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ANOTAÇÕES
V de Vingança
Livro I
Por Madelyn Boudreaux - 27 de abril de
1994.
Estas anotações foram preparadas por uma classe de graduação
em Pesquisa Literária, sob a direção do Dr. James
Means, da Universidade Estadual do Noroeste da Louisiana, durante
a primavera de 1994.
Na realização destas anotações, adotou-se
um sistema que permite ao leitor seguir cada entrada facilmente.
O primeiro número indica a página na qual a entrada original
pode ser achada. O segundo número indica a linha de arte, numerada
de cima para baixo; a maioria das páginas têm três
linhas de arte, enquanto algumas tem menos. Finalmente, o último
número indica a coluna, numerada da esquerda para a direita.
O prólogo do Livro Dois está de lado mas o
mesmo sistema se aplica se o (a) leitor (a) virar o livro como ele ou
ela normalmente faria para ler as palavras.
Títulos ou trechos de obras literárias, pinturas e obras
cinematográficas são apresentados em itálico.
As referencias bibliográficas aparecerão sempre entre parênteses.
Então, com tudo isso esclarecido, podemos começar:
7, -, - Europa Depois do Reino (título)
O título do primeiro livro refere-se à pintura Europa
Depois da Chuva de Max Ernst, e retém dentro dela implicações
de reviravoltas climáticas de um ataque nuclear próximo.
Depois do Reino certamente se refere à dissolução
da realeza com um certo anel ominoso, da mesma maneira que o título
da pintura implica um grande peso em cima de todo continente. A imagem
da página do título, de uma única mão enluvada
(que com certeza indica tempo frio) colocando algo pesado e sombrio sob
a superfície, contribui para a natureza ominosa. A pintura, intitulada
L'Europe Apres la Pluie, foi criada entre 1940 e 1942. É
descrita como uma cena fúnebre cheia de ruína e putrefação,
povoada apenas por criaturas bestiais que vagam solitárias ao redor,
(pg. 44-45). Ernst tinha criado trabalhos semelhantes que implicavam
os arruinados, os fossilizados, os inanimados; superfícies parecem
estar decadentes, corroídas por ácido e perfuradas com inúmeros
buracos como a superfície de uma esponja, (pg. 44).
Durante algum tempo antes da Segunda Guerra (trabalhando na técnica
chamada de decalcomania, datando de 1936, 37, 40 - será
que foi realmente antes da guerra? Onde ele estava neste momento? Estava
sendo posto em vários acampamentos, sendo reposto em outros, fugindo
e finalmente voando para a América (pg. 94). Mas foi depois da
sua premonição de guerra traduzida em realidade
que ele fugido para a América. Lá, assombrado pelas recordações
de uma Europa feita em pedaços, ele criou a composição
também chamada Europa Nach dem Regen que se traduz como
A Europa depois da Chuva ou A Europa depois da Inundação
(pg. 44).
Ernst nasceu em 1891 em Bruhl, sul de Colônia, às
margens do Reno (pg. 29). As suas pinturas descrevem freqüentemente
um mundo no qual a história de gênero humano foi apagada
completamente por um evento cataclísmico no Universo ... ou pelo
ato consciente de revolução que destruiu tudo (pg. 8).
Em 1925, o melhor amigo dele, Paul Eluard escreveu sobre a atitude
mental de Ernst, que buscou destruir toda a cultura que foi
herdada ou não como resultado de experiência pessoal, como
se fosse um tipo de esclerose na sociedade Ocidental: 'Não pode
haver nenhuma revolução total mas somente revolução
permanente. Como o amor, é a fundamental alegria de viver'
(nota de rodapé, pg. 8).
Ernst participou de exibições dadaístas onde
os observadores destruíram a sua arte e observaram seus pedaços
pregados na paredes e espalhados no chão. Para alcançar
a galeria onde se desenrolou o evento, espectadores atravessaram o lavatório
de uma cervejaria onde uma menina vestida como uma beata que acabou de
receber a comunhão recitava versos lascivos. A exibição
foi fechada sob a acusação de fraude e obscenidade (baseado
na estampa de Adão e Eva de Drer, que tinham
sido incorporada em um das esculturas de Ernst). Subseqüentemente,
ela foi reaberta.
De acordo com Hamlyn, o evento foi realizado para embaraçar
e provocar o público (nota, página 8). Este elemento de
drama e provocação também é uma linha seguida
em V de Vingança.
9, 1, 1, O 15 de Novembro...
Esta é a primeira referência ao dia de Guy Fawkes,
o aniversário do dia em que Guy Fawkes foi pego no porão
de Parlamento com uma grande quantidade de explosivos. Fawkes era
um extremista católico e um herói militar que se distinguiu
como um soldado corajoso e de fria determinação, através
de suas façanhas lutando com o exército espanhol nos Países
Baixos (Encyclopaedia Britannica 705). Ele foi recrutado por católicos
insatisfeitos que conspiraram para explodir o Parlamento e matar o rei
James I. James tinha trabalhado para instituir uma multa
à pessoas que se recusassem a comparecer as missas anglicanas (Encyclopaedia
Britannica 571), somando isso à opressão que os católicos
já sofriam na Inglaterra. Um do conspiradores alugou uma casa que
compartilhava parte de seu porão com o Parlamento, e o grupo encheu
esse porão de pólvora. Fawkes foi escolhido para
iniciar o fogo, e foi determinado que ele devia escapar em quinze minutos
antes da explosão; se ele não pudesse fugir, ele estaria
totalmente pronto para morrer por tão sagrada causa, (Williams
479). Um dos conspiradores tinha um amigo no Parlamento; ele advertiu
o amigo para não estar presente na abertura durante o dia escolhido
para o atentado, e o paranóico rei James imediatamente descobriu
o complô. Fawkes foi pego no porão e foi torturado.
Ele foi executado exatamente em frente ao Parlamento no dia 31 de janeiro
de 1606.
9, 3, 2, Utopia (livro na estante)
Este foi o mais famoso trabalho de Sir Thomas em 1516 (Sargent
844) no qual ele esboçou as características humanitárias
de um sociedade decente e planejada, (Greer 307) uma sociedade de
comum propriedade de terra, liberalidade, igualdade, e tolerância
(Greer 456).
9, 3, 2, Uncle Tom's Cabin (livro na estante)
Escrito por Harriet Beecher Stowe e publicado em 1852, este romance
fala sobre os deprimentes estilos de vida dos negros escravos no Sul dos
EUA, contribuindo enormemente com o sentimento popular de anti-escravidão
(Foster 756-66).
9, 3, 2, O Capital (livro na estante)
Este foi a obra máxima de Karl Marx, publicada em 1867.
Foi seu maior tratado sobre política, economia, humanidade, sociedade,
e governo; Tucker o descreve como a mais completa expressão
(de Marx) de visão global.
9, 3, 2, Mein Kampf (livro na estante)
A biográfica proclamação das convicções
do líder nazista Adolf Hitler, Mein Kampf (Minha
Luta), foi escrita durante o seu encarceramento após a sua primeira
tentativa de golpe contra o governo bávaro, em 1923 (Greer 512).
Sem nenhuma dúvida, Moore quis ironizar ao colocar este
trabalho próximo ao de Marx, Já que a extrema-direita
nazista era forte oponente do comunismo.
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