Oito: É difícil de esquecer...
Aquela noite parecia que não ia acabar nunca. Por mais que Harry tentasse dormir parecia impossível, rolava na cama de todas as formas.
Resolveu descer, andar pelos jardins e pensar em porque dera falsas esperanças a Gina se era Mione quem ele realmente amava.
Pegou a capa da invisibilidade e desceu as escadas, sozinho.
Os jardins de Hogwarts pareciam mais solitários do que ele. A escuridão das janelas apagadas tornava tudo mais sombrio, mas Harry não tinha medo, não tinha mais medo de nada, tudo o que podia acontecer de pior já acontecera com ele. No máximo algum bicho muito bonzinho viria comê-lo e tirá-lo de todo aquele sofrimento.
De repente Harry sentiu um perfume. Um perfume que ele não sentia a muito tempo, o único perfume no mundo capaz de fazê-lo enlouquecer, o perfume de Hermione.
E realmente era ela. Estava deitada em um dos bancos favoritos deles, olhando as estrelas. Harry se aproximou devagar para ouvir o que ela falava.
-Ah Harry... – suspirava a menina. Harry se assustou, por um instante pôde jurar que Hermione o vira através da capa – por que eu fiz isso? Porque? Como você não percebeu que eu ainda te amo? Que eu sempre te amei...
Hermione olhava as estrelas como se elas formassem o rosto do garoto.
-A Gina não te merece... – continuou.
Harry se aproximou mais um pouco e pôde ver que uma lágrima escorria pelo rosto dela.
Com cuidado, se ajoelhou a seu lado e tirou a capa. Ela não percebeu, Harry passou o dedo com todo amor que era capaz de dar, a lágrima se dissolveu em seus dedos e ele sorriu ao ver que Hermione o olhava espantada.
Nenhum dos dois tinha palavras, mas os dois sabiam o que vinha agora.
Harry olhou fundo nos olhos de Hermione, deu um sorriso e fechou os olhos se inclinando levemente.
O toque daqueles lábios doces, aquele perfume delicioso, aqueles cabelos caindo sobre os dois e aquele ar de cumplicidade davam um clima especial a melhor noite da vida de Harry.
Ele passou o braço pelo pescoço dela puxando-a mais para si. Ninguém duvida que aquele beijo durou horas, horas maravilhosas, horas cheias de caricias e de lábios sedentos de amor.
Mas, como tudo no mundo, acabou. O sol já ia nascendo quando eles subiram prometendo não falar nada sobre aquela noite inesquecível.
-Nossa, que caras! – brincou Jorge quanddo Harry e Hermione sentaram com as caras super amassadas.
Rony olhou para Hermione com os cantos dos olhos, meio que desconfiado, mas não podia fazer nada, afinal ela não era sua namorada. Olhou então para Gina que conversava divertida com uma colega de classe, parecia não notar ligação alguma entre os rostos dos dois.
*** ***
Gina levantou-se da mesa da grifinória e segui com sua amiga, Miranda Wade em direção a aula de poções.
-Gina, espera! – gritou Rony – vamos pessoal – acrescentou para Harry e Hermione que pareciam prestes a desabar sobre os pratos de tanto sono – ou vamos chegar atrasados para a aula do Hagrid.
Harry e Hermione se levantaram vagarosamente e andaram como zumbis até Gina e Miranda.
Na porta do salão principal Gina deu um beijo no rosto de Harry (o que fez Hermione corar de raiva, mas só Rony percebeu) e disse:
-Te vejo mais tarde?
-Hum Hum – foi tudo o que Harry conseguiu responder antes desabar sobre Rony que cambaleou a colocou o amigo de volta no chão.
Gina e Miranda seguiram felizes para as masmorras.
-Então... – começou Miranda com uma voz pervertida – você já beijou o Harry Potter?
Gina corou ferozmente.
-Não sei... – tentou enganar – pode ser que sim... Pode ser que não...
-Ah, não mente Gina! – exclamou a amiga rindo – ta na cara que vocês se beijaram, primeiro, você ficou toda corada quando eu perguntei, segundo, você ta toda caída por ele, dando beijinhos...
Mas Miranda não pôde continuar. Uma voz familiar vinha da masmorra que passavam ao lado. As duas encostaram-se à parede e Gina deu uma espiada pela porta entreaberta.
