Fica Comigo?
by Paulinha
Cap 1
- Nop.
- Por favor, por favor, por favor!
- Nop, nop, nop – repetiu calmamente pela milésima vez.
- Por favor?
- Não.
- Ah, mas eu...
- Não.
- !
- Não.
- Então ta. Não precisa mais. Acho, então, que vou dar o meu ingresso do show do Green Day para outra pessoa.
- NÃO!!! – ela berrou assustada – você não faria isso !
- Não? Espere e verá.
- ... você sabe o quanto esse show do Green Day significa pra mim!
- Sei, claro. Mas você também sabe o quanto isso significa pra mim e não quer me ajudar.
- Mas... ! Arg! Como você é egoísta!
- Não baby! Egoísta é você. Vai me ajudar, ou não, com esse pequeno.....?
- Não!!!! Já disse! – Ela interrompeu.
- Então eu acho que vou ligar pro e ver se ele quer ir comigo pro show. Afinal, eu vou ficar com um ingresso sobrando...
- !!! Pára! Você não pode fazer isso , não pode!
- E você pode fazer isso por mim..
- Não , você sabe bem, que eu não posso! Não é certo, nem coerente e...
- E é importante pra mim!- interrompeu. – Assim como o show do Green Day é importante pra você. Ou até mais que isso.
- Mas , isso eu... eu não posso fazer... mas você dar esse ingresso pra outra pessoa por vingança é infantil, e egoísta e...
- Mas é isso que vou fazer. E não é por vingança . É porque se você não é minha amiga o suficiente pra me ajudar, você também não merece ir a esse show.
- , eu quero te ajudar! Mas não precisa ser dessa maneira.
- É a única maneira .
- Não, não é. Tenho certeza que a gente pode tentar de outra forma...
- É? Como?
- Ah, , não sei, a gente pode ver alguma coisa depois e...
- Quer saber? Onde está meu celular? – o garoto disse apalpando os bolsos da calça jeans larga. – ah, aqui...
ficou observando enquanto ele discava um número.
- ? – ela, abobada, ouviu ele dizer – Ah não, tudo certo sim.. escuta, você não estava procurando um ingresso pro show do Green day?.... Sim, eu sei que está esgotado, mas é que eu tenho um sobrando aqui, e eu tava pensado se você não tava a fim de ir... ah, claro! Os lugares são bons, quer dizer, dá pra ouvir eles tocando pelo menos! Haha.. ok, combinado então. É, é sexta-feira. Haha, legal. Ok, eu levo amanhã pro colégio. Tchau!
- Ah , não acredito! – disse com um pouco de raiva.
- Ah, , você não quis me ajudar...
- Cara, você não presta! – ela gritou pegando sua mochila no chão da sala de e saindo da casa do garoto. Ela ainda ouviu gritando alguma coisa como “ espera” mas ela não deu ouvidos. Como ele poderia simplesmente distribuir o ingresso que era dela!? Bom, que ele ia dar pra ela, já que nem sempre a mesada dava pra comprar ingressos caros assim.
Com raiva, foi andando para sua casa, enquanto começava a chuviscar.
- Merda de chuva! – ela falou baixinho, puxando o capuz do casaco para cobrir sua cabeça. Sentiu o celular vibrar no bolso. Olhou no visor. “”.
- Eu acho que vai chover. – disse saindo da janela.
- Hum...
- Melhor eu ir pra casa de uma vez...
- Hum...
- Será que a já ta lá?...
- Hum...
- ?
- Hum..
- ..... – repetiu – você está ouvido o que eu estou falando? – ele tirou o fio da televisão da tomanda.
- !! – gritou.
- Assim é melhor – ele sorriu.
- Eu to vendo o jogo , coloca esse fio na tomada...
- Ah, agora você presta atenção em mim né?
- Arf , coloca esse treco no lugar! Eu quero ver o jogo!
- Só se você me escutar antes.
- E depois você vai colocar essa televisão pra funcionar de novo?
- Vou. Vai me escutar?
- Eu tenho escolha? – respondeu aborrecido.
- Bom, na verdade não, a não ser que você queira assistir...
- fala logo cara!
- Ah, sim, claro... Eu acho que vai chover...
- E?
- E que eu já vou andando pra casa....
- Hum.... e?
- Bom...
- Você não quer que eu te acompanhe, quer?
- Não!
- Hum... ta, e daí... – falou impaciente.
- Sei lá, eu tava pensando... será que a já está em casa? – perguntou.
- Era isso que você tinha que falar comigo?
- Bom, era...
rolou os olhos.
- Sei lá, liga pra ela.
- É, eu acho que...
- .
- Hum..
- Coloca essa tomada de volta no lugar.
- Ah sim, claro, cl....
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – e ouviram um grito.
- ! – ambos disseram ao mesmo tempo, correndo da sala para o quarto no andar de cima.
- Será que ele não consegue se virar um minuto sem a gente? – falou, tropeçando no tapete do corredor.
- ?!?! – gritou vendo o garoto dentro do seu quarto enquanto estava atrás da porta do banheiro.
- Tira a arma dele! – soltou um grito abafado.
- ARMA??? – e falaram em uníssono.
- HAHA! – gritou erguendo uma arminha de plástico que esguichava água.
olhou para que estava secando os respingos d’água do rosto.
- O ... – ele começou a dizer mas foi interrompido.
- Nah, deixa pra lá... ele só gritou porque hoje não é dia dele tomar banho... – falou e soltou uma gargalhada.
- Ei, eu posso estar atrás da porta mas ainda consigo ouvir...
- É mesmo? – falou irônico – , vamos ligar pra logo... já começou a chover – apontou para a janela aberta.
Ambos se viraram para sair do quarto.
- Ei! – chamou – vocês vão me deixar aqui sozinhos com esse louco? – Os dois fingiram não ouvir e começaram a descer as escadas – Mas ele tem uma arma!! – Eles ainda ouviram gritar.
- Pobre coitado – comentou.
- Ah, ele vai superar... assim que descobrir que água não vai fazer ele derreter nem nada...
pegou o telefone sem fio e sentou no sofá discando o número de .
- ? – a garota disse.
- Yep baby, cadê você?
- To na chuva, indo pra casa...- ela disse meio triste.
- Ei, que voz é essa?
- Ah, nada... é só que...
- Hum...
- O ...
- O que tem o ?
- Ele quer que eu ajude ele com umas coisas sabe e... – ela se lembrou de pedindo que ela não contasse nada a ninguém... – Bom e não é uma coisa muito normal de se fazer, mas..
- Mas....
- Mas eu não quis ajuda-lo, e agora ele disse que eu não sou amiga dele o suficiente e... agora eu estou com peso na consciência...
- Bom baby, se é uma coisa que vai te afetar, não faça... mas se você acha que não tem problema... sei lá, você e o são tão amigos... se você acha que pode ajudar...
- É, odeio admitir, mas você ta certo.
- Eu estou sempre certo. – ele riu.
- E sempre convencido...
- Na, convencido nada, realista... em todo caso, vem aqui pra casa... a gente pede uma pizza...
- Não ... ta chovendo, o deve estar..
- O ta aqui.
- Ah, mesmo assim.. – ela falou correndo para debaixo de uma marquise, já que a chuva estava ficando mais forte.
- Pizza de chocolate. – sabia que tinha dito as palavras mágicas.
- , quem vai entregar uma pizza de chocolate quando se está chovendo assim?
- O entregador de Pizza? – ele disse como se fosse óbvio, ouvindo ela rir do outro lado da linha.
- Ah, ok, você venceu. – ela disse desligando o telefone. Afinal, a casa de era mais perto que a sua, e ela não estava nem um pouco a fim de pegar mais chuva.
Entrou em uma rua à esquerda, se mantendo protegida da chuva.
Pegou o celular novamente e discou um número.
- ? – ela perguntou quando o menino atendeu o telefone.
- , desculpa, eu não...
- Olha , tudo bem.. eu só quero dizer que eu topo. Eu faço o que você me pediu.
- ... olha, eu já prometi o ingresso pro ... não vou poder dizer que vou te dar ele agora e...
- Tudo bem – ela interrompeu – Não me importa. Eu vou fazer isso por você e não pelo ingresse ...
Ela não viu, mas o garoto abriu um largo sorriso do outro lado da linha.
- Obrigada. Mesmo.
- Ah, tudo bem... você merece.
- ?
- Hum... – ela disse distraída.
- Eu nunca liguei pro baby... o ingresso ainda é seu.
Ela riu.
- Jura? Ah , se um dia eu tiver alguma dúvida de porque ainda sou sua amiga, você por favor, me faça lembrar desse dia.
- , atende! – berrava.
- Eita, vocês dois não param de ver esse jogo nem pra abrir a porta – o garoto saiu da cozinha resmungando.
- Shhhhhh - pediu silêncio.
- Ainda reclama.... – resmungou baixinho – ! Ei ei, não me abraça, você ta toda molhada!
- Não abraça mesmo não, o tem alergia à água – comentou sem desviar os olhos da tv.
- Ah, cala a boca – o garoto respondeu mal humorado. Voltou para a cozinha.
- Tudo bem baby? – perguntou indo em direção à garota, mas se tirar os olhos da televisão.
- Tirando o fato de que eu estou ensopada, com frio e com a impressão de que meu relógio parou de funcionar... tudo ok sim.
- Ah. Deve ter sido a água da chuva...
- , quando acabar o jogo você fala comigo... tenho a impressão de que você ta achando que quando olhar pra mim a televisão vai fugir, ou algo assim... – ela riu.
- Ah, er.. desculpa – ele se virou para ela – t-tudo bem? – ele disse indo abraça-la, mas desistindo ao ver que a garota estava realmente encharcada.
- Pelo jeito não é só o que tem alergia à água. – brincou.
- Bom, se você quiser tomar um banho... já sabe onde tem toalhas limpas... Deve ter alguma roupa sua aí... – disse sem graça.
