico da cena mundial. E em 2004 eis que lançam um novo petardo, o álbum Helfire Club que mostra toda a evolução do grupo e ainda trás influências novas, como o hard rock e o peso que faltavam em algumas composições dos cds anteriores. É claro que o projeto Avantasia criado pelo vocalista Tobias Sammet ajudou a alavancar a banda, mas o Edguy conseguiu nesse novo álbum fazer algo diferente das demais bandas.
A banda está mais entrosada, graças ás extensas turnês e gravações dos álbuns. Ainda por cima, o grupo quase não teve mudanças na formação que conta com Tobias Sammet (Vocais), Jens Ludwig (Guitarra), Diek Sauer (Guitarra), Tobias “Eggi” Exxel (Baixo) e Felix Bohnke (Bateria), Este novo álbum teve a participação especial da orquestra filarmônica de Babelsberg.
O álbum começa com uma saudação de Tobias Sammet (“Senhoras e senhores, bem vindos ao circo dos horrores”) que não perdeu o seu lado comediante e alto astral. Em seguida a faixa de abertura “Mysteria”, que com certeza será o começo dos shows da banda e que é uma música bem típica do power metal melódico: rápida, vocais agudos e refrões marcantes. “The Pipper Never Dies” é a mais longa do álbum com seus 10 minutos de duração. Também é bastante cadenciada, o que deixa a música mais atraente, alem de ter ótimos corais e mostrar o quanto à banda está amadurecida. Em seguida, “We Don´t Need A Hero” é mais uma típica faixa de metal melódico, com destaque aos refrões. Já “Down To The Devil” é mais cadenciada e com um trabalho muito expressivo das guitarras colocando peso a música. “King Of Fools” é o primeiro single da banda e conseqüentemente a faixa de trabalho (possue até um vídeo clipe, bastante cômico diga-se de passagem, falando sobre o “Rei dos Tolos”). A música mais acessível ao grande público já começa com um teclado marcante e mais conta mais uma vez com o refrão grudento que é a característica do Edguy.
As baladas do álbum, “Forever” e “The Spirit Will Remain”, foram muito bem feitas dão maior ênfase a participação da orquestra. “Under The Moon” e “Rise Of The Morning Glory” mostram mais uma vez o lado hard rock que a banda quis demonstrar nesse álbum. Já a faixa “Lavatory Love Machine” é sem duvida a mais engraçada e divertida de se ouvir; é bem Hard Rock estilo anos 80 e deve ter uma energia excelente ao vivo. Segundo o próprio Tobias Sammet, ele compôs esta música vindo ao Brasil no avião para a gravação do DVD do Shaman, “Ritualive”.
O Edguy provou que pode se fazer Heavy Metal Melódico com qualidade e sem cair na mesmice da cena atual. Sem sombra de dúvidas, Helfire Club é o melhor disco da banda. Agora é esperar a passagem deles pelo Brasil em outubro, com a gravação do DVD em São Paulo no festival Rock the Planet. Para quem tiver a oportunidade de assistir, será imperdível.