Lá, ela podia ver Colin bem no final da sala conversando com um vulto negro que estava de costas impossibilitando a visão de seu rosto.
-Eu não te mandei ficar com a menina Weasley? – esbravejou a voz do vulto.
Gina e Miranda se espantaram com a menção dela.
-Man... mandou sim, senhor – gaguejou Colin – mas eu não podia imaginar que ela ia me pegar com a...
-Não interessa com quem foi! – cortou a voz grossa – você tem que voltar para a Weasley, entendeu?
Colin provavelmente respondera com um gesto de cabeça porque daí em diante elas só ouviram passos, e quando estes se aproximaram da porta elas correram am direção as masmorras mais profundas.
-Eu não acredito! – sussurrou Gina logo que entraram nas masmorras de Snape.
-Estão atrasadas senhoritas – esbravejou Snape – sentem-se e não atrapalhem a aula. Menos 10 pontos para a Grifinória, 5 de cada uma.
As duas se entreolharam constrangidas e sentaram caladas.
-Quer dizer que o Colin quer voltar comigo? – perguntou Gina com um sorriso maroto, quando a aula acabou.
-Na verdade Gin... – parecia que só Miranda havia entendido a conversa das masmorras.
-Eu vou deixar ele na mão! – cortou Gina – ele vai aprender, Miranda, e se vai!
Miranda sacudia a cabeça negativamente e as duas foram para a aula de Transformações.
-Harry – chamou Hagrid quando a aula terminou – preciso muito falar com você.
Harry se virou sem entender. Hagrid olhou para Rony e Hermione e acrescentou:
-Em particular.
Os três arregalaram os olhos, devia ser algo muito importante para Rony e Hermione não poderem ouvir. Sendo assim, os dois se viraram sem dar uma palavra e foram até as estufas onde teriam aula de Herbologia.
Harry os viu sumir e depois se virou para Hagrid com um olhar intrigado.
-Venha comigo, Harry – disse o gigante indo em direção a sua cabana. Harry foi logo atrás sem entender.
Os dois entraram e Hagrid fechou a porta, ofereceu o sofá à Harry e se sentou.
Havia alguns biscoitos sobre a mesa que foram oferecidos, mas Harry não aceitou.
-Bom, Harry, isso é um caso sério – começou olhando seriamente para Harry – nunca pensei que você fosse se tornar alguém assim...
Harry não estava entendendo. O que Hagrid queria dizer? Preferiu não perguntar, deixou o amigo continuar.
-Sei que isso é invadir a sua privacidade – continuou Hagrid – mas vou lhe contar desde o começo...
Hagrid parecia embarcar em lembranças.
-Lembra quando você namorava a Hermione? – perguntou, a menção da palavra “namorava” deu um chute no coração de Harry. Mas ele respondeu com um aceno de cabeça – não pense mau de mim, mas eu gostava de olhar vocês passeando pelos jardins...
Os olhos de Harry se arregalaram, como seu amigo foi capaz?
-Vocês... Vocês... – gaguejou Hagrid – vocês pareciam o casal apaixonado que eu nunca pude fazer parte, eram tão românticos...
Harry podia entender o lado do amigo, mas isso não lhe dava o direito de fazer o que fez, e o que isso tinha de tão importante?
-Bom, continuando – cortou Hagrid – por um bom tempo vocês sumiram. Então fiquei sabendo que terminaram. Fiquei muito triste. Algum tempo depois você aparece com a Gina...
Harry já sabia onde aquela história ia dar, mas deixou-se levar.
-No inicio vocês pareciam só amigos, mas... Mas... – Hagrid não tinha coragem, Harry sabia que ele se referia ao beijo e resolveu falar.
-Hagrid, eu tenho que te explicar umas coisas.
O gigante olhou para o menino assustado, pensou que ele não teria coragem de falar sobre o assunto. Fez sinal para ele continuar.
-Primeiro – contou Harry – foi ela quem terminou comigo. Segundo, era isso o que ela queria, que eu ficasse com a Gina. Terceiro, você deve ter nos visto ontem – Hagrid afirmou e ele continuou – bom, nós ainda nos amamos. EU AMO ELA!
Hagrid se assustou coma última confidencia.