- Hum.. ok.. – ela começou a subir as escadas, deixando a mochila no chão da sala de – Oi – ela falou quando passou por ele, mas o garoto apenas resmungou em resposta.
Meia hora depois desceu as escadas da casa de com as roupas trocadas, e o cabelo já seco. Encontrou , e enfrente à televisão.
- ! Não sabia que estava aqui! – ela disse fazendo menção de falar com o garoto.
- Shhhhhh – ele respondeu –está no finalzinho do jogo.
- Nossa... você também? Acho que vou ficar com o , ele ainda ta na cozinha?
- Ta sim, mas nem pense em ir lá... – disse – a menos que queira ser expulsa a vassouradas.
- Por que o me tiraria da cozinha a vassouradas?
- Porque ele não quer que ninguém descubra a “receita secreta” da pizza de chocolate dele. – falou pela primeira vez desde que tinha chegado.
- Ah que lindo! Vocês realmente fizeram pizza de chocolate pra mim! E olha, o ainda fala!
- Haha – o garoto riu irônico.
- Yep, o sempre me surpreende, nunca achei que o cérebro dele fosse desenvolvido o suficiente pra que ele conseguisse ouvir e comer ao mesmo tempo.... imagina falar... – disse.
e riram. apenas os ignorou.
- Em todo caso – a garota falou – Não acho que o vá me bater – e se virou na direção da porta da cozinha.
- É sério... se eu fosse você não aparecia lá... – disse e quando se virou para falar com ele, viu a marca roxa que o menino mostrava na perna.
- Outch! – ela disse – acho que vocês vão ter que me aturar um pouquinho mais aqui...
- Ah, tudo bem, o jogo está acabando mesmo.... – disse.. – Ei! Tem secador de cabelo aqui em casa? – ele completou, reparando nos cabelos secos da garota.
- Última gaveta do armário do banheiro. Lado direito. – falou.
- Ah... ainda funciona é?
- Parece que sim... – ela riu, indo se sentar entre os garotos, mas antes que chegasse no sofá os três começaram a se levantar, resmungando algo como “pernas-de-pau”. O jogo tinha terminado.
- Af! Zero a zero. – comentou dando um beijo na bochecha da garota.
- Manchester merecia ganhar.- foi a vez de dar um beijo na garota.
- Que isso - contestou – Liverpool tava jogando muito melhor... Oi baby! – ele mordeu a bochecha da garota.
- Outch ....
- E então….- começou – quem se arrisca a ver se o já terminou com a pizza?
- Você...- falou.
- Por que eu?
- Porque eu, o e o votamos, e você perdeu – disse rapidamente.
- Ah, só vou porque eu que te prometi uma pizza de chocolate ...
- Boa sorte.. – a menina respondeu.
Os outros três ficaram na sala, em silêncio, prestando atenção nos ruídos que vinham da cozinha. Não demorou mais que cinco segundos para eles ouvirem a voz de .
- , AI, não, pára! Au! Ei, eu só quero... , larga!
, e abafaram os risinhos quando voltou para a sala.
- , dear, se você quiser MESMO essa pizza, vai ter que se arriscar. Eu não volto na cozinha.
A menina apenas assoviou e se dirigiu ao sofá, ligando o videogame.
Os cinco se encontravam na sala de , comendo pizza. tinha feito duas pizzas gigantes com sua “receita secreta”, a qual todos tinham que admitir que era realmente muito boa.
- , você não quer trabalhar pra mim não? – perguntou – Juro que toda vez que eu for pedir pizza de chocolate eu vou ficar pensando nessa aqui. É cem vezes melhor do que da pizzaria...
- Eu sei. – disse simplesmente – Quanto você vai me pagar se eu aceitar trabalhar pra você?
- Nada. Não tenho grana pra ficar bancando cozinheiro nem nada... Já me basta o que vive com o aluguel atrasado e eu fico pagando por ele.
- Ei! – exclamou – Isso só aconteceu uma vez!
deu de ombros.
- E por que eu trabalharia pra você de graça? – mordeu mais um pedaço de pizza.
- Porque você me ama.
- Amo? – ele disse de boca cheia fingindo ironia.
- Uhum. – ela afirmou – Muito.
- Ok, mas isso não é o suficiente pra trabalhar de graça.
- Se você diz. – falou naturalmente.
- Eu posso trabalhar pra você – disse e todos olharam para ele.
O Garoto mantinha os olhos no copo de refrigerante a sua frente.
- Ah , eu também te amo muito, mas você não faz pizzas de chocolate...
- Bom, nesse caso... – ele falou.
- Se você quiser ser meu mordomo eu aceito – disse se protegendo do pedaço de pizza que o amigo jogava nele – ah, vai dizer que você também não me ama?
, e riam enquanto tacava casquinhas da pizza em cima de .
e chegaram em casa mais tarde naquela noite. Ambos dividiam um apartamento em Londres. dependia do dinheiro dos pais, que só tinham deixado ela morar lá por causa dos estudos, e de uma grana que ganhava trabalhando em uma locadora aos domingos. tocava com uma banda em uns bares as vezes, mas ele queria mesmo formar sua própria banda com , e , mas eles tinham poucas músicas prontas e todos estudavam, o que dava a eles pouco tempo para ensaiar e buscar contrato com alguma gravadora. Além disso a mãe de disse que ele só poderia se dedicar realmente à banda quando terminasse os estudos.
O apartamento dos dois não era luxuoso, nem grande nem nada. Era apenas um apartamento barato de estudantes do terceiro ano, mas um tanto quanto organizado, para se acreditar que um garoto morava ali. , que conhecia já fazia tempo, sempre soube que o garoto era organizado que não ia deixar o apartamento virar uma bagunça.
- Baby, seu celular ta tocando.
- Hum? – ela disse meio desligada.
- Seu celular.
- Ah, sim, obrigada honney. – ela disse pegando o celular e se sentando no sofá.
- Vou tomar banho ok? – sussurrou no ouvido dela, dando um beijo na bochecha da garota.
- Okie – ela respondeu – Alô? Ahn? ? AAAHH filhote, quanto tempo!! Como estão as coisas aí na Austrália?
- Xuxu! Ta tudo ótimo! E as coisas em Londres?
- Ah , Londres ta na mesma! Mas eu quero saber da Austrália, conta!
- Ah, bom, ta sendo ótimo esse tempo aqui... mas eu posso contar tudo quando chegar aí...
- Ahn? Chegar aqui? , não brinca! Você ta voltando??
- To sim... semana que vem eu já deve estar no colégio te enchendo o saco...
- Ahhh! Que ótimo!! Você fez meu dia filhote! A gente ta com uma puta saudade! Mas não tem nenhum problema com o colégio? Quer dizer, você perdeu aulas com esse intercâmbio e talz...
- É, mas foram só umas duas semanas e talz, nada que eu não possa recuperar e... Ai , pára garota, me larga! – começou a discutir com sua irmã, que estava tentando pegar o telefone das mãos dele – , depois você fala com a , me solta... aaaaaiiii!
ouviu um barulho estranho e logo depois a voz de .
- Sua lunática baderneira, como estão as coisas por aí?
- Ah, tudo na mesma aqui amiga! Mas e na Austrália? Muito canguru? – riu.
- Nem... tem muitos gatinhos aqui. Você ia gostar...
- Nem me conta... vou ter que fazer uma visitinha aí bem rápido...
- Ah, tem mesmo... Você vai adorar, todos loiros, lindos e... , quer ficar quieto? – falou com o irmão – Ah , eu tenho que desligar, o ta dando um ataque aqui, dizendo que não vai ficar pagando ligação pra Inglaterra pra que eu possa ficar falando de garotos.... Mas pode deixar que a gente coloca o papo todo em dia semana que vem!
- Fechado!
- Ok então amiga, beijos pra você...
- – disse alto para que a amiga não desligasse o telefone.
- Quê?
- Vocês já ligaram pro ?
- Já sim... Você acha que o vive sem o ?... Ai , só to falando a verdade! Para de me bater!
riu ao ouvir os dois discutindo.
- Não, o não vive sem o . – respondeu.
- Pois é... amiga agora tenho que desligar mesmo antes que essa praga do meu irmão me deixe roxa aqui.... AI! pára com isso!....
- Er... Beijos pra você xuxu...- disse desligando o telefone em seguida.
Sentia-se feliz. Sua turma de amigos ia voltar a ficar completa agora que e iam voltar do intercâmbio que fizeram na Austrália. Imaginava o que ia achar disso.
já estava de pijama, vendo televisão quando apareceu na sala.
- Banho demorado esse hein. – ela disse.
- Hum, desde quando você passou a regular o tempo que eu fico no banho han?
- Desde que eu divido a conta de luz com você.
- É... Justo. – ele disse indo pegar um copo de água na cozinha, que era separada da sala apenas por um balcão parecido com os dos pubs.
- . – chamou – Vem cá, senta aqui... tenho que te contar uma coisa.
- Diga – ele se sentou no sofá ao lado dela.
- Adivinha quem está voltando pra cá?
- Voltando?
- O !
- Uou! Que máximo...
- É... e a está voltando com ele, sabe...
- Ah, e eles vão voltar pro colégio? Quer dizer, eles já perderam bastante aulas e...
- Ah , como se você estivesse realmente se importando com isso...
- Eu.. eu estou! Afinal...
- Ah fala sério que você não está nem um pouquinho feliz que a vai voltar...
- Claro que estou, ela e o são meus amigos desde sempre e...
- Corta essa xuxu, vai ficar fingindo agora que vocês não se pagaram antes dela ir pra Austrália?
ficou calado por um tempo. A verdade é que gostava de , mas por vários motivos e desencontros os dois só ficaram juntos um dia antes dela viajar e agora já haviam se passado alguns meses e ele não tinha mais certeza de nada. Sentiu um vazio quando a garota foi embora, e agora que ele tinha se acostumado a viver sem , ela estava voltando para Londres. Ele sentia medo de que nada fosse como antes, dos dois se estranharem, ou pior, ela poderia ter arranjado um namorado lá no outro continente e ter se esquecido dele. O próprio tinha feito um esforço enorme para tirar a garota da cabeça.