LINE UP:
Michael Romeo - guitar
Juhani Malmberg - guitar
Janne Wirman - keys
Jarí Kainulainen - bass
Mirka Rantanen - drum
Timo Kotipelto - vocal
Lançamento: 2004
Gravadora:
Century Media
Site Oficial
COLDNESS - KOTIPELTO (24/09/04)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Mesmo quando estava no Stratovarius, Timo Kotipelto sempre quis fazer algo diferente e por isso lançou seu primeiro álbum solo “Waiting For The Dawn” (2001) que obteve críticas muito boas da imprensa mundial. Após toda a turbulência que o Stratovarius, principalmente Timo Tolkki causou, o vocalista lança mais um álbum solo, desta vez com algumas datas marcadas para shows (inclusive no Brasil). “Coldness” segue a mesma linha do álbum anterior, porém na minha opinião e de muitas pessoas, o cd supera o debut.
O Line Up é praticamente o mesmo do álbum de estréia e conta com Janne Wirman (Teclados, Childrem of Bodom), Mirka Rantanen (Bateria), Jarí Kainulainen (Baixo), Michael Romeo (Guitarra, Symphony X) e Juhani Malmberg (Guitarra). O álbum foi todo gravado no FinnVox estúdios em Helsink, Finlândia.
A faixa de abertura é bem Stratovarius “Seeds of Sorrow”, bastante rápida e contendo belos duetos de guitarra e teclados, aliados à competência de Timo Kotipelto que abusa dos agudos. A faixa “Reasons” é o primeiro single e também possue um vídeo-clipe gravado, onde Timo participa quase todo ele dentro de um carro em alta velocidade numa estrada coberta pela neve, característica da Finlândia. A música é bem Hard Rock e sem dúvida é uma das melhores composições do vocalista. Neste álbum Kotipelto buscou criar composições mais pesadas e obscuras como em “Around”, “Snowbound” e “Journey Back”. O álbum termina com duas canções mais cadenciadas, “Take Me Away” e “Here We Are” que mostram o entrosamento da banda, mesmo esta sendo formada por convidados.
Kotipelto mostrou que mesmo fora do Stratovarius pode compor muito bem. Ele não deveria ficar somente na sombra de Timo Tolkki, mas sim ter participado mais das composições da banda. Vamos ver como a banda e Kotipelto estão ao vivo no Rock The Planet em São Paulo dia 02 de outubro. Quem sabe não role alguns clássicos do Stratovarius...


LINE UP:
Fabbio Nunes - guitar
Nelson Magalhães - guitar
Daniel Melo - keys
André de Lemos - bass
Renê Shulte - drum
Hugo Navia - vocal
Lançamento: 2004
Selo:
Hellion Records
Site Oficial
THE END OF BEGINNING - LOST FOREVER (21/07/04)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 9,5 10

Não é só o estado de São Paulo que tem ótimas bandas de Heavy Metal, o Rio de Janeiro também revela suas pérolas no metal. O Lost Forever é a mais recente banda carioca a nascer na cena, o mais incrível disso é que eles fazem um prog-metal de excelente qualidade calcado no lado mais direto do estilo, sem é claro fazer com que o ouvinte viaje em suas músicas. Suas influências são mais claras em bandas como Symphony X e Evergrey, mas como sempre o Dream Theater aparece e muito no som do grupo.
Como o estilo pede, as músicas são complexas e muito bem trabalhadas pelos integrantes do Lost Forever. Logo de cara, “Mater Et Magistra” mostra os pesos das guitarras, com riffs excelentes. Ótima composição para abrir o disco, prendendo o headbanger no som da banda. “Among The Crowd” segue a mesma linha da primeira faixa do álbum, não perdendo o pique em nenhum momento. “The Lies Behind The Mirror” mostra o lado mais progressivo da banda, sendo mais cadenciada sem deixar os riffs de lado, o ponto forte do Lost Forever. “Spirits from the Ice Gardem” é a mais épica e longa do álbum. Nela a banda mostra quão o prog-metal é um estilo diferente, iniciando lenta e em seguida com riffs pesados e a cozinha trabalhando perfeitamente, lembrando muito o Dream Theater. Esta faixa sem duvida é um dos destaques do álbum. “End of Century” já é mais direta, junto com “Damned Train” que inicia ao som de um trem em pleno vapor. “A Season Between” é a única balada do cd, preparando o ouvinte para a última faixa, muito bela e relaxante. “Above The Sins” é dividida em duas partes: a primeira, “Dying Dreams”, começa mais uma vez com um riff maravilhoso e se desenrola muito bem; já a segunda parte, “The Remains of Myself”, fecha o álbum com mais peso ainda, lembrando até mesmo bandas de Thrash Metal.
The End of Beginning é um ótimo álbum para quem gosta de prog-metal e o Lost Forever sem dúvida é uma das melhores bandas do estilo no Brasil, restando apenas adquirir mais experiência em estúdio e com as turnês Brasil afora, para assim a banda receber a crítica que merece.


