Ana Carolina

ESTAMPADO

Você já ouviu as músicas do cd "Estampado"? Pois é...a Ana Carolina colocou o que há de melhor em matéria de música. É a revelação de uma Ana Carolina romântica. As 15 músicas, sendo 13 compostas pela mesma, contam as várias formas de amar. A canção de trabalho “Elevador”, é sucesso nas paradas de todo o país.

"Estampado" é uma mistura de rock, balada, samba e bossa, que trouxe parcerias inéditas, entre elas, Chico César e Seu Jorge com quem compôs duas músicas em meia hora.

O primeiro DVD de Ana Carolina foi lançado em Outubro de 2003 e mostra o making-off das gravações do CD “Estampado”, além das parcerias da cantora com grandes nomes da música, como João Bosco e Maria Bethânia.

Como bem define o parceiro de produção do trabalho, Liminha, no DVD:-"A Ana possui energia de roqueira com a busca pela harmonia da MPB". Mescla. São 15 faixas, treze em que esta mineira autêntica mostra suas composições. Ela abre o leque de parceiros, Celso Fonseca, Vítor Ramil, Chico César e o já citado Seu Jorge encorpam o time onde Totonho Villeroy permanece titular absoluto. A dupla assina tanto rock -"É hora da virada"- quanto balada -"Pra rua me levar"- de versos amargos como- "...Palavras me aguardam o tempo exato pra falar/Coisas minhas talvez você nem queira ouvir". E em várias formações de parceria traçam o perfil de um possível vocabulário do desencontro. Relacionamentos encharcados pela falta de concretude, vide "Uma louca tempestade"- "...eu quero olhar as luzes/que teus olhos não me tem deixado ver"- com groove marcado por baixo grave tal qual coração descompassado.

Tons menores do universo a dois, algo que fica claro na parede de cordas de "É mágoa". Assim como na faixa um, "Eu tô sozinha", Eumir esgarça com seu raro fraseado harmônico estas composições solitárias da artista. Poucas vezes na música brasileira, um "adeus" foi tão aflitivo, como em “È Mágoa”;

Além de fazer a regência destas composições, o músico Lui Coimbra pincela "Vestido estampado" com cello inspirado. Aliás, inspirada é a letra desta sambossa donde sai o título do CD: "Seu vestido estampado/dei a quem pudesse servir/agora que eu não posso mais caber em ti". Ana autografa "Estampado", de ponta a ponta, com seu violão. E que prazer ouvi-lo embalado por cordas na faixa com Chico César _ "Mais que isso". Balanço de quem aprendeu a temperar a tensão da mão direita na medida exata.

No quesito, novos parceiros, "Estampado" é um achado. Nele, Ana ainda dialoga com duas das melhores paletas dos anos 90. Da sutileza melódica do sulista Vítor Ramil resulta "Nua". E com o carioca Celso Fonseca surge "Só fala em mim" _ "... nem sei se me encontrei ou te perdi". Na programação das rádios, o público já achou "Elevador (livro de esquecimento"). Se aí fala alto a distorção em dose dupla ao lado da voz rascante, na concepção de "2 bicudos", um quarteto de cordas subverte a harmonia em ritmo de tango.

-" A minha idéia para este trabalho foi a de um diafragma ligado no coração"- revela Ana. E haja coração, mesmo na batida cadenciada de "Encostar na tua", quando se ouve "... mas que perder seja o melhor destino".

"Estampado" também traduz o tiroteio a que se está exposto, quando se possui persona pública, em "Vox populi". Privacidade virada ao avesso. Um batidão que só fica atrás da pancadona "Beat da beata", gravação que concilia programações em profusão e baixo acústico. A letra verborrágica é um tratado sobre sexualidade que emerge na penumbra das pistas. "Toda boate tem um fundo de verdade/quem não pode com a mandiga não me tira pra dançar".