Ilê Axé Agawerê Xapanan

Belford Roxo - RJ

Nossa História

 

                        A história de nosso Ilê começa por volta de 1890, com a chegada ao Brasil da africana Inês Joaquina da Costa (Ifá Tinuké), a Tia Inês, que funda  o  Ilê   OBÁ OGUNTÉ, no Sítio de Água Fria, em Recife (PE), a mais antiga casa de culto Nagô de Pernambuco e uma das mais venerandas do Brasil. Essa casa é, portanto,  uma das matrizes da principal Nação de culto afro-brasileiro - a NAGÔ, que guarda alguma semelhança com a Nação Ketu da Bahia.

                    O Ilê OBÁ OGUNTÉ, mais conhecido hoje como Sítio de Pai Adão (sucessor de Tia Inês), é um modelo de culto sob todos os pontos de vista: na sofisticação ritual, na beleza de sua música e da dança, no número de divindades cultuadas (ali são encontradas divindades não encontradas em nenhum outro lugar do Brasil), no poder espiritual das possessões, tudo indicando uma tradição conservada com fidelidade inédita, em relação às suas raízes.

                    Tia Inês, ao vir para o Brasil, trouxe consigo várias divindades, sob a forma de símbolos, imagens, objetos e inclusive sementes, para plantar um imenso pé de gameleira, existente até hoje, o qual é venerado como a divindade Ìròkò.

                    A casa funcionou sempre como uma grande comunidade de negros africanos e de seus descendentes. Com a morte de Ifá Tinuké, em 1916, ela passou a ser liderada por Felipe Sabino da Costa (Ope Watanan), conhecido por Pai Adão, que foi sem a menor sombra de dúvida a maior personalidade da história do Xangô de Recife, entre outro talentos, por seus poderes espirituais, seu conhecimento profundo dos fundamentos rituais, estéticos e mitológicos da tradição e seu domínio do idioma Yorubá.

                    De Pai Adão até hoje, todos esses fundamentos e esse fabuloso conhecimento foram transmitidos sucessivamente à Obalonein, Fatemi, e  Oluandê para que finalmente fossem passados em Belford Roxo (RJ) à Osunaloji (Pai Milton), que zela pela conservação e manutenção dessa tradiçao recebida, no  Ilê Axé Agawere Xapanan.

                     Em seu Ilê, cujo Orixá Patrono é Yemöja, as novas gerações de filhos de santo recebem dele todo esse rico arsenal de cultura afro-brasileira, com fundamento na Nação Nagô-Egbá.