- Ah baby, é que.... – começou a falar.
- É que?... – ela insistiu.
desviou o olhar.
- Sei lá, parece que faz tanto tempo que ela foi embora e... bom, eu demorei pra me acostumar com o fato de que ela estava longe... e tem os garotos lá da Austrália também... eu... eu não sei se a gente vai se dar bem de novo, se ela vai ter esquecido de mim, se teria como a gente... ah baby, eu não sei de nada...
- Eu... eu nem tinha pensado por esse lado... sei lá, as vezes acho que o mundo é todo colorido e que tudo vai dar certo... mas pode ser que não seja exatamente assim...
- Nah, tudo bem... queria ser sonhador assim como você.. haha...
- Bobo. – ela disse mostrado a língua.
- O que você ta vendo na tv?
- X factor.
- Sério? – ele disse contorcendo o rosto.
- Qual o problema boy?
- Nenhum...
- Hum... Anyway, eu só estava esperando você sir do banho pra te contar as novidades... eu to indo dormir... longo dia amanha na locadora... – se levantou e deu um beijo de leve na bochecha de .
- Eu não sei porque você insiste em trabalhar aos domigos...
- Pra pagar a conta de luz que vem alta por causa dos seus banhos demorados...
- Engraçadinha.. – ele respondeu – Boa noite baby.
- Boa noite .
Cap 2
Já eram quase cinco da tarde e estava louca para fechar a locadora e voltar pra casa, mas parecia que todo mundo tinha resolvido alugar filme na hora que a locadora fechava.
“Ah droga, eu ainda tenho que estudar hoje” ela pensou ao ver mais uma pessoa entrando e pedindo dica para um filme de suspense.
Cinco e meia e o local estava finalmente vazio. estava organizando alguns filmes que as pessoas haviam devolvido, quando ouviu atrás de si o barulhinho irritante daquele sininho, que indicava tinha alguém entrando na locadora.
“Mais um não..” ela pensou e se virou para a porta.
- ? ?
- Viemos te buscar – disse.
- É, você tava demorando muito... – completou.
- Fazer o quê? – ela falou vendo os amigos se dirigirem para as prateleiras dos filmes – Não posso fechar o lugar se ainda tiver gente aqui dentro...
- Começa a cobrar hora extra – falou
- É, uma boa idéi.... Ah não ! De novo?? – exclamou.
- Qual o problema? – o garoto disse com a cara fechada segurando o filme “De Volta Para o Futuro”.
- , toda vez que você entra aqui você fica segurando esse filme... isso quando não aluga...
- E qual o problema? É você que assiste? Aliás, deveria assistir porque é muito bom e...
- Uou! Lindsay Lohan! – berrou do outro canto da locadora com um filme da atriz nas mãos. largou o ‘De Volta Para o Futuro’ e foi para onde o amigo estava.
- Ainda vou fazer um filme com ela – o garoto disse.
- Achei que você quisesse ser músico – falou desligando o computador.
- E quero. Mas isso não me impede de fazer um filme com a Lindsay Lohan impede?
deu de ombros.
- Prefiro a Kate Holmes – falou.
- Uhhh.. ela é boa também – concordou.
- Voltando a falar em música meninos... – começou – já pensaram no nome da banda de vocês?
- Já. Todos ruins. Alguma sugestão? – perguntou.
- Além de todos aqueles nomes que eu coloquei na lista e vocês rejeitaram? – Ela disse irônica - Não...
- Ah, sei lá, chuta um nome aí... quem sabe.. – falou distraído.
- Hum.. Marty Mcfly?
- Por que diabos eu colocaria o nome de uma personagem na minha banda?
- Porque você gosta do filme? – ela falou como se fosse óbvio.
- E? – perguntou – como se eu fosse colocar o nome da banda de Marty Mcfly por causa disso...
- Ok senhor “eu-não-sou-viciado-em-De-Volta-Para-o-Futuro”, foi só uma opinião.. afinal, vocês que pediram... Anda, vamos embora, to loca pra fechar isso aqui....
saiu e esperou ela do lado de fora. colocou uns filmes de volta no lugar e foi em direção à saída, mas parou no meio do caminho e se voltou para .
- Ei, qual o problema? – ela disse.
- Você acabou de me dar uma boa idéia baby... obrigado! – e deu um beijo forte na bochecha da menina, saindo da locadora.
- McFly? – perguntou.
Estavam todos, com exceção de , na casa de e , senados no chão da sala, estudando. Ou pelo menos fingindo que estudavam.
- Mas só McFly ? Assim, do nada? – perguntou.
- É – o garoto disse simplesmente.
Todos olhavam para ele em silêncio.
- Ah, vamos, é um nome legal! – tentou animar os outros.
- Eu gosto – se adiantou – soa bem!
- Ok, dois votos. Mais alguém? – perguntou. levantou a mão.
- Eu voto a favor – ela disse.
- Mas você não é da banda...
- E? – ela respondeu.
- Por mim tudo bem! – se manifestou. – McMosca... é legal!
- ? – perguntou. – Só falta você...
- É genial! – o garoto disse animado.
apertou os olhos, fixando-os em .
- Quando eu dei a sugestão você achou ridículo não é ?
- Ah, mas você tinha dito Mar.... Ai , não me bate pára com isso! – gritou enquanto a garota tinha partido pra cima dele rindo. Os outros garotos riam também. – ai , o livro de Biologia não, ele é pesado... Outch!
- Isso... é.... pra.... você... – ela dizia entre golpes que dava de leve no garoto com o livro, e entre protestos do garoto – aprender..... a não subestimar.... as.... minhas.... idéias..... aaaaaaai! – ela gritou.
havia conseguido segurar os pulsos da garota, fazendo com que ela parasse de bater nele. Porém dessa vez tentou dar pontapés nele, enquanto ria, mas foi mais rápido. Jogou a menina pra trás, no chão, colocando as penas dele abertas, do lado das dela, ficando por cima da garota, e ainda segurando seus pulsos. Ela não conseguia parar de rir.
- Hum... – fingiu estar pensativo – o que eu faço agora guys?
- Montinho... – disse se levantando e ameaçando ir pra cima dos dois.
- Não... Não por favor... vocês são muito pesados e...
- Olhaaa chamou a gente de gordo... – disse enquanto ele e se levantaram e pularam em cima dela e de . se jogou por último fazendo a garota gritar e rir muito.
- Então McFly ta decidido? – perguntou ainda “deitado” em cima dos outros.
- Se eu disser que sim você sai daí de cima? – perguntou com uma voz esganiçada.
- Nop – disse e todos riram novamente.
- , volta pro Top of The Pops.
- Nop. – o garoto disse segurando firme o controle remoto.
olhou pra ele que deu um sorriso amarelo.
- Ah, vamos assistir um documentário sobre E.T.s é legal.
- É, um máximo. – falou com uma voz monótona, se levantando e trocando o canal no botão da própria televisão.
- Ah, , não to a fim de assistir o V não.
- Qual é... eles são legais.... ‘Gonna be blood sweat and tears’…. – a garota começou a cantar alto, vendo fazer cara feia enquanto mudava o canal novamente – ‘Gonna be hard work and fears’ – ela continuou enquanto aumentava o volume da Tv.
- Vai ficar cantando V mesmo? – perguntou.
- Ah , não quero ficar ouvindo falar que os extraterrestres vão dominar a mente humana....
- Já dominaram – ele respondeu olhando fixamente pra tv – de acordo com esse documentário – ele apontou para a televisão esperando que olhasse para o programa - eles estão começando a controlar as pessoas lá na Oceania e... Outch, pobre ... espero que ele também não tenha sido dominado por esses seres e...
- . – disse olhando para ele, enquanto o garoto continuava com os olhos na tv.
- Hum..
- Me dá esse controle.
- Nops.
- ...
- Hum – ele olhou pra ela.
- O controle – apontou para o objeto não mão do amigo. Ele apenas balançou negativamente a cabeça.
- Ah é? – ela disse avançando para cima dele, mas foi mais rápido, guardou o objeto dentro da calça do pijama.
- Haha! Acho que agora você vai ter que assistir o programa de alienígenas!
- , eu ainda posso levantar e mudar de canal pela tv mesmo...
- Ah, bom.. – ele ficou vermelho – é verdade...
- Mas isso não faria o meu feitio – ela deixou transparecer um sorriso maldoso nos lábios.
- O que você... – disse confuso, mas nem teve tempo de terminar a frase. rapidamente agarrou o cós da calça do garoto e puxou pra baixo. Ele só teve tempo de segurar, desesperado, a calça pra cima.
- Eiii solta! Não puxa minha calça pra baixo... você vai acabar me deixando pelado!
- Ah , você já devia saber que eu não tenho medo de te deixar pelado meu bem – ela falou com uma voz um pouco irônica enquanto ainda tentava arrancar as calças do garoto – Portanto, a não ser que você me devolva esse controle agora, você vai ter que esconder.. hum... seu pacote... – ela riu ao dizer a última palavra. – Então vai me dar o controle ou não?
primeiro arregalou os olhos como se estivesse realmente com medo dela arrancar suas calças. Depois, surpreendentemente, abriu um sorriso maldoso.
- Nop.
- Ah não? – ela falou alto – então eu vou...
Mas o toque do seu celular interrompeu sua fala. começou a rir.
- Parece que não é hoje que você vai ter o privilégio de tirar as minhas calças e ver, como é que você chamou mesmo? Ah, sim, e ver o meu “pacote”...
deu a língua para o garoto, soltando as calças dele.
- Não pense que eu não vou voltar para o segundo round. – e se levantou, pegando o celular na mesa e indo para o quarto deixando com cara de bobo no sofá.
- Alô? – Ela atendeu o telefone, se sentando na beira da cama.