-Harry... – o garoto estava vermelho, tinha vontade de gritar para o mundo que amava Hermione – se... se... se você ama ela por que... porque beijou a Gina?
Isso nem Harry sabia. Mas resolveu dar a resposta mais lógica.
-PORQUE ERA ISSO O QUE HERMIONE QUERIA! – gritou.
-Calma, Harry – pediu Hagrid – se sente e me conte isso direitinho. Como a Hermione ia querer você com outra?
Harry achou que Hagrid era burro, mas depois pensou e viu que ele apenas não estava por dentro dos fatos.
-Tá bom, Hagrid – disse se sentando – vou começar do começo. A Gina terminou com o Colin, a Hermione foi consolá-la, ela contou que ainda me amava, Hermione ficou com pena, pediu para simularmos uma briga e eu ficar com a Gina...
-Quer dizer que foi tudo simulado? – cortou Hagrid, chocado.
-Não! – exclamou Harry – eu não aceitei, achei que ela tinha esquecido essa história, mas um dia ela chegou pra mim e disse que era pra gente simplesmente terminar porque ela estava gostando do Rony.
Hagrid parecia apreensivo, aquela era a história mais maluca que ele já tinha ouvido.
-Claro que eu fiquei chateado, fiquei super deprimido – continuou o garoto que abaixou a cabeça para contar essa parte – só que um dia, eu estava olhando a Hermione e ela não tratava o Rony como algo mais que um amigo e seu rosto mostrava que ela tinha chorado muito. Foi só ai que a ficha caiu! Ela havia dito aquilo pra eu ficar com a Gina! Então eu resolvi fazer a vontade dela, dei um beijo na Gina e assunto encerrado. Ai, me aparece outro problema; a Gina disse que não era pra contar pra ninguém. Esperei, sabia que ela ia contar pra Hermione. E ela contou, ontem a noite eu desci para pensar e encontrei a Mione chorando, escutei ela sussurrar, estava morta de ciúmes da Gina, eu fui até ela e ela admitiu todo o plano. O resto você viu.
Hagrid estava de boca aberta.
-A... A... A... A Hermione foi capaz de te largar para fazer a Gina feliz?
-Sim – concordou harry – agora a agente quer voltar, mas ninguém tem coragem de falar pra Gina.
-É isso que dá! – exclamou Hagrid – vocês não deviam ter se metido na vida pessoal dela. Se ela te ama ou não, o problema é dela. E se você não a ama não há porque ficar com ela!
-Você tem toda razão – concordou Harry olhando para o relógio – tenho que ir! Já perdi a aula de Herbologia e o almoço já está no fim!
-Eu vou com você. Estou com fome – disse o gigante se levantando.
Assim, os dois foram para o castelo.
*** ***
-O que ele queria? – sussurrou Hermione quando Harry sentou a sue lado.
-Nada demais – respondeu ele se servindo – algo como tirar satisfações.
Hermione não entendeu. Fez cara de questionamento e esperou a resposta.
Harry se aproximou mais e deu-lhe um beijo no rosto depois encostou os lábios no ouvido dela e sussurrou:
-Ele viu tudo.
Hermione soltou uma exclamação.
Harry olhou em volta e viu Gina do outro lado da mesa olhando-o. Parecia assustada, indecisa e com muita raiva.
O garoto balbuciou algo como um pedido de desculpas, mas as palacras não queriam sair de sua boca.
Gina levantou-se furiosamente e saiu do salão sem dar explicações.
Harry pensou bem. Era melhor não ir atrás dela. Agora que ela já sabia lhe tiraria um peso da consciência.
*** ***
Gina saiu como louca do salão, nunca tinha sentido tanta raiva. “Como ele pôde?”, ela seguiu xingando-o com muitos nomes. Quando passou pelas enormes portas de carvalho um braço forte a segurou.
-Colin? – perguntou assustada – o que você quer?
-Gin... – ele tinha um leve tom cínico na voz, mas era um grande ator e deu emoção ao que falava – Gin, eu estive pensando... e descobri que eu te amo muito, eu ainda te amo, Gin.
Ele a abraçou quando as lágrimas começavam a escorrer pelo rosto dela. Sussurrou em seu ouvido:
-Perdoe-me...
