PERFIL DA EMPRESA ANALISADA

1. Descrição Básica da Empresa Analisada

Fundada em 1980, com a denominação de Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda., sucessora de Hotel Amazônia Ltda., que existia desde 1975, iniciou suas atividades em 1982, mantendo o nome fantasia, com o seguinte quadro societário e divisão das ações: Américo Paludo com 84,6%, Fidelia Paludo com 7,7% e Marco A. Paludo com 7,7% das ações, o que perdura até hoje. A empresa é juridicamente constituída por cotas de responsabilidade limitada, enquadrada na categoria simples pelo regime tributário.

Localizado à Alameda Dr. Muricy, 861, centro da cidade de Curitiba, o Hotel Amazônia compõe-se de um prédio de três pavimentos com aproximadamente 600m2 dispondo de 18 apartamentos, salão de café, copa e cozinha, lavanderia, recepção, escritório e depósito anexo, sala de estar, rouparia e depósito de materiais.

Considerado um hotel de pequeno porte, sua taxa de ocupação gira em torno de 65%, considerada até alta para o mercado, sua receita bruta em 2000 foi de R$ 101.010,00.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Balanços Contábeis Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda.

As instalações prediais datam da década de 60, sofrendo periódicas manutenções em decorrência disto, entretanto não podendo ser realizada uma grande reforma visto a limitação de ordem jurídica que impede a venda e mudança das características do imóvel. O mesmo, recebido de herança pelos proprietários, possui cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade. Sofrem processo de litígio e ação locatícia por parte da empresa Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda.

A empresa tem como principal produto a prestação de serviços de hospedagem, competindo no mercado regional, tendo como clientes pessoas físicas e jurídicas, com rendimentos entre 10 a 20 salários mínimos, de poder aquisitivo pequeno- médio, conforme quadro ilustrativo abaixo:

Famílias por classes de rendimento médio mensal familiar - 1999

Brasil e Grandes Regiões

Até

2

Mais de 2 a 5

Mais de 5 a 10

Mais de 10 a 20

Mais de 20

 

Brasil (1)

27,6

32,2

18,6

9,9

5,9

Norte (2)

29,2

34,9

17

8,6

4,3

Nordeste

47,5

29,7

9,2

4,4

2,7

Sudeste

17,7

32,2

23,5

13

7,8

Sul

22,2

34,5

21,7

11,3

6,4

Centro-Oeste

26,7

35

17,9

9,2

6,5

Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 1999 [CD-OM]. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.* Em classes de salário mínimo. Valor do Salário Mínimo em Setembro de 1999: R$ 136,00.** Exclusive os sem declaração de renda.

Missão Hotel Amazônia: Prover o conforto fora do lar com serviços de hospedagem que garantam a satisfação do hóspede a um preço justo e assegurem a prosperidade do negócio.

A principal força de trabalho é composta de sete colaboradores, dentre eles o sócio gerente. Todos são contratados conforme legislação da CLT, sendo que possui colaboradores de caráter terceirizado.

O quadro dos colaboradores diretos está disposto conforme abaixo:

Nome

Função

Formação

Marco A. Paludo

Sócio gerente

Acadêmico em administração, curso técnico hotelaria

Nelson Delcanale

Recepcionista

2º grau completo, curso no SENAC

Paulo C. Martins

Recepcionista

2º grau completo, curso no SENAC

Osmar Delcanale

Recepcionista

1º grau completo

Álvaro Freitas

Mensageiro

1º grau completo

Maria Alzira

Camareira

1º grau completo

Cleusara da Silva

Copeira

1º grau completo

Paulo Cordeiro

Manutenção Geral

Terceirizado

Carlos Silva

Telefonia

Manutenção

Terceirizado

Abel Molinari

Contabilidade

Terceirizado

Lavanderia Batel

Lavanderia

Terceirizado

Est. Muricy

Garagem

Terceirizado

Todos os itens referentes a segurança do trabalho e as respectivas exigências do Ministério do Trabalho, tais como as normas regulamentadoras NR7, NR9 e PCMSO, são promovidas pela empresa VIDA Emergências Médicas, que também matem um convênio ambulatorial para exames e consultas dos funcionários e seus familiares. Os colaboradores são associados ao Sindicato dos Empregados em Comércio Hoteleiro e Similares de Curitiba, e o empregador é associado ao Sindicato dos Hotéis de Curitiba e ABIH-PR - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Paraná, na qual o sócio gerente pertence, atuando ativamente, ao Conselho Consultivo.

