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ANOTAÇÕES
V de Vingança
Livro III
Por Madelyn Boudreaux - 27 de abril de 1994.
70, 3, 1, 1812 Overtune Solennelle
Este peça musical, escrita em 1880 por Peter Ilich Tchaikovsky,
foi a consagração da Catedral de Cristo de Moscou. A catedral
foi construída em agradecimento à derrota de Napoleão
em 1812. O trabalho incorporou um velho hino russo, e incluiu tanto o
hino nacional francês, a Marseillaise, para representar a
invasão de Napoleão e God Save The Czar (Deus
Salve o Czar) para simbolizar a vitória de Rússia. Moore
provavelmente escolheu este trabalho tanto pelo seu som revolucionário,
quanto por um motivo incomum: a orquestração original incluía
sons de tiros de um campo de batalha que o maestro produzia ao acionar
interruptores elétricos (Adventures in Light Classical Music 34),
uma ação que V imita com suas bombas.
83, 3, 1, Ordnung
Palavra alemã que significa, nesse caso, ordem, disciplina
(Betteridge 452).
Aparentemente, na edição da Via Lettera, a grafia
está errada: a palavra está escrita como Ordung.
83, 3, 2, Verwirrung
Palavra alemã que significa confusão, perplexidade, desordem
(Betteridge 686).
84, 1, 1, Rodando em giro cada vez mais largo,/ O falcão
não escuta o falcoeiro;/ Tudo esboroa.../... o centro não
segura.
Estas palavras são do poema de William Butler Yeats, The
Second Coming (A Segunda Vinda), que fala sobre uma figura que representa
Cristo/anti-Cristo que sustenta a caótica história da humanidade
(Donoghue 95-96). Isso ilustra visão de V de um mundo caótico,
mas V acredita que como resultado do caos virá a ordem.
Isto também está prenunciado, pois V representa um
Cristo/anti-Cristo e Evey é a segunda vinda. O trecho em
inglês do poema original é o seguinte:
Turning and turning in the widening gyre the
Falcon cannot hear the falconer.
Things fall apart...
the centre cannot hold.
89, -, - Todavia, como se diz, vale tudo no amor e na guerra. Como,
no caso, trata-se de ambos, maior a validade./ Embora ostente os cornos
de um traído, não serão/ eles uma coroa que usarei
sozinho./ Como vê, meu rival, embora inclinado a pernoitar fora,/
Amava a mulher que tinha em casa./ Há de se arrepender/ O vilão
que roubou meu único amor,/ Quando souber que, há muitos
anos.../ Eu me deito com o seu.
V fala freqüentemente, como ele faz aqui, em pentâmetro
iambico, que é um esquema rítmico. Cada linha consiste
em cinco pés métricos, cada um dos quais contêm duas
sílabas, uma breve (átona) e uma longa (acentuada), (Encyclopedia
Americana 688). Simplificando, um pentâmetro iambico é
uma coluna de cinco estrofes, cada uma formada por um iambo, que
é uma medida - um pé de verso - constituído de uma
sílaba breve e outra longa. Falando em versos brancos, característicos
de peças Jacobeanas, V presta uma homenagem. Era
comum que os dramas Jacobeanos fossem uma peça de vingança,
que V imita em mortal adaptação ao longo da história.
O texto original em inglês é o seguinte:
Still all in love and war is fair, they say,
this being both and turn-about's fair play.
Though I must bear a cuckold's horns, they're not a crown that I shall
bear alone. You see,
my rival, though inclined to roam, possessed
at home a wife that he adored. He'll rue
his promiscuity, the rogue who stole
my only love, when he's informed how
many years it is since first I bedded his.
96, -, - A Queda dos Dominós (imagem)
Os dominós, que V tem colocado em pé desde o começo,
estão prontos para cair. Na pequena história de Harlan
Ellison Repent, Harlequin! said the Ticktockman
( Arrependa-se, Arlequim! disse o Homem-Tick-Tack), o primeiro ato de
terrorismo do Arlequim é descrito dessa forma:
Ele tinha tocado o primeiro dominó na linha, e um após
o outro, em um chik, chik, chik, tinham caído.
Repent, Harlequin! said the Ticktockman demostra
uma ridícula distopia onde o tempo é tanto os meios quanto
os fins para o facismo; nisto, o atraso é erradicado pela constante
exigência da vingança bíblica: se um indivíduo
está dez minutos atrasado, dez minutos são tomados do fim
de sua vida. Neste mundo, o Arlequim, disfarçado com uma
fantasia de palhaço, consegue perturbar o tempo derramando 150.000
dólares em balas de mascar em uma multidão de transeuntes
que esperam em uma calçada móvel. As balas de mascar, que
são um mistério já que foram deixadas de ser fabricadas
há mais de cem anos (como os fogos de artifício de V
e o badalar do Big Ben na página 145 de V de Vingança),
literalmente impede o funcionamento da calçada e anula todo o sistema
desse mundo por sete minutos. Este ato faz do Arlequim um terrorista
contra o estado, e o Mestre Controlador do Tempo (o Homem-Tick-Tack
do título) tem que descobrir a identidade do encrenqueiro antes
do sistema ser totalmente destruído. Muitos dos truques de V
são semelhantes aos do Arlequim: ambos usam fogos de artifício
para se comunicar com as massas, e ambos aparecem sobre edifícios
para zombar das massas com canções ou poemas. O Ticktockman
sabe, como Finch, que a identidade do Arlequimé menos
importante que o entendimento de o que ele é. O Arlequim
e V fundamentalmente representam idéias opostas àqueles
que dirigem seus mundos, e ambos, embora usem de destruição,
semeiam os que detém o poder para demolir as realidades que os
consomem. Ambos são, de certa forma, celebridades, e ambos são
inimigos do estado porque eles querem ser reformadores deste [uma referência
à Civil Disobedience (Desobediência Civil) de Henry
David Thoreau].
98, 2, 1, Dietilamida de Ácido Lisérgico
Também conhecido como LSD ou LSD-25, esta droga é
um psicotrópico que induz a um estado de psicose. Foi isolada pela
primeira vez em Basle, Suíça, em 1938 por Albert Hoffman,
que a sintetizou a partir de um fungo que ataca cereais, causando uma
moléstia conhecida como ferrugem de gramíneas (Stevens 3-4).
99, 1, 1, Quatro tabletes
Hoffman também foi a primeira pessoa a experimentar a LSD-25.
No seu primeiro experimento, ele usou 250 miligramas (Stevens 4). Ele
experimentou uma violenta viagem e as doses subseqüentes foram reduzidas
para menos de dois terços da quantidade inicial (Stevens 10). Assim,
os quatro tabletes de Finch, cada um com 200 miligramas, era uma
quantidade muito, mas muito excessiva.
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