- Baby, quanto que é um número imaginário elevado ao cubo?
- Não sei.
- Ahhhh droga... você era minha última esperança... tenho q entregar esse dever feito pra professora amanhã.
- Parece que eu sou sua última esperança em tudo né ? – ela disse se jogando de costas na cama.
O garoto, do outro lado da linha, ficou constrangido.
- Er.. bom você focar nesse assunto...
- É?
- Ah , não fica de má vontade... pensa no quanto isso é importante pra...
- Ok, ok ... eu sei…
- Bom... sobre esse assunto... er.... dá pra gente conversar melhor amanhã? Quer dizer, antes da aula começar a gente se encontra e combina tudo...
- Ok – disse já se conformando com a idéia. Não que fosse muito difícil ajudar o amigo, mas era que...
- Então ta... amanhã você me espera na entrada ok? – continuou.
- Fechado.
- Certo, agora pensa um pouquinho, quanto que dá um número imaginário elevado ao cubo?
Ela riu.
- , eu já disse que não sei! Mas posso perguntar ao se você quiser....
começou a rir.
- Ei, eu estava falando sério!
- Não, não estava baby... A única coisa que se pode perguntar pro , e ter certeza que ele vai saber responder é quando a pergunta é sobre música...
riu também.
- Ok então...
Os dois continuaram naquela conversa por mais quinze minutos, até percebeu que tinha que voltar a fazer o dever de matemática e desligou o telefone.
se levantou e foi indo para a sala. Parou ao ver que estava assistindo Top of the Pops. E melhor, parecia estar gostando.
Ela sorriu, e sem fazer barulho voltou de fininho para o quarto e foi dormir. Afinal, já estava ficando tarde.
Cap 3
- Ah , eu acho que vou desistir!
e estavam na entrada do colégio, conversando.
O garoto olhava para os próprios pés.
- Mas olha... – ele insistiu – não precisa ser o tempo todo, NÃO É pra ser o tempo todo – corrigiu – É só quando ela...
- Eu sei, eu sei – disse – mas a gente vai ter que... – ela fez um gesto com as mãos.
- Ah , qual é?! Como se a gente nunca tivesse se beijado jogando verdade ou conseqüência.
Ela ficou vermelha.
- É verdade... mas...
- , não pode ser tão ruim assim você fingir que é minha namorada, pode? – perguntou vendo a garota secar as mãos suadas na calça jeans. – Ah vai... não pe o tempo todo... só faixada mesmo... tenho certeza que a Gina vai querer ficar comigo depois que ver a gente juntos... você é uma das pessoas que ela tem ciúmes.. eu sei disso....
- , como você é estúpido! – falou rápido - Não deveria ficar tentando fazer ciúmes em uma garota pra conseguir ficar com ela, porque, se ela não gosta de você, afinal de contas, por que você ficaria com ela? Qual o sentido disso tudo, você tem que ter mais orgu...
- , não muda de assunto... – viu a garota olhar pro chão – Não desiste vai... isso é importante pra...
- Ta bom! – ela disse nervosa, mas firme – Mas , só porque eu sou muito sua amiga e sei que isso é importante pra você.. mas olha, eu juro que ao vou muito longe com isso.. – ela falava com um tom de lição de moral - Se não der certo logo de cara, eu não vou levar pra frente essa história... Quero deixar tudo bem claro que isso não é muito legal e que não vai durar muito tem...
Antes que pudesse terminar sua frase, calou-a um beijo, o que assustou a garota, que ficou sem reação. Ela não viu, mas naquele momento uma menina de longos cabelos negros passava pelos dois fazendo cara feia.
- , tira a mão do meu cabelo! – disse irritado, tentando empurrar de volta para o banco de trás do carro que dirigia.
- O que você colocou nesse cabelo cara? Laquê? – riu.
ao lado dele deu uma risada alta.
- Não, peguei seu gel emprestado – respondeu visivelmente mal humorado.
- Ah, não pegou não... – provocou – o meu gel deixa os cabelos bonitos sabe?
fechou os olhos irritado e virou para o banco de trás.
- Olha, dá pra você ficar quieto? Ou eu arranco a sua cabeça pra jogar basquete durante o intervalo! Aí, duvido que tenha gel que resolva! – e com um gesto brusco ele virou pra frente.
- Eu acho – disse baixinho pra que só ouvisse – que ele confundiu o laquê da mãe dele com o desodorante... Por isso ta irritado assim...
bateu com a mão na cabeça de .
- E por que o usaria o desodorante no cabelo? – ele disse igualmente baixo.
deu de ombros.
- Ah, mas eu sei porque o boy aqui está tão irritado – disse alto dessa vez, com uma voz arrastada – É porque a não ta indo de carro pro colégio com a gente hoje....
- Ah, cala a boca – falou descontraído.
- Vai dizer que é mentira? – falou pela primeira vez.
- Até você tirou o dia pra implicar comigo? – falou fazendo uma voz fina.
deu os ombros.
- Que seja.... Mas cara, teu cabelo ta esquisito mesmo!
deu um olhar mortal para o amigo.
- Ta, desculpa – falou meio tímido.
Seguiram por mais alguns minutos em completo silêncio. A não ser por que de vez em quando fazia uns barulhos esquisitos com a boca, simulando um carro de fórmula 1.
- Mas ... – arriscou depois de um tempo – Por que, afinal a não veio com a gente de carro? – ele ignorou os risinhos de e vindos do banco de trás.
- Ela disse que tinha que falar com o antes de entrar, e veio mais cedo.
- Hum... – olhou pela janela – mas o que era tão importante assim, que ela não podia esperar pra vir com a gente?
ia responder um ‘Não sei’, mas foi mais rápido:
- Acho que já descobrimos ... – ele apontou para o lado de fora do carro.
se virou e viu beijando , perto da entrada da escola.
- O que é isso? – disse alto, dando uma freada brusca no carro.
- Eu nuca soube que eles se gostavam – disse com uma voz demente, se segurando no banco da frente.
- NEM EU! – gritou – Como assim a ta saindo com o e não me fala nada?!
- Eles tem saído é? – perguntou abobalhado.
- Sei lá cara, mas você não ta vendo eles dois juntos? – falou com uma voz esganiçada.
se restringiu a rir a situação.
- Namoradinhos.. namoradinhos – começou a cantar enquanto saia do carro.
e saíram também.
- Até que enfim eles se largaram – comentou olhando para e .
- Não vai dar ataque de ciúmes hein .... – bateu no ombro do amigo.
olhou para ele com a cara amarrada.
- Não, o já fez isso pela gente...
- Ah mas o pode – comentou.
- Pode é? – falou sarcástico.
- Ah cara, eles são quase irmãos... natural que ele sinta ciúmes...
- Ah, vamos entrar – mudou o assunto – deixa que o sabe estacionar o carro sozinho.
- Duvido – falou baixinho, fazendo os amigos rirem, e os seguindo para dentro do colégio.
soltou . A garota tinha os olhos arregalados.
- A Gina tava passando – ele e explicou.
- Ah... – ela riu sem graça.
- Não foi ta ruim assim não é? – estava constrangido.
Era estranho, aqueles dois amigos, que nunca tiveram vergonha um do outro, mesmo já tendo se beijado antes, estavam agora sem graça.
- Não, claro que não ... – disse ao sentir que suas bochechas coravam.
- Certo.... – ele disse colocando as mãos no bolso – ah.. olha... , e a vista... – o garoto apontou pra onde os outros estavam, visivelmente tentando mudar de assunto.
- Hum... – resmungou desejando que os garotos chegassem perto deles logo. Nem estava tão apreensiva quanto achava que fosse estar, só não queria nem dar chance para que ambos ficassem mais sem graça. Ela ia ter que se acostumar com aquela situação e seus amigos também.
Mas e se....?
- ! – ela disse de repente.
- Hum... – ele se virou rápido pra ela.
- Os garotos, quem dizer, o , o ... eles.. eles podem saber a verdade sobre a gente?
fez uma cara de que não tinha pensado sobre o assunto.
- ... não.. não me leva a mal mas... – ele foi ficando um pouco vermelho – eu confio nos garotos e tudo... mas as vezes...
- As vezes eles falam demais? – ela completou.
- É... – ele falou tímido – não se importa se eles acharem que estamos mesmo juntos? Quero dizer – o garoto tentou explicar – se eles falarem demais o nosso esforço vai ter ido todo por água abaixo e...
- Ok – sorriu. Estava se sentindo mais a vontade. Mesmo que tivesse que fingir para seus amigos que estava com , ele era um de seus melhores amigos e merecia que ela o ajudasse.
Ele deu um sorriso meio torto e olhou para o lado vendo , e chegarem perto deles. O garoto pegou a mão de , piscando para ela.
- Isso não vai precisar durar muito tempo. Eu prometo. – ele disse baixinho, se virando para os amigos.
- Caaaaaras! – ele disse arrastado cumprimentado cada um, sem desgrudar as suas mãos das de – Cadê o ?
- Estacionando a lata velha – respondeu e concordou com a cabeça.
olhava fixo para as mãos de e . Agora ele sabia o que tinha que falar com o garoto que não poderia esperar.
- Oi . – prendeu o riso, vendo que o garoto não tirava os olhos das mãos dela e de . O garoto pareceu despertar.
- Ah.. Oi – ele forçou um sorriso – o está...
- Estacionando o carro – ela disse.
- É – coçou a cabeça.
sorriu e se voltou para a conversa que estava tendo com e .
- É, ele disse que passou gel, mas eu acho que é querosene... – dizia.
ignorou o comentário, que sabia ser sobre o seu cabelo.
- E então... – ele começou, fazendo com que todos prestassem atenção nele – Vocês estão juntos agora?
Pronto. Ele tinha perguntado algo que os outros estiveram evitando perguntar até agora.
olhou para .
- É, a gente ta.... a gente ta namorando.... – ele disse sem olhar para ela.
- Mas jáaaa??? – perguntou assustado – ontem vocês eram amigos e hoje...