As instalações são equipadas em caráter de simplicidade, porém funcionais, sendo disponibilizados aos hóspedes em cada apartamento televisores em cores, frigobar, telefone, banheiro privativo com aquecimento central. O hotel dispõe de central telefônica interligada aos apartamentos, possibilitando o controle das ligações, também é disponibilizado serviços de lavanderia, passadoria, copa e cozinha, além de serviços de fax, e acesso a Internet através de um equipamento central na recepção, terceirizado da empresa Di1000 Internet, onde cada cliente aluga o tempo de utilização. Devido a inexistência de restaurante no hotel, não é disponibilizado o room service. Os serviços de estacionamento são realizados pela empresa Estacionamento Muricy, localizado a uma quadra do hotel, onde, por convênio, os automóveis podem ser estacionados, sendo que as manobras são realizadas pelos recepcionistas. No escritório administrativo existe um microcomputador também com acesso a Internet e ligação on-line com bancos, administradoras de cartões de crédito e serviços de consulta a crédito, servindo à gerência.

Atualmente o Hotel Amazônia revela-se possuidor de estratégias intrínsecas, inevitavelmente, compreendidas como processos não lineares e sem documentação ou estruturação específica, sendo:

Áreas

Processos

Administração Geral

Gerência

Financeiro

RH

Compras

Contabilidade

Marketing

Propaganda

Mídia

Relações Públicas

Banco de Dados Clientes

Comercial

Banco de Dados Clientes

Reservas

Check in

Check out

Pós- Vendas

Serviços

Copa e Cozinha

Camararia

Almoxarifado

Manutenção

Estacionamento

2. Necessidades dos Clientes

Até 1997 os hotéis nacionais e meios de hospedagem similares seguiam a classificação da Embratur através de ‘’estrelas’’, demonstrando os níveis de serviços e equipamentos oferecidos pelas empresas. Em 1998 houve alteração no sistema de classificação, e a Embratur começou a exigir uma série de requisitos e normas que tornava inviável para a grande maioria dos hotéis esta classificação, tanto que na praça de Curitiba, na época, somente dois hotéis conseguiram a classificação no novo sistema. Houve então uma união da classe em torno de uma classificação promovida pela ABIH através de ‘’asteriscos" em substituição as "estrelas", ficando então as categorias divididas em Simples *; Econômico **; Turístico ***; Luxo ****; Superior *****.

O Hotel Amazônia está classificado na categoria econômica dois asteriscos.

Este sistema de classificação sempre foi muito combatido por todas as empresas de hospedagem e turísticas do Brasil, pois data da década de 70, representando um resquício da intervenção do Estado na economia de um modo geral. Entretanto, para os hospedes/clientes, classificações deste gênero sempre representaram um parâmetro no momento da decisão e direcionamento, exemplificamos como um hospede que deseje uma hospedagem mais simples e barata, que evitaria os hotéis com classificação mais alta, pois indicaria altos custos.

Verificamos com isso que as necessidades do cliente do Hotel Amazônia estão ligadas a bom atendimento, cordial, simples e objetivo, além de apartamentos limpos e bem arrumados, confortáveis, bom chuveiro, café da manhã a contento, prazos de pagamentos flexíveis a custos baixos.

Os principais clientes são as pessoas físicas, a um índice de aproximadamente 60% da taxa de ocupação total, sendo o restante ocupado pelas pessoas jurídicas.

