O ROCK ‘N’ ROLL
SOB PERSPECTIVA
CULTURAL E FILOSÓFICA


No próximo domingo, dia 16 de Julho, acontece no Auditório Francisco Beranger, em Votorantim, a primeira edição do projeto Cultura Rock.

O Cultura Rock é um evento gratuito periódico que traz shows de bandas e artistas de rock cujo trabalho musical tenha engajamento filosófico/cultural e que de alguma forma contribua para o aprimoramento intelectual do público ouvinte. Ademais, um espaço para outras manifestações culturais e/ou profissionais relacionadas ao rock como dança, cinema, literatura, fotografia, desenho, artes plásticas, etc, sempre com o objetivo de expansão de conhecimento e cultura do público, que troca e adquire novas informações ao mesmo tempo que se entretêm.

Os objetivos do projeto são vários. Além do principal, que é contribuir para evolução do nível cultural, filosófico e intelectual do público, os organizadores querem promover um resgate do enfoque cultural das artes, principalmente da música, já que o nível da musica em voga nos dias de hoje baixou bastante o nível. “Grupos de música popular como Funk, Axé, Pagode, Forró entre muitos outros atualmente mais celebram as más tendências humanas do que servem de ferramenta para estimular bons sentimentos e progresso, que é o verdadeiro papel das artes e da cultura, além de entreter. O Rock nunca perdeu essa característica, e é isso que o projeto Cultura Rock quer mostrar”, diz um dos idealizadores do projeto Eliton Tomasi, editor da revista roqueira RockHard-Valhalla, hoje líder de mercado nesse segmento no Brasil. “O Rock sempre foi encarado como um estilo de música marginal, caracterizando pejorativamente seus adeptos, mas desde o seu surgimento, há mais de 50 anos atrás, o rock ‘n’ roll e todas as suas sub-divisões sempre foi a porta de acesso para muita informação e cultura”, acrescenta Tomasi que acredita que o projeto vai fortalecer a imagem do rock como um dos poucos estilos musicais ainda rico em cultura e informação. “A rebeldia é característica do estilo mas, se bem observado, essa rebeldia sempre objetivou revoluções e mudanças de progresso. Os precursores, nos anos 50, lutaram pela liberdade social; na década de 60 os hippies clamavam por paz, amor e o fim das guerras; nos anos 70 as bandas de rock progressivo se aprofundaram em temas metafísicos sobre a evolução humana além de esferas terrestres; nos anos 80, enquanto os punks protestavam por melhores direitos sociais, as bandas de heavy metal resgatavam fatos históricos que mudaram a nossa história. E assim vem sendo até os dias de hoje”, completou.

Com todo esse engajamento social e filosófico, o projeto automaticamente cria um espaço onde as pessoas interessadas em rock ‘n’ roll, cultura, filosofia, ciência, possam se encontrar e trocar informações e sem ter que pagar por isso. “Essa regressão do nível musical se deu por conta da globalização e do capitalismo. A música atingiu seu ápice comercial alguns anos atrás e como as pessoas preferem mais gastar dinheiro com futilidades do que com cultura e conhecimento, a música foi se distanciando cada vez mais seu verdadeiro sentido. Hoje, com a crise na industria fonográfica e a mudança de consciência em termos de comercio de música – as pessoas mais baixam música gratuita pela Internet ou compram CDs piratas ao invés dos originais – é hora de resgatar alguns preceitos básicos. Estamos então criando esse evento que vai levar música de alto nível e com entrada gratuita. É entretenimento, cultura e conhecimento sendo oferecido a custo zero para os interessados”, explica Tomasi.

O projeto será realizado em parceria com as prefeituras das cidades interessadas em promover esse evento. “Obviamente que um projeto desse tem seus custos, mas para que possamos não repassar esse custo para o público, optamos por essa idéia de produzi-lo em parceria com as prefeituras. Votorantim tem se destacado nacionalmente por sua cena cultural e não pensamos duas vezes em dar o ponta-pé inicial na cidade. Depois de Votorantim queremos levar o projeto para todo Brasil”, explica Tomasi.