- Yep. – riu abraçando . Era divertido ver a reação dos amigos. , por exemplo, estava com cara de quem não sabia o que significava a palavra ‘namorando’.
- Hum... – resmungou – Vamos entrar? – ele mudou de assunto – quer dizer, a gente não precisa ficar esperando o .. não é como se ele não soubesse o caminho pra sala ou algo assim....
deu de ombros.
- Verdade... Melhor a gente entrar mesmo, quero me livrar das perguntas do ... – ela puxou a mão de e foi andando pra dentro do colégio, sendo seguida pelos outros três.
“Por que você entrou de mãos dadas com o na sala? E por que o ta parecendo que comeu algo estragado? OK, eu ia perguntar por que o ta agindo como um autista, mas isso já é normal. - ”
leu no papelzinho que tinha batido na sua cabeça quando a professora estava de costas.
“Longa história. E o deve ter comido algo estragado mesmo... aposto que a tal da Lilly dormiu na casa dele ontem. Haha. A gente... bom, a gente meio que ta namorando. Eu e o , quero dizer - ”
“O QUÊ? COMO ASSIM você e o estão ‘meio que namorando’?? Não vai me explicar isso melhor não??!?! Desde quando vocês tão juntos? Como que isso aconteceu? – . P.s: Por que o não ficou em casa? Ta me dando enjôo olhar pra cara dele. - ”
“Desde hoje de manhã. Longa História. Te conto depois. E eu não sei porque o não ficou em casa..- ”
“Pergunta pra ele – ”
“Eu não me arrisco. Pergunta você - ”
“Sem chance. Cadê o ? – ”
“Acho que o se perdeu... e o ta com a cara feia mesmo. Acho que foi o querosene que ele passou no cabelo – ”
“Como assim você e o estão “meio” que namorando? E o ta com ciúmes – ”
“Ei, quem te entregou esse papel? – ”
“Interceptei - ”
“Do que o ta com ciúmes? – ”
- Srta – viu a professora pegar o papel que ela estava escrevendo – você deveria prestar um pouco mais de atenção em Sócrates do que... – e ela começou a ler o papel – do que no ciúmes do Sr . – falou dando um sorrisinho e jogando o papel no lixo.
rolou os olhos.
e conversavam no banheiro feminino durante o intervalo. Os outros tinham ido para a cantina, para garantir um lugar nas mesas. já tinha se juntado a eles desde a segunda aula.
- Então quer dizer que você não esta namorando o de verdade? – falou baixinho.
- Nop. Mas ninguém pode saber que isso é mentira. Se descobrirem a verdade todo nosso sacrifício vai embora...
- Entendo... É bem capaz de dar certo... quer dizer, vocês sempre foram muito amigos e a última namorada do morria de ciúmes de você por isso... Não acho que alguém vá duvidar que vocês estejam realmente namorando.
- Espero... – sorriu.
- Posso ser o pivô da separação de vocês? – perguntou entusiasmada – acho que comecei a gosta da brincadeira também!
- Ahhhn? – olhou com uma cara desentendida para a amiga.
- Ah qual é? Vai dizer que você não pensou que ia ter que terminar com ele um dia?.. e que ia ter que contar alguma historia esfarrapada pra acreditarem...
deu de ombros.
- Se tudo sair como eu espero, o ‘pivô’ da nossa separação vai ser a Gina....
concordou rindo.
- Hum... pivô da minha separação e do ... só você mesmo... hunf, deixa o ouvir isso! – comentou, já se protegendo do que a amiga faria a seguir.
- Juro que não sei de onde você tira idéias de me juntar com o – jogou água na outra, que ria.
- Eu com ciúmes? – procurava uma mesa junto com e . e vinham conversando mais atrás.
- Não, o . – falou.
- Também... – completou.
- É, você ta muito esquisito hoje . É ciúmes sim.
- Não, não é. – ele disse calmamente. Afinal, não era mesmo.
- Se você diz – deu de ombros – Olha, tem uma mesa ali – ele apontou.
Os cinco se sentaram. , e ouviram o final da conversa de com .
- Você não é o pai dela cara, para de agir como se fosse!
ficou vermelho.
- É porque eu gosto muito dela e...
- Eu também. Antes da gente namorar sempre fomos muito amigos, lembra? – disse.
- É... – concordou.
- Pois é, eu não vou machuca-la nem nada do gênero – riu – ela só vai mudar lá pra casa e a gente te liga quando precisarmos de alguém pra cuidar dos netinhos...
deu um olhar mortal para que parou de falar.
- Relaxa dude, a é bem grandinha... como se ela nunca tivesse namorado pessoas com retardamento mental antes – disse rindo.
- Nah , a nunca namorou com você – devolveu, rindo também.
- Falando de mim? – ela chegou com e abraçou por trás. Era realmente divertido ver a reação dos amigos. Resolveu se divertir mais um pouquinho e se sentou no colo dele. Nada que ela não tivesse feito antes, mas agora aquilo provocava um certo espanto em todos eles.
- Ah, qual é gente, não é como se fossemos de outro planeta né? – ela brincou – Ok, vamos mudar de assunto, o tava assistindo Top of The Pops ontem.
Imediatamente todos os outros que estavam a mesa se viraram para .
- Qual o problema? – ele deu de ombros, mas por baixo da mesa dava um pontapé na canela de .
- Não acredito que você ficou assistindo V ontem... – comentou.
- E como você sabe que estava passando V ontem no Top of The Pops? – peguntou, deixando o amigo extremamente vermelho – em todo caso, eu achei a Fearne muito boa, se é que vocês me entendem.... E é um bom programa pra se ver bandas pop e talz... ainda quero levar o McFly lá...
- McWho?? – e perguntaram juntos.
- Méquiflái – repetiu , fazendo o nome parecer bem estúpido – a nossa banda.
- Então agora vocês têm um nome?? – se entusiasmou – e de quem foi a idéia ridícula?
e levantaram o dedo.
- Ah, tinha que ser... – ela riu.
- Que isso, nem é tãaaaaao ridícula assim – comentou, fazendo todos na mesa começarem a discutir sobre isso.
“Agora sim”. pensou. Eles agora tinham outro assunto além do seu ‘namoro’ com .
Cap 4
estava na casa de e as duas conversavam enquanto preparavam o almoço, naquele mesmo dia.
- Foi hilário ver o dando uma de seu irmão mais velho pra cima do ! – dizia enquanto colocava o arroz na panela.
- Foi sim.. – cortava alguns legumes – mas o melhor mesmo foi ver a cara deles quando eu e o começamos a nos beijar...
riu alto.
- É verdade... E tava todo mundo confuso, sem entender porque a tal da Gina passou rápido por a gente, esbarrando na nossa mesa...
- Sabe que eu acho que essa história pode dar certo? – comentou – Quero dizer, eu realmente não acreditava que essa “tática” do fosse surtir algum efeito – ela tirou o cabelo do rosto e parou olhando para , ainda com a faca de legumes na mão – Mas até que parece que vai funcionar..... Não que a Gina lá – ela falou de um jeito engraçado que fez rir – fosse um poço de simpatia e parasse pra falar com a gente ou algo assim.. mas ela também nunca esbarrou na nossa mesa de propósito...
- Ainda mais, derrubando, digamos.... acidentalmente, o refrigerante em cima de vocês.
riu olhando para a blusa do colégio que ainda tinha uma mancha do refrigerante.
- Ainda por cima, bem na hora que a gente tava se beijando... – ela comentou – bom, deixa eu colocar isso aqui pra lavar de uma vez... – e tirou a blusa enquanto andava pra área ficando só com a parte de cima de um biquíni, que ela, as vezes, usava no lugar do sutiã.
O telefone de começou a tocar.
- Aiii baby, toma conta do arroz aqui que o meu celular ta tocando... droga, eu esqueci de avisar pra minha mãe que eu vinha pra cá... – e saiu correndo, deixando as coisas para fazer.
surgiu na cozinha momentos depois, apenas enrolado em uma toalha e com os cabelos pingando.
- Cadê a ?
- No telefone... termina de cortar isso aqui pra mim que eu tenho que vigiar o arroz? – ela foi correndo diminuir o fogo.
- Ih baby, não posso... eu tenho que me arrumar logo, to indo pro bar, vou tocar hoje a tarde...
- Não vai comer em casa?
- Nop... que tipo de pessoa é obrigada a trabalhar num bar numa segunda-feira? – ele disse se apoiando na pia.
- O tipo de pessoa que precisa ganhar dinheiro com isso....
- Se pelo menos eu pudesse tocar com a minha banda de verdade...
- , não reclama, bem ou mal você ta fazendo uma coisa que gosta! Eu trabalho aos domingos em uma locadora!
deu de ombros, comendo pedaços de alguma coisa que estava preparando.
- Olha, se não vai me ajudar não atrapalha! – ela disse.
soltou o que estava comendo e saiu da cozinha apontando para a cabeça.
- Viu? Já to indo secar o cabelo... – ela ouviu o garoto dizer – Oi – ele falou quando passou por ela.
A menina voltou para a cozinha.
- Não vou poder ficar até tarde aqui – resmungou – minha mãe disse que eu não faço nada quando venho pra cá e que fico o dia todo comendo besteira..
- Avisou pra ela pelo menos que dessa vez você não vai comer pizza aqui? – perguntou.
- Como se fosse adiantar alguma coisa eu falar isso pra ela... duvido que fosse acreditar.
- Acho que vou tirar uma foto sua comendo arroz e feijão e mandar em um email pra tua mãe....
- Eu não me surpreenderia se depois disso ela colocasse uma estatueta sua em um altar...
Elas riram. passou atrás das garotas, assobiando, ainda de toalha mas com um secador de cabelo nas mãos.
- , por que você não coloca uma roupa? – prendeu riso.
- É contra minha religião – ele olhou pra ela – e pelo visto não é só a minha – ele riu, mordendo o pescoço da garota e colocando a mão na sua cintura.