O perfil das pessoas físicas esta disposto entre negócios particulares, tratamentos de saúde, turismo, convenções, eventos e outros. São acordados benefícios especiais aos mensalistas. Quanto às jurídicas, existem sistemas de parcerias que propiciam descontos especiais, cortesias e prazos de pagamento maiores. Atualmente as principais pessoas jurídicas são: DER, Detran, Secretaria Estadual de Educação, Secretaria Estadual de Esportes, Inss, Banco do Brasil, Copel, Sanepar, Brasil Telecom, C&A, UV Modas, HDS Sistemas, Promantec, Guarani Ind. e Comércio.

Fonte: Banco de Dados Clientes Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda.

 

3. Relacionamento com Fornecedores

Os principais fornecedores de materiais e serviços estão relacionados no quadro abaixo:

Material

Fornecedores

Limpeza, Lavanderia, Produtos de Frigobar, Materiais de Consumo Geral

Sam’s Club

Atacadista

Produtos para Consumo Diário

e Parte dos Perecíveis

Mercadorama

Café da Manhã

Pães, bolos, Leite

Panificadora Coral

Frios, Embutidos

Central dos Frios

Kits Higiene Pessoal

A Machado Comercial Ltda.

Realgens Brasil Ltda.

Materiais de

Escritório

Livrarias Santa Cruz Ltda.

Uniformes

Decosil,

Camisaria Pinheiro

Gás

SuperGasBras

Materiais Elétricos

Abagge Com de

Materiais Elétricos

Enxoval Cama e

Quarto

Casas Perna

Serviço

Fornecedores

Jornal

Gazeta do Povo e

Folha de São Paulo

Manutenção Móveis

Ivo Santos

(autônomo)

Manutenção Telefonia

Carlos Bittencourt

(autônomo)

Manutenção Hidráulica / Elétrica

Paulo Cordeiro

(autônomo)

Manutenção de TV e Ap. Eletrônicos

Eletrônica Mercês

Manutenção de Aquecedores

Jairo Silva

(autônomo)

Manutenção Maquinas de Lavar

Bernardo Soares (autônomo)

Táxi

Rádio Táxi Sereia

Turismo

BBtur, Golden tour

Estacionamento

Estacionamento Muricy Bernod Ltda.

Luz, Água, Telefone

Copel, Sanepar, Brasil Telecom S/A

Internet

DI1000 Serv. Internet

Seguros

Tudor/Marsh Corretora de Seguros

Banco

Banco do Brasil, Bradesco, Real

Contador

Abel Molinare Contador

Cartão de crédito

América Express, Visa, Credicard

Convênios médicos

VIDA Emergências Médicas

Gráfica

DaioPress Gráfica

Os principais aspectos das parcerias firmadas com os fornecedores tangem a condições de preços diferenciados, cumprimento dos prazos de entrega, prazos de pagamentos e qualidade dos produtos/serviços.

 

4. Aspectos Relevantes

Regionalmente neste setor, a Empresa Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda., marca sua posição e reconhecemos seu papel num contexto de mercado, e os aspectos mais relevantes surgem quando analisados os ambientes que o constituem.

Curitiba, capital do Estado do Paraná, conserva seu ar europeu e não perdeu o estilo de vida tranqüilo mesmo com seu desenvolvimento. Colonizada principal-mente por imigrantes europeus, traz nas obras e realizações de seus habitantes um forte toque do velho mundo.

O perfil da sociedade conservadora em que o hotel esta inserido determina seus procedimentos de tratamento e convívio com a sociedade, além mesmo do perfil dos hóspedes. Outro fator que influencia diretamente a atividade da empresa é a crescente urbanização da cidade e região metropolitana, conseqüentemente ocasio-nando aumento na concentração de empresas e atividades econômicas, dentro e fora da cidade. Um fator que chama a atenção das pessoas que passam por Curitiba é a qualidade de vida da cidade.

Observa-se que existe uma relativa estabilidade política e econômica que a capital do Paraná oferece, empresas e industriais que estão se estabelecendo nela.