AS ATRAÇÕES

Não somente para a edição de Votorantim mas para todo o conceito do projeto e para as edições futuras, o cast de bandas sempre será o mesmo. As bandas farão seus shows apresentando trabalho próprio (ou releituras) de forma dinâmica que permita transmitir mais informações a respeito de sua música e ideologia durante a apresentação.

Com mais de 30 anos de carreira e premiado internacionalmente, o multi-instrumentista Amyr Cantusio Jr., que durante anos liderou o grupo Alpha III de Campinas/SP, um dos mais importantes do rock progressivo brasileiro, fará a abertura do evento numa apresentação solo com teclados, sintetizadores e percussão que mesclará rock progressivo, música erudita, darkwave, eletrônico, etheral e música atmosférica. A apresentação do músico Amyr Cantusio Jr. ainda contará com a participação do baterista Victor Marcellus e de dançarinas performáticas da escola de dança Lince Negro (Campinas/SP). Na seqüência se apresentará a lendária banda sorocabana de rock progressivo Banda do Sol, cujos músicos, conhecidos das noites de Sorocaba e São Paulo, voltaram a tocar juntos novamente. O encerramento ficará por conta da banda de rock/metal Laudany que acabou de lançar seu primeiro Cd e já se transformou na banda sorocabana de maior sucesso nacional e internacional. Conheça mais sobre as bandas abaixo.

LAUDANY

A Laudany surgiu através da união do guitarrista Hooligan e o baterista Neto, dois experientes músicos da cidade de Sorocaba (SP) que tinham o objetivo em comum de formar uma nova banda com uma proposta musical inovadora e investir numa carreira profissional. A dupla, que durante anos tocou em diversas bandas locais, começou a buscar outros músicos e encontrou o tecladista Wellington Moreira, outro talentoso músico da região. Com a base formada, começaram a fazer alguns testes e o line-up foi efetivado com a entrada do vocalista Moysés Prado e o baixista César Rodrigues.

O nome foi inspirado na "laudanina", alcalóide encontrado no ópio, a primeira droga a ser descoberta e que era utilizada para o alívio de dores e em cerimônias religiosas, alternando seu uso entre o tratamento de doenças e o alcance do "mundo de ilusões" ou do "paraíso". Encarando a arte como fuga para amenizar os problemas do cotidiano, a banda encontrou no epíteto Laudany a melhor expressão para suas pretensões musicais.

Cada músico possui diferentes influências, desde bandas de Rock Progressivo e Hard Rock até o Thrash e Death Metal, mas há uma banda em comum entre todos os músicos e que se tornou a principal inspiração da Laudany: o Black Sabbath. Entretanto, a Laudany também busca referências em outros estilos musicais como o Gothic Rock, Technopop e Darkwave, gêneros estes que também ajudaram a definir sua identidade musical. É difícil rotular o som da Laudany, aliás, o objetivo da banda é inovar, assim sendo, o grupo procura se desprender de qualquer rotulo. Mas como referencia, podemos dizer que o gothic metal é um estilo que mais se aproxima do praticado pela Laudany.

O contexto lírico, que tem como principal tema a vida sob uma visão espiritualizada e filosófica, acabou por formar uma aliança perfeita com o clima e a atmosfera das músicas que são introspectivas e moldadas sob uma áurea sombria e melancólica, herança de pesquisas musicais que fizeram com discos do The Cure, The Sisters of Mercy, Depeche Mode, Echo & The Bunnymen e The Smiths.

Em termos de shows, a estréia nos palcos ocorreu no Music Hall durante a "Expomusic 2003", a maior feira musical da América Latina. Além disso, a banda foi 'opening act' para renomados artistas como o Shaaman e a banda portuguesa Moonspell. A Laudany também se apresentou nas maiores festas góticas do país.