Gina não respondeu. Não sabia se queria perdoar Colin ou não, mas isso não vinha ao caso, ela estava carente e ele estendeu-lhe a mão.
Vendo que ela não responderia Colin inclinou-se para beijá-la. Ela não recusou o beijo.
*** ***
-Vocês viram a Gina? – Harry procurava a garota a 2 horas seguidas e nem sinal.
-Porque você está tão preocupado com a Gina? – perguntou Rony que jogava xadrez bruxo com Hermione.
-Tenho umas coisas pendentes – respondeu o menino olhando para o buraco do retrato como se Gina fosse entrar a qualquer instante – Mione – chamou tendo uma idéia – me faz um favor?
-Claro, Harry – respondeu Hermione sem tirar os olhos do tabuleiro.
-Vai ver se ela ta no dormitório feminino?
-Hum hum – Hermione respondeu, ordenou a um cavalo que coordenasse o jogo e se levantou.
Não foi necessário seguir, Gina apareceu na porta do dormitório radiante.
Ela tinha os cabelos presos para trás com belos cachos e usava um batom clarinho que dava cor ao rosto e destacava os olhos, um sorriso contagiante nos lábios e um estranho brilho nos olhos.
Toda a parte masculina da sala ficou sem ação. Ela estava linda.
Desceu as escadas sorrindo e deu o braço a uma pessoa que ninguém nem havia percebido, ao pé da escada, Colin.
Os dois saíram de mãos dadas deixando metade do salão de boca aberta.
Hermione deu alguns nas costas de Harry e ele “acordou”.
-Era... era... era mesmo a Gina? – foi tudo o que conseguiu dizer.
-Sim – respondeu Hermione irritada.
Assim como todos que tinham visto, Harry não podia acreditar. Gina ficara linda desde o ano passado, não que não fosse bonita, amadurecera de corpo, mas agora? Agora ela estava demais!
-Com licença, Harry Potter.
Uma menina de cabelos loiros e olhos azuis o chamava – eu realmente preciso falar com você.
Harry não entendeu, olhou para Hermione e ela deu de ombros, ele seguiu a garota. Pararam num canto vazio da sala. Ela corou um pouco e perguntou:
-Você... você, por acaso, sabe quem sou eu?
Harry procurou, procurou, mas não lembrava, sabia que já a tinha visto em algum lugar, mas não tinha idéia de onde.
-Eu já devia saber – falou a menina corando mais ainda – isso não vem ao caso. Você precisa ajudar a Gina.
-A Gina? – Harry estranhou – acabei de ver a Gina e ela estava ótima.
-Ela ainda está – informou Miranda – mas ela corre perigo Harry Potter.
-Se você me chamar de Harry eu vou agradecer – falou Harry irritado – perigo? Que perigo?
Miranda contou a Harry tudo o que ouviram na conversa de Colin.
-Estranho – Harry pensou alto – quer dizer que a Gina só voltou com o Colin porque eu voltei com a Mione?
-Exatamente – concordou a menina.
-Bom, temos que dar um jeito de separá-la do Colin e descobrir o que ele e o vulto preto pretendem... – planejava Harry – você não viu nenhuma característica em especial...?
-Dele só vi uma mão e um pé – contou Miranda – o pé tinha uma tatuagem no tornozelo; era uma cobra ver com detalhes prateados. E a mão... bem... não tinha o dedinho...
Uma grande pista!
Não podia ser Rabicho, não era o dedo mindinho que faltava-lhe.
-Obrigado... – só agora Harry percebera que ainda não sabia o nome dela.
-Miranda, melhor amiga de Gina – apresentou-se a garota – se precisar, pode chamar.
Harry sorriu, agradeceu novamente e foi juntar-se aos amigos.
-O que ela queria? – perguntou Hermione.
-Ela tem informações importantes.
-Informações? Sobre o quê? – indagaram Rony e Hermione juntos.
-Sinto ter que te informar isso, Rony – começou Harry, bem constrangido – mas Gina corre perigo.
-Perigo? Que perigo Harry? – Perguntou Rony rindo – você acabou com você-sabe-quem ano passado!
-É, mas eu não sei! Pode ser ele, pode ser outra pessoa...
-Harr quer nos contar essa história direito? – cortou Hermione.
-Bom a Gina e a Miranda estavam... – e assim a história da conversa de Colin foi contada pela segunda vez aquela noite.