Os novos projetos e empreendimentos hoteleiros em Curitiba, que se concentram em hotéis para negócios, iniciaram com o Plano Real e o empenho do governo em estabilizar a economia, apesar da recente desvalorização do cambio (1999), que até certo ponto contribuiu também para a exploração dos hospedes estrangeiros (turismo para Santa Catarina passando por Curitiba e Mercosul) pois sendo o dólar maior que o real, o consumo aumentou. É evidente lembrar que antes os investidores internacionais não tinham intenção de desenvolver e expandir suas unidades para outro centro além dos do triângulo de metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) e as regionais pouco disponham de condições de financiamento para tal, ou seja, um mercado estagnado.

O mercado de hospedagem de Curitiba também diversifica, crescendo bastante a ofertas e surgimento de novos conceitos, principalmente com o aparecimento de flats e apart-hotéis. Grandes redes nacionais e internacionais investiram nessa área, aproveitando a implantação das empresas automobilísticas que trouxeram consigo grande número de executivos e gerentes estrangeiros. Juntamente com eles vieram empresas fornecedoras que também trouxeram muitos hospedes para essas empresas, tudo isso ocasionou uma grande concorrência por melhores serviços, bom preço e outros. Com mais demanda, o mercado interno registrou crescimento médio nos últimos cinco anos de aproximadamente 25%. Até Julho deste ano a rede hoteleira na capital terá um crescimento de 15%, com inauguração de sete hotéis e dez flats, aumentando para 13.600 o número de leitos. Segundo o presidente da ABIH-PR, Luiz Fernando Aguiar, o setor hoje formado por 79 hotéis e 19 flats cresceu demais e está saturado. "O alto crescimento deste setor vai causar um aumento da oferta que, a princípio, poderá beneficiar o turista, que terá acesso a preços baixos. No entanto, com o tempo, a qualidade dos hotéis vai cair, porque a arrecadação também acompanhará a diminuição das taxas, conforme a lei da oferta e da procura".

Entretanto os hotéis tradicionais têm uma queixa com relação ao regime jurídico dos flats e apat-hotéis, uma vez que esses alugam as unidades habitacionais, não incidindo ISS sobre os mesmos. Enquanto os hotéis pagam ISS sobre as hospedagens uma vez que são caracterizadas como "prestação de serviços de hospedagem", e não aluguel. Causando um desequilíbrio tributário que é motivo de discussão acirrada entre as classes interessadas.

Além dos negócios, os eventos na cidade movimentam muito o setor, como é o caso do Festival de Teatro de Curitiba, onde os artistas procuram diárias mais baratas, e travam-se verdadeiras batalhas para conseguirem a hospedagem dessas pessoas, ocasionando com isso quedas nos preços e muitas vezes na qualidade.

Portanto, vemos o setor hoteleiro de Curitiba como ascendente no momento mas no entanto, a diversificação, qualidade e preço é que tem atraído os hóspedes e só as empresas bem capacitadas e enxutas poderão vingar neste mercado.

 

5. Outros Aspectos Relevantes

O setor hoteleiro como um todo representa papel importante no contexto nacional e registra, conforme visto, uma ascendência constante nos últimos anos, não só localmente, mas nacionalmente, interagindo com outros setores e determinando um impacto nos ambientes relacionados. Esta revitalização e ampliação acontece por conta da globalização e principalmente pelas novas oportunidades de desenvolvimento que são criadas no país apesar das dificuldades econômicas existentes.

O setor hoteleiro e o turístico estão intrinsecamente ligados, sendo pois difícil desvincular um do outro. O turístico seja de lazer ou negócios depende diretamente do setor hoteleiro e vice e versa. O Brasil é considerado um dos países com grande potencial hoteleiro e turístico, e de acordo com a Embratur, este ramo movimentou em 1998 direta e indiretamente algo em torno de US$ 31,9 bilhões, e até 2003 a meta é de elevar esta receita em pelos menos US$ 5,5 bilhões. O crescimento existe, prova disto são os grandes investimentos, novos empreendimentos, instalações modernas, tecnologias, mão de obra especializada e estratégicas logísticas que se criam constantemente, além do índice médio de crescimento, segundo estatísticas da Embratur, período de 1995-1999, de 34,3%.