A Laudany lança agora seu álbum de estréia, "Trials And Punishments". Gravado no estúdio HP Records, no interior de São Paulo, o disco trás ao todo dez faixas (incluindo cinco do single "Invisible", divulgado somente entre o mercado fonográfico em 2004) e foi produzido por Aldo D'Isep, experiente produtor que já possui em seu currículo trabalhos com bandas como Endrah, Meinki, Queiron, Threat e o CD "Valhalla Demo Section". O álbum traz várias participações especiais como a do multi-instrumentista Amyr Cantusio Jr. (Alpha III), o violinista Vlamir Ramos (Orquestra Sinfônica de Campinas) e a vocalista carioca Mel Boa Morte (Trinnity).

Apesar de ter recebido várias propostas de gravadoras nacionais, a banda e seus empresários decidiram lançar o Cd de forma independente no mercado brasileiro, isso numa forma de já se adequar à nova realidade do mercado fonográfico que sofre com a pirataria e o download ilegal de música pela internet. Não obstante, dessa forma a banda também passa a ter total controle sobre o trabalho de distribuição e marketing, trabalhando de forma adequada para se firmar num mercado tão concorrido como o do rock/metal. No exterior – Europa, EUA e Ásia – o Cd será licenciado e distribuído por grandes gravadoras estrangeiras ainda em negociação.

A única alteração no line-up ocorreu com a saída do baixista César Rodrigues, que foi substituído por Scott Baptista. César Rodrigues foi quem gravou o CD de estréia.

BANDA DO SOL

Há alguns anos atrás, cinco emergentes músicos da cidade de Sorocaba se encontravam para compartilhar de uma mesma visão e objetivo musical: tocar rock progressivo. Apesar da mesma sintonia musical, profissionalmente e pessoalmente as buscas de cada um desses músicos eram bastante distintas. Inevitavelmente, a progressão natural da existência os colocou em caminhos diferentes.

O tempo que passaram separados lhes trouxe amadurecimento, experiência, conhecimento espiritual e profissional. Um se tornou médico, outro empresário, enquanto que os outros três se profissionalizaram na música. Inconscientemente, durante todo esse tempo os cinco mantiveram-se unidos pelo desejo de tocarem juntos até que a hora certa um dia chegou.

A Banda do Sol foi então reformulada pelos cinco músicos que agora vivem suas melhores fases, seja musicalmente, pessoalmente ou espiritualmente. Independentemente de cinco diferentes personalidades, são unidos pelo objetivo comum de fazer música como expressão pura de suas almas e contribuir para a harmonia do planeta.

Sob textura rock progressivo e referências em nomes como Beatles, Genesis, Yes, Supertramp, Ravi Shankar e Deep Purple, sua música é como um vôo rasante ao centro de energias cósmicas do universo numa atmosfera calma, ativa e em constante movimento. Cada nota possui freqüência exata para inspirar e despertar o conhecimento do todo universal que é fonte primaria da magia dos sons. Nas letras, uma proposta introspectiva de conhecimento do “eu” e busca por paz presente e futura, objetivo universal de qualquer ser vivo.

Moacir Jr. (vocais/guitarras/violões), César Rodrigues (baixo), Fram Simi (guitarra), João Leopoldo (teclados e piano) e Fábio Luiz (bateria) atualmente encontram-se concentrados em estúdio trabalhando na pré-produção de seu álbum de estréia ainda sem titulo que deverá ser lançado no primeiro semestre de 2007. Paralelamente, o quinteto também tem feito apresentações ao vivo em todo país.

Estejam preparados para essa mais nova viagem ao passado, presente e futuro do rock progressivo brasileiro.

AMYR CANTUSIO JR.