LINE UP:
Marcelo Barbosa - guitar
Bruno Wambier - keys
Michel Marciano - bass
César Zolhof - drum
Alírio Neto - vocal
Lançamento: 2004
Selo:
Hellion Records
Site Oficial
THE JOURNEY - KHALLICE (21/07/04)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O Brasil pode respirar aliviado, pois ultimamente bandas de muita qualidade têm surgido no país, principalmente no prog-metal. O Khallice é um exemplo que já conta com 10 anos de estrada, mas que havia lançado apenas uma demo e agora finalmente lançou seu debut, o álbum The Journey. A banda é de Brasília, a conhecida capital do rock nacional, mas que não contava com uma banda de metal de qualidade e com ótima produção em seu álbum. Como era de se esperar, a influência principal da banda é o Dream Theater, principalmente no vocal de Alírio Netto (o grupo americano definitivamente se tornou um ícone do metal progressivo).
The Journey começa com a épica “Lonelliness”. Peso, duetos de guitarra e teclado e a cozinha muito bem montada já demonstram a competência da banda. “I´ve Lost My Faith” inicia poderosa e depois segue para o lado mais cadenciado do progressivo. É impossível de não perceber a influência do vocalista James Labrie (Dream Theater) nesta faixa. “Spiritual Jewel” já é mais lenta, puxada para o rock progressivo mais antigo, sem é claro deixar de lado os duetos no decorrer da música. “Wrong Words” já mais direta e acessível ao povo em geral. A seguir, “Thunderstorm” é a típica faixa cadenciada do progressivo, com várias levadas de altíssimo nível. “Vampire” é a mais poderosa do álbum na minha opinião e a que mais me agrada, porque abrange desde o peso de sues riffs até a complexidade que o estilo pede. “Turn The Page” segue a linha épica, lembrando às vezes bandas como Jetro Tull e Deep Purple, tornando o som da banda ainda mais diferente dos demais. “Prophecy” chega a ser Power Metal, com velocidade em seus riffs iniciais e a cadencia no decorrer da música. Enfim, a faixa título que demonstra todas as influências da banda em uma canção só: complexa, peso nas guitarras e belos trabalhos nos vocais.
Esperamos que como o Khallice, outras bandas de prog-metal do Brasil possam lançar seus álbuns e mostrar ao mundo que o país não é só Angra, Shaman e Sepultura. Parabéns a banda e que continue sua estrada como sempre fez.


LINE UP:
Pedro Santos - guitar
Rodrigo Campilho - guitar
Raphael Montechiari - keys
Bruno Coelho - bass
André Dias - drum
Larissa Frade - vocal
Lançamento: 2004
Selo:
Hellion Records
Site Oficial
IN PEACES ON THE LUNAR SOIL - VENIN NOIR (11/07/04)
POR: THIAGO RAHAL
NOTA: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Assim como a Europa, o Brasil também revela bandas de muita qualidade em todos os estilos no metal. Com o Venin Noir não é diferente, seguindo a linha do gótico-doom e procurando obter resultados diferentes de outras bandas, o grupo chega até em algumas musicas a lembrar o hard-rock e o tradicional, mostrando o quão são diferentes e competentes.
A Hellion Records novamente aposta em bandas nacionais e lançou para todo o Brasil o segundo álbum do Venin Noir “In Pieces on the Lunar Soil”. Como o estilo gótico pede, as músicas partem para um lado mais sombrio e depressivo. Esse fato ocorre devido à voz belíssima de Larissa Frade e dos teclados com toques de erudito. Bom, vamos ao que interessa, as músicas. O álbum começa com “Better Days Never Come” que sem duvida é a faixa mais gótica do cd. “The Wine” já é mais direta, porém nunca deixa de lado o gótico, influência muito clara da banda. "Redemption Through Pain" chega a ter em seus solos grande influência do progressivo. "A Letter to a Narrow Allegiance" segue a linha mais hard rock da banda, sem deixar de lado sua essência. A seguir, músicas com uma veia mais tradicional deixam o álbum menos depressivo e mais acessível aos headbangers em geral. A faixa “The Lunar Soil” é dividida em duas partes "a view to yesterday", praticamente uma introdução (belíssima por sinal) para a segunda parte "perfect and cold", mais agressiva, pesada e bastante épica, fechando o álbum com maestria.
Venin Noir mostra que não é uma banda qualquer e que está na cena do metal por competência e muita garra.