AIDS

O QUE É?

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS), cujo agente etiológico é o vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV, prevalescendo a sigla da língua inglesa), pertence á família dos retrovírus. Caracteriza-se por imunosupressão que resulta, principalmente da infecção e destruição de linfócitos T4, que são as células que comandam a resposta imune do organismo, caracterizando a doença. Além do tropismo por células sangüíneas, nervosas e musculares, o HIV pode desempenhar papel predisponente ou determinante de lesões graves nos sistemas nervoso, respiratório e digestivo.

A AIDS já é considerada por alguns autores como uma doença crõnica, não só pelo prolongado período de incubação - com casos que já se passaram 15 anos para o aparecimento da primeira infecção oportunista - como também pelos avanços terapêuticos que permitem uma sobrevida cada vez maior.

Alguns fatores podem contribuir para a diminuição do período de incubação e, conseqüentemente, o desenvolvimento precoce da doença. São eles: aumento da carga viral, pela reexposição ao HIV, que pode ocorrer por práticas sexuais sem o uso de preservativos e pelo compartilhamento de seringa contaminada no uso da droga injetada; tipo de vírus infectante, doenças sexualmente transmissíveis prévias, precária qualidade de vida.

 

COMO SE TRANSMITE?

O HIV já foi isolado no sangue, sêmen, secreções vaginais, saliva, lágrima, leite materno, fluido cérebro-espinhal, fluido amniótico e urina. porém, as evidências epidemiológicas mundiais indicam que apenas o sangue, o sêmen, as secreções vaginais e ,possivelmente, o leite materno, são fontes de infecçãodo vírus.

Portanto, os fatores de risco associados à transmissão do HIV são as variações freqüentes de parceiros sexuais que não se protegem, o uso de produtos de sangue não controlados e o uso de agulhas e seringas não esterilizadas. A mãe infectada pode transmitir o HIV a seu filho na gestação ou por ocasião do parto (transmissão vertical).

Toda a evidência epidemiológica acumulada indica que alimentos, água, insetos e contatos casuais não transmitem o HIV. Do mesmo modo, não foram documentados casos de transmissão pela saliva.

Observa-se, aliás, que o HIV é raramente encontrado na saliva e, quando presente, ocorre em pequena quantidade, como partícula viral extracelular. esta constatação confirma os resultado de estudos epidemiológicos que mostram ser a infecção por contato casual praticamente inexistente, mesmo entre membros da família expostos à saliva de pessoas infectadas.

 

QUAIS OS SINAIS DA DOENÇA?

Para se chegar ao diagnóstico de AIDS deve-se levar em conta o quadro epidemiológico, o conjunto de sinais e sintomas presentes, a ocorrência de doenças secundárias à imunodeficiência e a soropositividade confirmada para HIV.

a) ESTADIAMENTO - O quadro a seguir é uma sistematização didática que traduz os estágios clínicos que a infecção pode atingir no organismo humano. Desde o contato com o vírus (grupo I), até o desenvolvimento da doença (grupo IV), o período de incubação pode durar mais de 15 anos. Embora clinicamente assintomáticos, os indivíduos portadores do HIV podem transmitir a infecção em qualquer um dos estágios.

ESTADIAMENTO DA INFECÇÃO PELO HIV

GRUPO

CLASSIFICAÇÃO

CLÍNICA

SOROLOGIA

I

Infecção aguda

História de exposição a risco, febre alta, linfoadenopatia, mialgia, artralgia, dor de garganta, hepatoesplenomegalia, exantema máculopapular, meningite linfocitária com duração 7-14 dias.

Negativa.

Recomenda-se repetição após 3 meses.

II

Infecção assintomática

Ausência de sinais e sintomas.

Positiva

III

Linfoadenopatia persistente generalizada

Linfoadenomegalia envolvendo 2 ou mais regiões extrainguinais com duração de pelo menos 3 meses. Excluir outras doenças e o uso de drogas endovenosas

Positiva

IV

Doença manifesta

A - febre, diarréia, perda de peso superior a 10%.