A melhor explicação para o desempenho está na política adotada pelo governo Federal em 1995, quando entidades de classe e secretários de Indústria, Comércio e Turismo elaboraram o Plano Nacional de Turismo. A partir da elaboração deste, o governo passou a abraçar o turismo como atividade estratégica de desenvolvimento para vários estados e municípios, favorecendo a indústria hoteleira e turística.

Diante deste cenário, o setor pretende ter, até o ano de 2003, não só a sua melhor participação no PIB nacional, mas também pode ter a menor diferença entre receita gerada por turistas estrangeiros no Brasil e despesas feitas por brasileiros no exterior. No período de três anos, 97-99o Brasil deixou a 43ª posição do ranking da OMT para a 29ª posição.

Temos alguns dados para entendimento do setor hoteleiro e turístico:

Indústria Hoteleira Brasileira

10 mil meios de hospedagens existentes

Geração de um milhão de empregos, entre diretos e indiretos

Receita bruta aprox. de U$ 2 bilhões

Patrimônio em torno de U$ 10 bilhões

Arrecadação de U$ 400 milhões em impostos e taxas

Fonte: Associação Brasileira de Indústrias e Hotéis

Taxas médias de ocupação Hoteleira

1994 – 57,6%

1997 – 62,4%

1998 – 61,7%

Os hotéis categoria Luxo registraram em 1998 taxas superiores a 63,5%

Fonte: Horwath Consulting & Soteconti Auditores Independentes S/C

Outros Indicadores

Municípios com Potencial Turístico, PNMT– Programa Nacional de Municipalização do Turismo: 1589

Pessoas qualificadas dentro do setor turístico pelo programa de capacitação profissional da EMBRATUR e Ministério do Trabalho: 1997– 80.000; 1998 – 140.000; 1999 – 118.000

Fonte: Embratur

Dados em 31/12/99

Hotéis: 1300

Transportadoras Turísticas: 1392

Empresas Org. de Eventos: 400

Agências de Viagens: 6.146

Fonte: Embratur

Metas para o Brasil até 2003

Aumentar para 6,5 milhões o fluxo de turistas estrangeiros

Aumentar para 57 milhões o fluxo de turistas nacionais

Aumentar para US$ 5,5 bilhões a receita cambial turística

Geração de 500 mil novos empregos

Fonte: Embratur

O setor hoteleiro e turístico apresentou crescimento jamais visto no país. Comparado a outros itens importantes da pauta de exportações brasileira, o crescimento da receita gerada com o setor é impressionante, apenas entre 97 e 98, este aumento foi de 41%, 28 pontos percentuais acima do crescimento da receita do minério de ferro, exportado no mesmo período, e 30 pontos acima do valor gerado com a exportação de açúcar. Em volume de divisas, só perde para a soja. Estes números atestam a real prioridade concedida ao setor pelo governo federal, já expressa nos programas, ações e metas constantes do Plano Plurianual de Desenvolvimento do Brasil, para o período 2000-2003.

Consciente da força e com a certeza de que o setor turístico é o caminho mais curto para incrementar novos processos de produção, o Governo Federal, por meio da Embratur, e em parceria com governos estaduais e municipais e com entidades do setor privado, implantou, nos últimos quatro anos, a Política Nacional de Turismo, que mudou radicalmente o perfil do setor. Sua concretização permitiu um salto qualitativo em várias frentes, trazendo à luz dados que, por sua expressividade, torna incontestável o consenso de que o setor turístico vem provocando uma "Revolução Silenciosa" no mundo. "Nós acreditávamos que turista tinha que cair do céu porque o Brasil era lindo por natureza. Com isso nós perdemos muito tempo. Agora, o governo federal entende que o turismo é um fato econômico e social e nós resolvemos sepultar os factóides e abraçar as causas estruturais", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Caio Luiz de Carvalho.

O impacto na arrecadação de impostos diretos e indiretos impulsiona o crescimento econômico de cidades turísticas já conhecidas, bem como dos pequenos municípios que foram se engajando à nova política, e hoje já chegam a 1.240 os de vocação turística que participam do Programa de Municipalização do Turismo, da Embratur, entre eles Curitiba, a "Capital Ecológica".