Ela olhou pra baixo e reparou que estava só de calça e biquíni. Deu de ombros.
largou sua mochila em cima do sofá da casa de .
- Então o que tem pra comer?
- Vai na geladeira e procura, abusado.
- Ainda de mal humor? – Perguntou indo pra cozinha.
respirou fundo.
- Foi mal... Só to um pouco cansado - ele sentou no sofá.
concordou balançando a cabeça.
- Acho que todos estamos... e olha que as aulas mal recomeçaram...
- É...
- , pode fritar batata?! – e ouviram gritar.
- Pode! Aproveita e faz... hum.. sei lá, faz um ovo pra gente!
- Batata frita com ovo ? – perguntou. balançou o ombro.
- Não tem! – gritou novamente.
- Ah... bom, então faz um sanduíche! – gritou de volta.
- Não tem pão... nem queijo....
- Ah.. é... o que tem então ? – se levantou e foi para a cozinha.
- Batatas – deu de ombros.
bufou.
- Preciso fazer compras. Alguém disposto a ir comigo? – ele perguntou quando apareceu na porta.
- Pois é, acho que eu to ouvindo minha mãe me chamar... – coçou a cabeça.
- É, eu acho que tenho que ir embora...
rolou os olhos.
- Tudo bem, vocês podem ficar aí, eu vou fazer algumas compras – ele disse pegando a carteira e as chaves em cima da mesa da cozinha – Eu volto em meia hora, não acabem com as batatas – e saiu pela porta dos fundos.
e riram, colocando o óleo pra esquentar.
“You're a bitch
but, I love you anyway
OH OH You can't sing
But, You still put me to sleep”
e cantavam junto com o som ligado no último volume.
“Baby, You're a bitch
Hey Hey Hey Hey
You make me sick
But, Don't ever go away”
(The Bitch Song – Bowling for Soup)
- ! Acho que tem alguém batendo na porta! – gritou.
- QUÊ?
- To ouvindo um barulho!
- Não entendi!!! – ela gritava, pulando no sofá.
se levantou e diminuiu o volume do som.
- Ei! – reclamou.
- Shhh! Eu to ouvindo um barulho – a outra riu. Logo em seguida elas ouviram um barulho estranho vindo da mesa da cozinha.
- Ah! Como você conseguiu ouvir isso? – perguntou – Deixa pra lá, é só meu celular vibrando...
riu novamente, aumentando o volume do som mais um pouco.
- Onde que ta o celular? – ela foi pra a cozinha.
- Em cima da mesa. – respondeu – Vai atender?
- E perder a chance de falar com seu novo namorado? – a amiga disse olhando no visor do celular – sem chance!
riu se largando no sofá.
- Oi querido! – falou prendendo o riso – claro que sou eu meu bem! Pode falar... Ahn? O que? Ah, , como você é sem graça.... ok, vou passar pra ela.
estendeu a mão para pegar o celular.
- Seu namorado é sem graça – comunicou. riu.
- Onde você ta?
- Comigo ta tudo bem, e com você baby? – respondeu do outro lado da linha.
- Ah, deixa de papo furado, onde você ta?
- No café da...
- Ótimo, compra pipoca e vem pra cá.
- Ahn?
- É, aproveita que o não ta aqui e a gente não vai precisar fingir que é um casal apaixonado! Anda logo!
- Baby! – ele exclamou – a.... a ta aí..
- Ah , como se ela não soubesse que isso tudo é mentira... – falou vendo rir – você não achou que pelo menos pra ela eu não fosse contar né?
se sentiu meio bobo, mas deu de ombros.
- Não era a intenção que ela soubesse...
- Já era.. – ria.
- Engraçadinha... – ele comentou – mas eu tinha que te contar....
- Conta quando chegar aqui em casa !
- Arf! Ok, to indo..
- !
- Hum…
- Não esquece da pipoca querido…
- Você vai me falir... – ele riu.
- Que isso... é só uma pipoquinha pra sua namorada preferida...
- Você não é minha preferida!
- Ok, agora eu to ofendida – brincou.
- Ta, ta, agora deixa eu desligar que eu preciso chegar na tua casa logo....
- Beijos meu bem... – ela disse ironicamente – e apesar de você não sentir o mesmo, saiba que ainda é meu namorado preferido! – e desligou.
ria histericamente.
- Pipoca ? Acho que a minha mãe vai desistir do seu altar assim...
A garota deu de ombros, rindo.
- A gente tem que arcar com as conseqüências!
chegou no supermercado e passou direto pelos alimentos ‘saudáveis’ indo direto para a parte de frios, afinal, não tinha quase nada além de sanduíches que ele soubesse fazer.
Ia entrando na fila quando uma garota de cabelos negros passou rápido por ele, dando um esbarrão no garoto.
- Descul... – ia falar, mas a garota já estava longe – nossa, que educada – ele falou pra si.
“Ei!”, pensou “Essa era a tal da Gina que o era a fim...” fez uma cara esquisita e continuou olhando para a garota que estava do outro lado do supermercado.
- Próximo! – ouviu o cara do balcão dizer.
- Er... por favor, duzentos... – parou ao se lembrar que e estavam em sua casa – quero dizer, quinhentos gramas de queijo e presunto.
Alguns minutos depois de encher a cesta do supermercado de besteiras, se dirigiu ao caixa. Passando do lado de uma das prateleiras, ele viu mais a frente , mas seu impulso de ir falar com o garoto foi contido quando reparou que ele atendia o celular.
- Já peguei a pipoca – conseguiu ouvir dizer – Não, não depois eu te conto tudo... Perae.... claro que é sobre a Gina, ! Sobre o que mais seria.... Não, eu já te disse que não sou gay... – , meio surpreso com o que estava ouvindo, prestou mais atenção - aham, ela ta aqui. É, mas eu te conto os detalhes depois... – Houve uma pausa na qual desviou seu olhar para onde estava olhando. Gina estava naquela direção.
O garoto se desligou um pouco, perdido em pensamentos. Como assim estava falando sobre Gina com a ? E ainda ficava olhando pra ela com cara de bobo... Ele tinha sentido desde o começo que havia algo de errado com o namoro dos dois, apesar dos amigos provavelmente não concordavam com ele. Que pena, ele ia ter que descobrir o que era, sozinho. Bom, de uma coisa ele não tinha dúvidas, tinha algo a ver com essa garota que o tinha gostado... a tal da Gina.
Quanto voltou a pensar normalmente reparou que já não estava mais a vista. “Ele não deve ter reparado que eu estava aqui...” pensou. “Melhor assim” e se dirigiu para um dos caixas.
se levantou do sofá, onde ela e estavam deitadas, e foi para até a cozinha, pegar uma garrafa de cerveja na geladeira.
- Se o descobre que eu peguei uma ele me mata – comentou – acho que tem duas coisas na vida que ele morre de ciúmes...
- Hum – resmungou, como se dissesse um ‘o que?’
- Dos instrumentos dele... e das cervejas... – ela riu.
- Essa é uma pessoa que não é apegada as coisas materiais...
- Não, imagina.. – riu se sentando ao lado de novamente, e oferecendo a garrafa pra garota.
- Nops, obrigada – recusou e deu de ombros bebendo mais um gole.
Depois de passarem algumas horas conversando as duas entraram em um silêncio que só foi interrompido minutos depois pela campainha.
- Pipoca! – levantou em um pulo, indo atender a porta.
- E olha que eu pensei que ela fosse ficar feliz porque o tinha chegado.. – comentou e riu.
- Pipoca! – ela gritou olhando para a sacola nas mão de .
- Você também é minha namorada favorita – ele entrou na casa da garota enquanto ela fechava a porta.
- Sai da cozinha .
- Ahn?
- É sai daí... toma, termina de beber essa cerveja aqui e vai ver futebol – ela entregou a garrafa a ele – !! – gritou – vem me ajudar!
- O que é isso? Ataque de bom senso? – soltou uma risada.
- Não, treinamento. Um dia a gente vai casar e eu vou ter que cozinhar pra você enquanto você engorda e assiste futebol.
- Quem vai engordar? – chegou na cozinha.
- Quem vai CASAR? – Perguntou .
- Eu e você – prendeu o riso.
- E olha que a gente só começou a “namorar” hoje – ele comentou com bebendo um gole da cerveja – a propósito...
- Hum.. – colocou óleo na panela.
- O sabe que você pegou uma cerveja dele?
A garota apenas riu alto.
- É acho que isso é um não...
Um tempinho depois e foram para a sala com o balde de pipoca. desligava a televisão.
- E então.. – se sentou – o que você queria tanto me falar?
- Era sobre a Gina... – o garoto disse meio incerto.
- Ah, tubo bem, a sabe de tudo!
olhou para a garota, que acenou pra ele.
- Sem problemas... eu sou um túmulo!
- Ah.. bom.. ok... – ele se animou – , eu acho que nosso plano ta dando certo...
- Você acha é? – ela disse irônica – eu tenho certeza... você reparou quando ela derrubou refrigerante na minha blusa?...
ficou um pouco vermelho.
- Uia. Ele está corado.. – comentou.
concordou com a cabeça colocando uma quantidade exagerada de pipoca na boca.
- Em todo caso... eu não acho que a Gina esteja com ciúmes de mim só porque ela decidiu que você poderia lavar sua blusa do colégio ....
- Ei! Eu lavo a minha blusa do colégio – ela falou de boca cheia.
- Que seja... – respondeu – a questão é que quando eu estava no café a Gina apareceu por la... e, surpreendentemente ela se sentou na mesa que eu estava... e bom, começou a se jogar em cima de mim e tudo mais...
- Aposto que você ficou babando no decote dela – riu.
ficou vermelho mais uma vez.
- Cara, como você é loser! – comentou.
- Que seja.. – deu de ombros – a questão é que ela começou a se insinuar e me chamou pra ir pra casa dela hoje...
arregalou os olhos.
- E o que você fez?