*** ***
Mal sabiam eles que nos jardins da escola a história era contada uma terceira vez.
-... ai nós corremos quando você vinha vindo – terminou Gina.
-A Miranda tem dito pra você se afastar de mim? – perguntou Colin com um olhar inocente, mas sua voz revelava curiosidade.
-É – respondeu Gina – disse que você é perigoso. Imagine! Você? Perigoso?
Colin sorriu e beijou Gina com ar preocupado.
*** ***
-Então o Colin está metido com gente das trevas? – perguntou hermione quando o relato de Harry acabou.
-Eu sabia que a aquele cana... (palavra censurada) não era de confiança! – exclamou Rony com o rosto vermelho de raiva.
-Calma Rony – falou Hermione – precisamos saber quem está por trás disso. Se dissermos ao Colin que sabemos de tudo, nem teremos chance.
-Ei, Mione! – exclamou Rony, parecia que acabara de ter uma idéia – você disse que ele tinha uma tatuagem de cobra ver e prata, não foi Harry?
O garoto confirmou com a cabeça e Rony prosseguiu:
-Provavelmente estudou na sonserina! Eu já sei quem pode nos ajudar!
Harry e Hermione se entreolharam curiosos, cada vez entendiam menos.
Rony não quis contar quem era a pessoa de utilidade da Sonserina. Todos foram dormir e ele prometeu contar amanhã quando fossem encontrá-lo.
-Certo, Rony – falou Harry quando saíram do salão principal – agora, quem é a pessoa?
-Vocês vão ver – disse Rony rindo. Eles seguiram o garoto até um corredor deserto, Harry nunca entrara lá, havia muitas salas de aulas, nenhuma utilizada por algum professor. Rony contou a sétima sala e entrou.
Lá, virado de costas estava um garoto da altura deles cujos cabelos loiros platinados refletiam a luz do sol que entrava pela janela.
-Draco? – perguntou Harry com nojo – Mas...
-Oi Draco – cumprimentou Rony.
-Rony! – os dois deram um leve abraço e se viraram.
Os olhos de Harry e Hermione se esbugalharam.
-Afinal – começou Harry com um leve tom de irritação – o que está acontecendo?
Rony e Draco riram.
-Lembra do nosso problema com a Cho? – perguntou Rony. Harry respondeu afirmativamente com a cabeça.
-Que problema com a Cho? – perguntou Hermione, ela parecia perdida.
-Ela ainda não sabe? – perguntou Draco, rindo.
-Não – respondeu Rony, rindo mais ainda – Desculpe, Mi. Eu esqueci de te contar.
-Isso eu já percebi! – cortou Hermione – mas, você ficou com a Cho?
-Pior – respondeu Draco – ela ficou com ele e namorou comigo.
Hermione abriu a boca, não tinha palavras então a fechou novamente.
-Bom, ai nós nos juntamos para acabar com ela – contou Rony – e eu descobri que o Draco não é tão ruim...
-E o Rony não é lá essas coisas...
Os dois sorriram e dessa vez quem abriu a boca foi Harry.
-Tá bom – Rony cortou o silêncio – vamos direto ao ponto.
Todos ficaram olhando Rony, esperando ele começar.
Rony contou toda a história. A cada detalhe citado Draco parecia menos surpreso.
-Então, você sabe quem é o sonserino que tem uma cobra tatuada e não tem o dedo mindinho? – perguntou Hermione esperançosa.
-A questão não é quem é, é quem foi! – respondeu Draco.
Todos o olharam desentendidos.
-Como assim? – perguntou Rony.
-Bom, havia uma pessoa – começou Draco, com um ar sombrio – só um sonserino que eu conheça tem uma tatuagem de cobra e um dedo faltando...
-Quem? – perguntou Harry impaciente.
-Salazar Slytherin.
Harry e Rony abriram as bocas, mas Hermione soriu e disse:
-Mas é claro! Como foi que eu não pensei nele antes? Já li essa história!
-Que história? – perguntaram Harry e Rony.
-Slytherin era apaixonado por Rowena Ravenclaw...
-A fundadora da Corvinal? – interrompeu Rony.
-Exato, só que Griffindor também era – continuou Hermione – Slytherin perdeu o dedo em uma briga com Griffindor.