Nascido em 1957, Campinas, São Paulo, filho de imigrante italiano, iniciou estudo de piano e violão aos 5 anos. Formação erudita com vários cursos extensivos em música experimental (UNICAMP) e conservatório São Paulo. Compositor multi-instrumentista, letrista e desenhista dos logos e capas de seus próprios LPs/CDs; Ganhou medalha Carlos Gomes (Campinas/Câmara de Vereadores) por representar Campinas através de seus trabalhos em CDs/LPs em mais de 15 países do mundo todo; Ganhador de vários prêmios, incluindo do maior festival de MPB do Estado de SP em 1974 (Projeto Guarani): 1°. lugar (Melhor arranjo e composição); Psicanalista ambiental e musicoterapeuta, fundador do primeiro selo de Rock Progressivo e Música Eletrônica Experimental do Brasil em 1984 dos anos 80 (chamado FAUNUS/SP); Fundou o 2°. selo em Campinas (ALPHA III ARTISTICAL PRODUCTIONS LABEL) em 1985; Foi considerado o melhor tecladista do mundo três vezes consecutivas: ESPANHA (com o álbum Ruínas Circulares) 1986; Japão 1986; Canadá (Festival de Música Eletrônica Internacional) com o álbum Seven Spheres, 1991; Melhor tecladista do mundo (Itália selo Mellow Records), 1993; Melhor tecladista do mundo (1996) Green Dolphin 3°. Anual International Critics and Musicians Poll (Latvia/Scandinavia/Netherlands); Realizou pela Secretaria de Cultura de Campinas vários projetos musicais, entre eles (o último) ROCK TODAS AS VERTENTES (apresentado na Arena e Concha Acústica); Autor de dois livros independentes: Magia e Ocultismo na Música e Jornada para o Sol; Atualmente desenvolve projetos no Espaço Cultural Lince Negro com World Music e ritmos árabes e hindus (música oriental) onde toca e dá aulas de instrumentos exóticos orientais: daff, derback, flautas, hindus (shenai), etc; Produtor de diversos trabalhos independentes e participante nos teclados; arranjo e voz de várias bandas, tanto no Brasil como no exterior.

DISCOGRAFIA: LPS - Mar de Cristal (83); Sombras (85); Agartha (86); Ruínas Circulares (86); Temple of Delphos (87); The Aleph (89); The Seven Spheres (91) CDS - Voyage to Ixtlan (Italy 1993) Mellow Record Label; The Edge (1995) Italy Mellow Record Label; Acron (SAME) Brasil, 1998; Temple of Dragon (Brasil, 1998); Cosmic Meditation I (Brasil, 1998); Pangea (Collection from World) México, 1998; Oasis (World Oriental Music) Brasil, 1998; The Aleph (Remaster Japan CD) Rio de Janeiro & Japão; Grimorium Verum (Independente) 1999; Gates of Thelema (Independente) 1999; Voyage to Ixtlan (Relançamento Rock Symphony RJ) 1999; Tenebrarium (Metal prog. independente) 2000; Infernus (prog. dark) 2000, Luz Eterna RJ; Protheus (2001) Luz Eterna (RJ); Spectro (1974/2002) Medusa Records (SP)

Paralelamente a apresentação das bandas haverá o encerramento da exposição de fotos do renomado fotógrafo Flávio Hopp (revistas RockHard-Valhalla e Comando Rock) que estará sendo realizada no Aquário Cultura durante toda a semana anterior ao evento. Stands também serão montados para venda de produtos das bandas e artistas participantes.

Os ingressos para o evento são limitados e deverão ser retirados antecipadamente no Aquário Cultura em Votorantim (anexo a Praça de Eventos Lecy de Campos) durante toda a semana que antecede o evento – de 10 a 15 de julho. No domingo, dia 16, o evento terá inicio às 19hs e se estenderá até às 22hs. O Auditório Francisco Beranger fica na Av. Newton Vieira Soares, s/nº ao lado do terminal de Ônibus de Votorantim. No local há estacionamento gratuito. Para maiores informações: (15) 3211-1621 (produção do evento) ou (15) 3353-8669 (Secretária da Cultura de Votorantim).

 

Links para compra de material do Alpha III:
http://www.myspace.com/alphaiii
http://www.myspace.com/projectalpha3