- Bom, que eu saiba a Gina não mora com você, e eu estou na sua casa...
fez uma cara de mau humorada enquanto ria da situação.
- Não seu idiota, o que você disse pra ela?
- Que eu tinha namorada.. que não ia rolar.. sei lá, ignorei a garota... Não vou fazer como da última vez que eu decidi ignorar ela, e bom, caí nesse joguinho que ela faz.... dessa vez eu não caio de novo... vou esperar ela ficar realmente interessada sabe?...
- Que bom, não quero ficar com fama de corna... porque aceitando namorar com você, a fama de pateta eu já levei....
- Ei! Quem você ta pensando que é? – Ele pegou um punhado de pipoca e jogou na garota.
- Sua namorada... e me respeita hein!
- E eu sou o cara que vai te dar o ingresso do show do Green Day pra essa sexta, então fica quieta!
fez sinal como se tivesse passando um zíper na boca.
- Ótimo. – riu.
- Mas essa Gina não tava no mercado, aquela hora que a gente te ligou? – perguntou.
- Tava...
- Não é como se ela tivesse te seguindo ou algo assim... é?
- Não sei – ele disse sinceramente – mas se for isso, até que é bom, certo? Quer dizer quanto mais rápido ela ceder aos meus encantos – ignorou o riso que as duas garotas deram quando ele disse isso – mais rápido a gente vai pode acabar com essa história – e se virou para – você sabe que eu quero te livrar disso o mais rápido possível...
- Eu sei xuxu. Não se preocupa com isso não – ela encostou a cabeça no ombro dele. O garoto passou a mão por trás de sua cintura – pelo jeito que as coisas andaram nesse primeiro dia, acho que tudo vai acabar rapidinho...
- Cheguei! – gritou ao entrar pela porta da frente em sua casa, carregando as sacolas – Droga, não tem ninguém pra me ajudar com as compras não?
- Ai , isso soou meio ‘dona de casa’. – falou descendo as escadas da casa do amigo.
- Que seja – ele respondeu mal humorado – não vai me ajudar não?
- Ai, ta bom.. – disse pegando algumas sacolas da mão dele e colocando em cima da mesa.
- Finalmente! – gritou do topo da escada – Já são quatro da tarde e eu ainda não almocei !
- Eu não te convidei pra almoçar aqui.... veio porque quis...
- Nossa ele é educado... – o garoto desceu as escadas.
- E então.... o que comprou de bom pra gente? – perguntou fuçando as sacolas.
- O de sempre.... – disse indo para a cozinha.
- Eu nunca comi um sanduíche de presunto tão gostoso.... – comia as migalhas que caíam no prato.
- Você com suas pizzas de chocolate e eu com meus sanduíches de presunto – sorriu abobalhado.
- Já podemos casar.
riu.
- Eu não sei cozinhar... querem casar comigo?
- Ai ! Você acabou de realizar o meu maior sonho! – piscou os olhos como uma garota.
- Achei que você quisesse casar com a ... depois de hoje cedo... – provocou.
- Não, ela não sabe cozinhar tão bem quanto você... – jogou um beijinho pra ele, ignorando o comentário do amigo.
Os três riram e ficaram em silêncio por alguns momentos.
observava seu copo de refrigerante, na dúvida se comentava algo com os amigos ou não. Não, melhor não... eles haviam cismado com ele naquele dia, e se ele falasse alguma coisa eles iam simplesmente... Mas se...
- Vocês não acham.... – começou – esse namoro da e do meio estranho?
- Você já ta pensando em outra ?? – fingiu indignação – mal me pediu em casamento...
- Falando sério? – bebeu um gole de sua bebida – Não que eu ache estranho... mas foi meio repentino sim... – já estava abrindo um sorriso quando voltou a falar – mas eu sempre achei que eles se gostavam... aí era só um se declarar pro outro e pronto.
amarrou um pouco a cara.
- Eu não acho que eles se gostavam antes e...
- Ai , que droga, chega de falar da ... eu vou sinceramente acreditar que você ta sentindo alguma coisa por ela... – falou.
ficou vermelho e parou de falar. Que coisa estúpida de se dizer... ele, sentindo alguma coisa pela ? Esses garotos não entendiam nada mesmo... Resolveu ficar quieto. Não ia comentar mais nada, afinal, se os amigos era tão cegos a ponto de não conseguirem ver que tinha alguma coisa estranha nesse namoro da garota com o , não era ele que ia ficar tentando convence-los. Ia provar.
Lentamente tomou seu último gole de refrigerante.
- Alguém que jogar videogame? – perguntou aos amigos.
- Ai xuxus foi muito bom passar o dia com vocês, mas eu prometi pra minha mãe que ia chegar cedo em casa hoje... – se levantou do sofá, onde estavam ela, e , jogados um em cima do outro e se dirigiu para a porta.
olhou no relógio de pulso que usava.
- Você chama oito horas de cedo? – ele perguntou.
- Claro! Qualquer coisa antes de meia noite é lucro!
arregalou os olhos.
- Mesmo em uma segunda-feira? – ele olhou para . Ela deu de ombros – ok, preciso rever meus conceitos.
riu e mandou beijinhos pros dois.
- Tchau queridos.
apenas balançou as mãos.
- Me ajuda a arrumar essa bagunça? – ela olhou com cara de cachorrinho pidão para .
- Você lava a louça e eu seco? – ele propôs.
- Feito. – ela se levantou, puxando a mão dele para que o garoto se levantasse também.
- Odeio panela. Vou ficar rica inventando uma maneira de fazer pipoca sem ter que usar uma. – disse depois de lavar a última coisa dentro da pia.
- Já existe baby. Pipoca de microondas, se você não conhece. Sei que é um pouco avançado pra sua era, e pra sua capacidade mental também, mas já existe.
- Droga, porque você disse isso pra mim? Agora eu vou ter que continuar estudando pra ser alguém na vida. Preferia ter ficado rica inventando a pipoca de microondas.
- Você ainda pode processar a pessoa que inventou por plágio – comentou indo com a garota pro quarto.
- Não tenho dinheiro pros advogados – ela se jogou em cima de sua cama e fez o mesmo ao seu lado.
- Então morre de fome, junto comigo.
- Me dá abrigo quando o for rico e famoso e descobrir que eu sou uma parasita na vida dele?
balançou a cabeça afirmativamente.
- Ótimo – ela sorriu olhado pro teto e colocando sua cabeça no peito do amigo.
Cap 5
O despertador na manha seguinte encheu os ouvidos de . Ela se levantou de vagar e cheia de sono, lembrando que acordara de madrugada com gritando que ela e não poderiam dormir juntos. O que não percebera era que eles tão estavam dormindo juntos, tinha caído no sono, um ao lado do outro.
Meia hora depois ela arrumava o cabelo em frente ao espelho. Virou-se para pegar a mochila em cima da cama, e quando já estava saindo do quarto se deparou com uma foto que fez o coração dela pular. Ela parou e fechou os olhos. Deu um passo pra trás. Abriu os olhos de novo, vendo a foto dela e de que tinha em seu mural. O coração de bateu acelerado mais uma vez. Não, não poderia ser. Não de novo. Esse sentimento quando a garota olhava para a foto de costumava ser normal... Até que ela percebeu que ele nunca ia gostar dela do mesmo jeito que ela gostava... E havia parado de sentir isso, mas agora estava acontecendo de novo.
- Eu não gosto de você! – ela gritou para a foto.
- Obrigada! – ouviu responder da sala.
riu baixinho. Claro que não estava falando com ele, e sim com . Ou melhor, com a foto dele. A garota sacudiu a cabeça rapidamente, tentando afastar o pensamento de que poderia estar gostando de novo de . Mas... ela tinha recebido um bilhete de dizendo que o estava com ciúmes... Não, lógico que na era ciúmes dela. “Que idiota...” pensou. Respirou fundo, decidida, e foi para a sala.
- Oi bonitão – ela disse para que estava sem camisa fritando bacon
Ele olhou para ela e sorriu.
- Ok, essa cena é sexy. – ela falou indo até o balcão que dividia a cozinha da sala – cozinhando pra mim boy?
Ele ergueu a sobrancelha.
- Não.
- Vai me deixar passar fome? – a garota arregalou os olhos.
- Você disse que não gosta de mim... – ele deu de ombros.
começou a rir.
- Ei não ri não! Eu sei que você queria que o dormisse aqui, mas é meu papel de amigo não deixar e... Ei! – ele falou indignado.
A garota ria bastante.
- , eu não estava falando com você quando gritei lá do quarto.
Ele riu sem graça.
- Falando com quem então?
- Com... ah, com meu celular... ele não tava ligando direito... – mentiu.
- Como você é boba – riu, colocando um prato com bacon e ovos no balcão, à frente da garota, sem perceber que ela tinha ficado vermelha.
- , me dá esse ingresso!! – falava, pulando no garoto, que segurava o ingresso do show do Green Day – Ai, é nessa sexta-feira! – ela disse com os olhos brilhando ao pegar o bilhete das mãos do amigo.
- Não são os melhores lugares mas..
- ! São ingressos pro show do Green Day. São os melhores lugares do mundo! – disse e ele riu – Como eu te amo cara!
- Eu sei – ele fez um gesto engraçado – nada mais natural... afinal, você é minha namorada porque eu te hipnotizei e tudo mais...
- Ei, essa história daria uma boa música... – comentou chegando perto deles.
- O que? Um ingresso de um show do Green Day?
- Não Babe... – fez um gesto impaciente – esse treco de hipnotizar aí... “Você me hipnotizou” coisas do tipo...
- Ahhhhh – ela fingiu uma cara surpresa – Daria uma boa música se fosse verdade...
- E não é? – arregalou os olhos como se estivesse surpreso.
- Não, EU te hipnotizei ‘darling’... – ela respondeu rindo.
- Nossa, o casal vai disputar agora? - disse com uma voz irônica, jogando a mochila em uma das carteiras ao lado dos amigos – “Eu que hipnotizei você..” – ele fez uma voz feminina – “Não, não, fui eu...” – continuou com a voz esquisita.