-É, mas – completou Draco – Griffindor só ganhou porque tinha uma espada de prata em punho. E Salazar estava desarmado.
Ninguém disse nada contra aquele argumento. Mas as dúvidas se formavam cada vez mais rápido em suas mentes. Era impossível o morto Salazar Slytherin estar rondando Hogwarts.
-Tem que ter alguém com essas características – falou Rony – Salazar Slytherin está morto.
Nisso todos concordavam. Mas no mundo mágico não é impossível um morto andar por ai, como os fantamas e espectros...
-Vocês não acham que se Slytherin fosse um fantasma todo mundo saberia? – falou Hermione com seu ar mais obvio como se lesse a mente deles – e Miranda disse que ele era de carne e osso.
A dúvida ainda pairava no ar quando eles foram almoçar. Harry e Rony já sabiam que teriam de passar sua tarde de sábado na biblioteca.
-Achei! – gritou Hermione folheando um livro – vejam – ela mostrou a capa onde se lia: “Salazar Slytherin, vida e obra” – aqui tem um capitulo só sobre a vida amorosa dele!
Rony e riu e disse:
-Daqui a alguns anos vou ler: “Harry Potter, vida e obra”.
Hermione riu, mas Harry ficou horrorizado, será que colocariam seus problemas com Gina e Mione?
-Bom, aqui diz que ele e Gryffindor viviam brigando por Rowena. E que uma vez eles apostaram uma briga sem varinhas, com epadas. Gryffindor usou sua espada de prata e Slytherin usou qualquer uma, assim Godric cortou o dedo de Salazar e ganhou a batalha.
Todos ficaram em silêncio.
-Aqui também diz – continuou Hermione – que Godric casou com Rawena e Salazar se matou ao receber a noticia.
-Puxa! – exclamou Rony – eu não sabia desse lado obscuro dos quatro grandes.
Até Hermione parecia surpresa com algumas partes da história.
-Mas, vamos aos fatos – Harry cortou o silêncio – o que Salazar Slytherin estaria fazendo aqui?
Isso ninguém sábia. A não ser Colin.
-Temos que descobrir – disse Rony, preocupado – a Gina corre perigo!
-Mas com certeza existem muitas outras pessoas que não tem o dedo mindinho! – Hermione falou.
-Mas ele é o nosso principal suspeito! – falou Rony.
-Suspeito de quê? – rebatei Hermione.
-De tentar machucar a Gina!
-Nós não temos provas!
-Foi voc~e quem nós fez vir até aqui pesquisar!
-Chega! – gritou Harry fazendo Madame Pince olhar feio para ele – parem vocês dois.
Os três saíram muito irritados da biblioteca depois que Hermione copiou todos os textos de Salazar Slytherin.
Preferiram não tocar no assunto até melhorarem os ânimos.
Todos dormiam, menos Rony. Pensava em Cho, em como ela aparecera na sua frente, como parecia inocente, lembrava da seu sorriso contagiante e de seus belos olhos brilhantes olhando apaixonadamente para ele. “Como ela conseguia mentir tão bem?”.
Abraçado ao travesseiro Rony sentia o calor de Cho, só não sentia o que mais queria sentir, seu perfume, seus beijos e carinhos...
-AHHHHHHHHHHH!!!! – um grito feminino cortou o ar.
-Gina! – Rony gritou levantando-se.
Harry levantou sonolento e viu Rony saindo, correu atrás dele.
Log toda Grifinória (com exceção de uma pessoa) estava na sala comunal.
Hermione dava água à Gina, Rony estava a seu lado fazendo carinho e Harry, sentado a sua frente, querendo saber desesperadamente o que havia acontecido.
-Afinal, o que aconteceu, Gina Weasley? – perguntou Sarah Gessy, monitora da Grifinória.
Gina deu mais um gole na água e começou a contar.
-Eu... eu... – ela tremia por completo – eu estava dormindo, mas acordei com um grito sufocado, como se alguém estivesse sufocando outra pessoa. Olhei para o lado, para a cama de Miranda e ela não estava lá! Havia um vulto preto carregando ela no ombro. Eu não pude ver mais nada além de que ela estava desmaiada, porque o vulto pulou a janela com ela nos ombros. Foi ai que eu gritei, parecia que eles iam morrer...