B - doença neurológica.

C1 - Pnemicystis carinni , candidíase esofágica, histoplasmose, criptococose, citomegalovírus, herpes simples disseminada.

C2 - Leucoplasia pilosa, herpes zoster, tuberculose, candidíase bucal.

D - Neoplasias secundárias - linfomas, sarcoma de Kaposi.

E - Pneumonite intersticial crõnica e outras doenças não relacionadas nas categorias anteriores.

Positiva

 

b) DOENÇAS ASSOCIADAS - O diagnóstico de AIDS pode, também, ser orientado pelas seguintes doenças mais freqüentemente encontradas nos pacientes, como conseqüência da imunodepressão causada pelo HIV.

 

DOENÇAS FREQÜENTEMENTE ASSOCIADAS À IMUNODEPRESSÃO CAUSADA PELO HIV

Doenças causadas por

protozoários e helmintos

  • pneumonia por Pneumocystis carinni

  • Toxoplasmose ocular ou do sistema nervoso central

  • Estrongiloidíase pulmonar ou disseminada

  • Criptosporidíase intestinal

Doenças causadas por

fungos

  • Candidíase

  • Criptococose

  • Hostoplasmose

Doenças causadas por

bactérias

  • Tuberculose

  • Micobacterioses

  • Doença periodontal

  • Úlceras aftóides

Doenças causadas por

vírus

  • Citomegalovírus

  • Leucoencefalopatia miltifocal progressiva

  • Herpes simples e zoster

  • Leucoplasia pilosa

  • Condilomas e papilomas

Neoplasias

  • Sarcoma de Kaposi

  • Linfomas

  • Cânceres

Outros

  • Pneumonite intersticial linfóide crõnica

  • Úlceras aftosas recorrentes

  • Púrpura trombocitop~enica

  • Alteração das glândulas salivares

  • Melanoses

 

c) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA INFECÇÃO PELO HIV - O diagnóstico laboratorial do HIV pode ser feito através de técnicas que detectem o antígeno, ou do isolamento do vírus. Em triagens sorológicas, os testes que pesquisam anticorpos são os mais utilizados.

A infeção pelo HIV é, em geral, seguida do aparecimento de anticorpos demonstráveis contra o vírus. Tal aparecimento de anticorpos se dá, normalmente, dentro das doze primeiras semanas pós-infecção.

Denomina-se "janela imunológica" ao intervalo entre a infecção e a possibilidade de detecção de anticorpos anti-HIV por técnicas laboratoriais.

Raramente indivíduos infectados apresentam pesquisa de anticorpos persistentemente negativa após doze semanas de infecção. Do mesmo moso, já foi relatado que pacientes em fase terminal de AIDS podem, excepcionalmente, apresentar pesquisa de anticorpos negativa, sem que isto, obviamente, signifique remissão do quadro.

Ao contrário do sucedido em outras infecções, o aparecimento ou existência de anticorpos contra o HIV não é garantia de imunidade. Da mesma forma, o resultado negativo não significa que o indivíduo seja imune ao vírus.

É conveniente ressaltar que os testes sorológicos não são totalmente sensíveis e específicos, admitindo-se que haja um reduzido percentual de resultado falso-positivo e falso-negativo.

 

TESTES LABORATORIAIS PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-HIV

  • ELISA (ENZYMA-LINKED IMMUNOSORBENT ASSAY)
  • IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA
  • WESTERN BLOT
  • RADIOIMUNOPRECIPITAÇÃO
  • RADIOIMUNOENSAIO
  • AGLUTINAÇÃO DE PARTÍCULAS

 

 

TESTES LABORATORIAIS PARA A DETECÇÃO DO ANTÍGENO E PARA ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO HIV

  • CULTURA
  • PESQUISA DE ANTÍGENOS VIRAIS CIRCULANTES
  • PESQUISA DE CARACTERIZAÇÃO DE VÍRUS

 

 

COMO PREVENIR A AIDS?

 

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