O que a atividade hoteleira realmente reivindica são atitudes no sentido de dar incentivos fiscais. Como exemplo podemos citar o caso de Salvador na Bahia onde o IPTU e o ISS são muito inferiores aos praticados em alguns municípios.

O ramo de hotelaria não tem muito impacto ambiental, uma vez que hotel tradicional pode ser comparado a um prédio de apartamentos. A não ser grandes complexos hoteleiros de lazer que envolve fontes naturais de águas, consumo elevado de energia e geração de grande quantidade de esgoto tanto orgânico como inorgânico. Mesmo assim a ABIH iniciou um projeto chamado "hospedes da natureza" em conjunto com a IHEI -Internacional Hotel Environmental Initiative com sede em Londres que é presidido pelo príncipe Charles e visa incentivar o setor privado a participar do processo de desenvolvimento sustentado e da construção de uma sociedade mais justa no planeta. O programa basicamente educa funcionários e hospedes a ter mais responsabilidade ambiental, racionalização do uso de energia e água, separação de lixo e tratamento de esgoto. Assim como nos outros setores os clientes de hotelaria também são críticos numa análise se a empresa tem responsabilidade ambiental ou um programa de incentivo a preservação da natureza e isso vem se tornando cada vez mais evidente.

Os hotéis estão também se informatizando, pois estão descobrindo que a tecnologia ajuda agilizar os processos, aumentar o controle, diminuir a evasão e melhorar suas vendas. Existem sistemas que com apenas alguns segundos os clientes podem fazer suas reservas e é possível com rapidez e segurança verificar a disponibilidade de quartos e já bloqueá-los automaticamente, há possibilidade de cercarmos todas as informações que necessitamos desde a entrada dos hospedes no hotel até a contabilidade, contas a pagar, estoques, taxas de ocupação e outros serviços, pois desta forma o gerente ou proprietário do hotel terá mais segurança na entrada e saída de numerários e estoques. A tecnologia permite a criação de bancos de dados que possibilitam o conhecimento do perfil dos clientes.

Existem hoje vários sistemas que são direcionados aos suportes das decisões operacionais, táticos e estratégicos. A automação e informática só vêm a agregar valor tanto a empresa como aos clientes. Percebendo esta importância, o Hotel Amazônia possui uma página na Internet, com baixo custo mensal, no segmento de viagens de lazer ou negócios.

As contribuições e percepções sobre esse setor demonstram as oportunidades de crescimento e as dificuldades que podem ser encontradas. Um fato inegável é que estamos enfrentando um contexto dinâmico e baseado em novos conceitos, hábitos e referências. Conhecer os ambientes é fundamental para garantir a produtividade para a empresa. A visão prática do processo também é importante, uma vez que é preciso valorizar oportunidades que tragam maior impacto para os negócios, controlando até mesmo os níveis de retorno e investimento.

Os objetivos de qualquer empresa são à busca da competitividade, rentabilidade e participação no mercado, aliados a inovação e renovação de produtos e serviços. O setor hoteleiro é um ramo de atividade bastante interessante e apaixonante, uma vez que é dinâmico e exige muita criatividade.

O país possui enorme potencial de crescimento interno, no entanto esse potencial só será aproveitado se novas atitudes do modo de fazer negócios forem adotadas. Para introduzir a mudança é preciso implementá-la. Mudanças resultam de ações e não de palavras, de instruções concretas e não de visões. O desafio é grande, como grandes são também as potencialidades de nosso município e país.

Os patrimônios históricos e culturais, juntamente com nosso meio ambiente, são bens únicos, inigualáveis e insubstituíveis. Cabe sim valorizá-los e transformá-los em insumos que, com a garantia de sua sustentabilidade, tragam o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

O aspecto mais relevante está na consciência que os sócios da Empreendimentos Hoteleiros Catarinenses Ltda. possuem, participando não só no que tange ao negócio principal da empresa, mas em todos os ambientes que a permeiam e, apesar de se considerarem pequenos empresários, o caráter humano, a responsabilidade e o civismo como único norte.