A voz dela foi desaparecendo. Toda a casa havia ouvido o relato, mas ninguém entendia o motivo do ataque, a não ser Hermione que olhava para Gina vitoriosa.
Harry puxou Hermione para um lado e abraçou-a carinhosamente, deu-lhe alguns beijos das bochechas até o pescoço e perguntou ainda abraçando-a:
-O que você sabe Mione?
-Eu? Bem... – Hermione não sabia se sua teoria era verdade, mas resolveu arriscar – pense comigo, Harry, Gina provavelmente contou a Colin que tinha ouvido a conversa, falou da opnião de Miranda e o que ela própria entendeu, que foi tudo errado!
-E o que isso tem a ver? – perguntou Harry confuso.
-Ora Harry, Colin contou ao vulto preto e esse achou que mirando era um risco, por isso calou-a.
Harry soltou uma exclamação, agora enetndia.
-Ninguém pode saber que sabemos, Mione! – falou arfante.
Os dois puxaram Rony e contaram sua teoria.
-Tarde demais! – exclamou o garoto depois de ouvir tudo – eu acabei de falar com a Gina!
Os três correram até Gina e imploraram de pé junto para que ela não contasse.
Gina disse que sim. Rony e Hermione acreditaram, mas Harry não.
-Ela não vai contar, Harry – Hermione tentava convencer Harry na manhã de domingo.
Os dois estavam sentados na beira do lago, encostados em uma árvore, abraçados.
-Ele é o namorado dela! – questionava Harry – você não ia querer que eu omitisse algo de você.
-Está certo – falou Hermione – mas não é você que está omitindo algo!
-Olha pra eles Hermione! – Harry apontou um casal um pouco distante. Colin tinha o braço sobre o ombre de Gina e ela laçou-lhe a cintura, caminhavam calmamente.
-Ela não vai contra, Harry – falou Hermione, em tom definitivo.
-Está bem.
Nota da autora: essa é a grande parte do capitulo... espero que curtam! E não esqueçam se voc~es colocarem ‘Because you loved me’ pra tocar fica muito mais emocionante!
Song fic: Because you loved me (Celine Dion)
Rony estava sentado em uma sala vazia, a cabeça encostada na vidraça da janela e o pensamento longe.
For all those times you stood by me
For all the truth you made me see
For all the joy you brought to my life
For all the wrong that you made right
For every dream you made come true
For all the love I found in you
I’ll be forever thankful, baby
You’re the one who held me up
Never let me fall
You’re the one who saw me trought trougth all
Deixava que as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto, não tinha medo de amar.
Alguém bateu na porta e entrou.
Ele limpou o rosto rapidamente, mas parou ao ver quem era.
-Como sabia que eu estava aqui? – perguntou voltando a olhar para a janela.
-Te vi entrar.
You were my strength when I was weak
You were my voice when I couldn’t speak
You were my eyes when I couldn’t see
You saw the best there was in me
Lifted me up when I couldn’t reach
You gave me faith ‘coz you believed
I’m everything I am
Because you loved me
Rony abaixou a cabeça.
-Desculpe se te magoei – disse Cho de cabeça baixa também – desculpe se te fiz chorar...
Rony não tinha nada pra dizer a ela deixou-a continuar.
-Queria que você soubesse – ela continuou – que não era assim que eu queria...
Pausa.
-E que eu nunca imaginei me apaixonar.
You gave me wings ands made me fly
You touched my hand I could touch the sky
I lost my faith, you gave it back to me
You said no star was out of reach
You stood by me and I stood tall
I had your love I had it all
I’m grateful for each day you gave me
Maybe I don’t know that much
But I know this much is true
I was blessed because I was loved by you
Rony levantou a cabeça, olhos arregalados fixos em Cho, seria verdade?
-Eu não minto – falou a menina com voz de choro – nunca imaginei me apaixonar por você. Mas você não sabe a falta que me fez... a dor no coração e a vontade de chorar quando você me olhava frio...
Rony encarava Cho, olhos no olhos, ela acabara de descrevê-lo nos últimos dias.
Quanto tempo eu vou agüentar? Ela já disse que me ama... Mas e se ela estiver mentindo?