Por algum motivo não estava gostando de ficar ouvindo – e falando! – sobre aquilo. Bom, ou qualquer outra coisa relacionada a ela e mais algum outro garoto.
- É , - ela respondeu – estamos disputando sim! O ta até pensando em escrever uma música sobre o assunto.... – a garota riu.
- Temos que começar a pensar nas musicas do McFly cara... – disse – afinal, o ta louco pra aparecer do lado da tal da Fearne, lá no Top of The Pops.
- Isso, escrevam uma música sobre mim e façam sucesso! – ela piscou para os meninos, e em seguida deu um pequeno beijo em , quando viu Gina passando por eles.
fez uma cara feia. percebeu isso e deu um pequeno sorriso, mas logo depois voltou a si. Tinha que parar de ficar pensando que poderia estar gostando de de novo. Não poderia.
- Sinto-me tão honrado de inspirar a primeira música do Mcfly... – comentou.
- Aí é que você se engana – disse com um ar de vencedor, que ninguém entendeu – EU já tenho muitas músicas escritas pro McFly. Só to esperando a mãe do liberar ele sabe... a gente tem que ficar esperando a mãe dele deixar a gente seguir com a banda...
apenas riu, irônico.
- Isso se A GENTE aprovar essas tais músicas que você disse que escreveu né? Digo, a banda TODA. – e ele enfatizou a última palavra.
e riram da cara que fez em seguida.
- Eu prefiro a Britney Spears – disse dando de ombros.
- Ew ! Você não deveria preferir nenhuma delas – fez uma careta.
- Ah, qual é! Qualquer garoto gosta de Britney Spears! – disse, fazendo um contorno do corpo de uma mulher, com as mãos.
- Você é músico , deveria ser mais crítico...
- Ei, eu sou músico, mas não deixo de ser homem! – afirmou.
Os três voltavam do colégio para a casa da .
- Verdade... – a garota admitiu.
- Aposto que você adora Backstreet boys também. – riu.
- Nah, eu gosto de McFly, o que é muito pior – ela disse entrando em casa, enquanto fazia uma careta.
- Ew! É verdade! – disse vendo continuar de cara feia.
- Deixa o ouvir isso! Ele acaba sem escrever uma música pra gente! – disse e colocou a mão na boca.
- Ei, mas foi você que começou! – o garoto disse.
deu de ombros, e foi andando até os quartos.
- ! ! – ela gritou sem ouvir resposta. – ??
- Acho que ele não está em casa – falou.
- Deus! Onde esse garoto vai quando sai mais cedo do colégio? – se perguntou.
- Baby, se você que mora com ele não sabe.. imagine nós! – exclamou – em todo caso, eu já vou indo embora.... não quero ficar atrapalhando o casal, aqui, sozinho... se tivesse aqui pelo menos...
- ! Para com isso! Até parece que eu e o somos daqueles casais que ficam se agarrando o tempo todo...
- Se pelo menos o estivesse aqui... – apenas repetiu, revirando os olhos.
- Toma! – pegou o telefone sem fio – liga pra ele – e entregou a .
O garoto discou o número.
- Ninguém atende – disse, desligando o telefone depois de um tempinho.
- Ah, , fica, a gente vai estudar e.... – a garota parou de falar ao ouvir o telefone tocar – deve ser ele! Alô? ! Amiga! Quando você vem?
e fizeram caretas imitando as amigas falando no telefone.
- OK, OK! – ele ouviram voltar a falar – aham! Claro, é ótimo!... Beijo pro ) também! – e a garota desligou.
- E não era o ...- disse.
- Não, mas era a ! – disse animada.
- A gente percebeu – disse abraçando a garota por trás.
- Sim, mas não sabem o que ela disse!
- E você não vai contar? – se jogou no sofá.
- Bom – ela começou a falar – a disse que ela e o ) vão estar de volta no dia do show do Green Day! Quer dizer, na sexta! Só que eles vão estar cansados da viagem e só vão encontrar com a gente de noite...
- Mas de noite é o show do Green Day! – estranhou.
- É, mas eles encontram com a gente depois do show.
- Bom... eu estou indo embora... beijos para vocês dois – se levantou e foi em direção à porta.
- Baby, eu vou indo também...
- Por que? ... fica, a gente ia estudar....
- Eu sei, mas eu tenho medo do chegar aqui, estarmos só nós dois, e ele me expulsar como ele fez ontem... quer dizer, ele é realmente assustador quando começa a gritar e ter ataque de ciúmes....
riu.
- Ok, pode ir... confesso que eu mesma fiquei com medo dele.... – disse levando os dois garotos em direção a saída.
Ela abriu a porta e os dois já estavam do lado de fora da casa quando viu olhar de um jeito esquisito para ela e .
- .... er.. querido.. não.. não vai me dar um beijo? – ela olhou nervosa para ele.
- Ah.. claro baby! Vem ca... – e puxou a garota pela cintura dando um beijo apaixonado nela. – tchau – ele disse piscando e indo em direção ao elevador, junto com .
Já passava das seis da tarde e estava começando a ficar preocupada com que ainda não havia chegado em casa, nem telefonado para avisar onde tinha ido. O garoto tinha saído cedo do colégio, dizendo que ia ter que ir em algum lugar, mas não especificou aonde.
ligou diversas vezes para o celular do aquela tarde, mas ninguém atendia. A garota resolveu ar um banho, a qualquer momento o amigo ia estar chegando em casa.
Não deu outra. Quando a menina saiu do banho, já estava na cozinha, fazendo ovos mexidos.
- Onde você se meteu? – ela disse se aproximando dele, enquanto secava os cabelos com a toalha.
- Ah, eu tava por aí....
- ! Como assim por aí? Deixa de ser bobo, me conta!
O garoto olhou para ela. A garota lançou um olhar insistente para ele.
- Ah, , eu... eu fui ver algumas coisas da banda.. quer dizer do McFly... – ele disse vendo que a menina não ia desistir enquanto ele não falasse alguma coisa.
- Como assim? Vendo coisas? Mas o não sabia nada disso, ele achou que você estava em casa e....
- Eu não contei pra ninguém – ele disse pegando seu prato de comida e indo para o sofé da sala, sendo seguido pela garota – é que... senta – ele completou.
Ambos se sentaram e começou a comer.
- Eu não.... falei nada.... para.... os garotos.... – ele disse de boca cheia – não falei nada pra ninguém... só to te falando agora porque sei que você ia ficar insistindo pra sempre se eu não te contasse onde eu fui...
- Ia mesmo – ela deixou a toalha de lado – mas enfim, onde você foi, o que foi ver pra banda, porque não avisou nada pra ninguém?
- Eu fui em alguns lugares... pesquisei coisas em gravadoras, vi que a gente precisa melhorar tecnicamente pra ser uma grande banda, essas coisas precisamos entender mais de passagens de som só tava vendo como que a gente vai fazer isso.... não vou te contar detalhes porque não tem nada certo, e eu não quero criar expectativas falsas nem nada.. que aliás, foi o mesmo motivo pelo qual eu não falei nada com ninguém da banda, porque se o que eu to fazendo não der certo ninguém vai ficar decepcionado né?
- É – disse simplesmente.
estranhou.
- Que tal um ‘isso , vai fundo’ ou ‘Quer alguma ajuda?’
- Ah, , você mesmo disse que não ia me contar detalhes porque não tava tudo certo ainda... mas tudo bem, vai fundo! Quer alguma ajuda?
- !
- Ah, foi mal... – ela se desculpou – eu entendi o que você quis dizer, e acho ótimo, mesmo, que você corra atrás disso e tals... mas é que eu to com uma notícia pra te dar... e acabei me desligando...
- Ok... que notícia é essa? – ele perguntou preocupado com a expressão de .
- Eu.. to grávida! – A garota segurou o riso.
- O QUÊ??? – deu um pulo do sofá – ah, lógico! Você tava brincando! Cara, quer me matar baby? – ele se jogou em cima da menina, que ria muito – Da próxima vez que você brincar assim comigo, eu te mato entendeu? – ele estava praticamente deitado em cima dela e segurava seus braços.
Ela só ria.
- Isso, continua, deve sr engraçado mesmo me ver surtando.
- Ah , não é isso... é que eu queria descontrair um pouco antes de te dar a notícia de verdade....- ela disse tentando se levantar.
O amigo deu espaço e os dois ficaram novamente sentados no sofá de frente um pro outro.
- Fala...
- Bom... o e.... a.... a e estão chegando em Londres na sexta-feira e vão encontrar com a gente depois do show do Green Day e... – ela se apressou em dizer antes que falasse alguma coisa – e eu sei que você não vai ao show, mas ficou de passar lá depois para pegar a gente e... bom, eu queria que você tivesse avisado... afinal quando você for provavelmente, quer dizer, com certeza você vai encontrar com ela... e... e era bom que você estivesse avisado, certo?
disse tudo em uma tacada só, se sentindo um pouco nervosa. ficou em silêncio, olhando para ela.
- Não vai dizer nada? – a garota perguntou.
Ele deu de ombros.
- Obrigado por me avisar. Mesmo. – e forçou um sorriso – agora eu vou dormir, to muito cansado e já está tarde... – ele deu um beijo na testa da amiga e foi em direção ao seu quarto.
- ?! – disse antes que o garoto entrasse e fechasse a porta.
- Hum? – ele respondeu.
- Ela ainda gosta de você ... Eu tenho certeza que a não ia te esquecer por causa de uns meses na Austrália.
- Eu espero Baby, eu espero, porque por mais que eu tentasse eu não consegui tirar a garota da minha cabeça – e ele apontou para a testa enquanto dizia isso – agora vai dormir você também, já ta tarde.
- Ta bom papai – ela brincou, piscando para o amigo, que entrou no quarto e fechou a porta.
Só restava agora esperar que a sexta-feira chegasse.
(continua)