You were always there for me
The tender wind that carried me
A light in the dark shining your love into my life
You’ve been my inspiration
Through the lies you were the truth
My world is a better place because of you
Rony não sabia quanto tempo agüentaria. Seu coração parecia que ia explodir dentro do peito.
Se jogou sobre Cho num abraço apertado.
-Eu te amo – sussurrou em seu ouvido antes de beijá-la no rosto.
Cho se mantinha séria.
-Você me perdoa? Me dá uma segunda chance? – perguntou ela com desespero na voz.
Rony soltou-a e olhou bem em seus olhos como se procurasse a verdade escondida neles.
Os olhos da menina pareciam sinceros e sofredores.
Mas uma vez Rony a abraçou.
E os dois se beijaram.
I’m everything I am
Because you loved me...
-Vocês vão namorar hoje? – perguntou Rony terminando o jantar.
-Como é, Rony? – perguntou Hermione.
-Se vocês vão “passear pelos jardins” – explicou o garoto, pegando o segundo prato.
-Ah, não sei – respondeu hermione – vamos Harry?
-Porque não – respondeu o menino, que também se servia da segunda vez.
-Você pode ir com a gente – falou Hermione pensando em não deixar o amigo sozinho.
-Não – respondeu Rony – tenho outra coisa para fazer.
Agora Harry e Hermione olhavam estranho para Rony, mas nenhum dos dois perguntou o que ele ia fazer, para o alivio de Rony.
*** ***
-Vamos, Mi? – Harry abraçou Hermione por trás, Parvati que estava conversando com ela sorriu um pouco enciumada.
-Vamos sim – disse Hermione dando um selinho nele, e sorrindo despediu-se de Parvati – tchau Parvati.
*** ***
-Você demorou – disse a voz de Cho quando Rony entrou na mesma sala de aula onde se encontraram na noite anterior.
-Tive que esperar Harry e Mione saírem – respondeu o garoto abraçando-a – eles podiam me seguir.
Os dois ficaram abraçados por um bom tempo.
-Estou tão feliz por você ter me perdoado – disse Cho sentando-se.
-É, mas amanhã eu vou falar com o Draco – disse o garoto seriamente – se ele disser que você pediu desculpas também...
-Oh! Não! Você descobriu o meu plano! – brincou Cho divertidamente.
-Bobinha! – Rony se inclinou e os dois se beijaram.
*** ***
-Você tem idéia do que o Rony foi fazer? – perguntou Hermione interessada.
-Vai ver ele desencanou da Cho!
-Não brinque com os sentimentos dos outros! – exclamou Hermione.
-Você brincou com os meus – Harry estava sério. Os dois estavam de frente um para o outro, sentados em um banco, abraçados.
-Não fale assim, Harry...
-Prometa-me que nunca mais vai brincar com os meus sentimentos.
-Eu prometo.
Beijo.
*** ***
Gina e Colin estavam na parede de um corredor vazio e escuro.
-Colin, você sabe o que o aconteceu com a Miranda?
-Só sei que ela foi seqüestrada – respondeu o garoto beijando o pescoço de Gina loucamente.
-O Harry e seus amigos disseram que você foi quem seqüestrou a Miranda.
-Quem? Harry Potter sabe também?
-Acho... acho... – Gina lembrou-se da promessa, mas agora o erro já estava cometido – acho que a Miranda contou.
-E eles acham que eu sou culpado?
-Bem, é que... Você não estava lá... E aquela conversa estranha...
-Eu já disse que não ouvi o seu grito! – falou o garoto desesperado – eu estava dormindo!
-Eu não duvido de você – os dois estavam abraçados e Gina encostou a cabeça no peito coberto pela camisa de Colin.
-Odeio que duvidem de mim – falou Colin com raiva, mas beijando os cabelos de Gina.
*** ***
-Você tem mesmo que ir? – perguntou Cho chorosa.
-Se o Harry e a Hermione já tiverem chegado vão querer satisfações e...
Cho beijou Rony não o deixando terminar.
-Amanhã? – perguntou ele saindo.
-Na mesma hora – ela completou sorrindo.
*** ***
Rony passou pelo buraco do retrato e...
Nota da autora: o que acharam desse capitulo? Por favor escrevam pra mim! Digam se está bom!!! Pode ser no guestbook ou por e-mail, ok?