Virgínia e Mauro, (in)Seguranças Masculinas - novelinha erótica

Amigas e amigos, plena normalidade, pleno agosto, vamos sonhar.

E será que os sonhos tão bons assim? Digo, quando cravam garras no chão e viram sangue e carne?

Desculpe-me a maioria masculina que acompanha as novelinhas de SEGREDOS... Mas o tema são as seguranças e certezas de homem, às vezes com um prefixo “in” antes de tudo disso.

Mauro conheceu sua futura mulher no Instituto de Humanas, ele se formando, ela saída do vestibular. Sempre se considerou aspas avançado, aspas moderno, aspas querendo fazer loucuras. Saíra a quatro com outros casais, já enchera taças de champanhe em motéis para servir à própria esposa e ao outro cara para comemorar o bis deles, participara de festanças de vinte casais em mansões de novela, já aplaudira de camarote sua mulher fazer amor com um adolescente, já aplaudira de camarote sua mulher fazer amor com uma adolescente.

Tudo na sua cabeça.

Virgínia era a recém-vestibulanda, depois namorada, depois noiva, depois mulher. Gostava de um monte de coisas nela; não gostava do que chamava de conservadorismo dela. Nunca tinha perguntado diretamente, mas achava que ela teria enjôo e náuseas da idéia de um topless em búzios, de um decotaço-mais-transparência na Muzik, de tirar sutiãs junto com uma moreníssima de praia, ou de entrar num hotel com uma amiga e as duas lá dentro trocarem de maridos.

Qual a fantasia que, se você fosse Mauro, você mais quereria que sua conservadora mulher fizesse? (Meninas, votem também, imaginem!):

a) Virgínia fazendo amor na minha presença, com um rapaz jovem, que a gente arranjaria;
b) Virgínia fazendo amor sem minha presença, com um grande amigo de escola meu, cara de minha inteira confiança;
c) Virgínia fazendo amor com ou sem minha presença com uma amiga dela, casada mas que a gente sempre desconfiou que tinha uma quedita por ela;
d) A seguinte mistura e molho nas opções acima:

Beijos, Beatriz

Eu acho que a novelinha devia continuar assim...

Virgínia amava Mauro. Amava muito Mauro. Amava demais. Sentia-se segura, plena ao lado dele. Noivaram muito tempo e ela tinha pesadelos, iguais salvo por um detalhe que sempre alternava: às vezes ele a abandonava por uma loura, às vezes por uma morena. Ele ria, ela mor-ria de medo do sonho ser real.

Ele vivia pondo sonhos nela: se é para ficar nessa sua profissão, faça um doutorado. Ele a acompanharia. Ela teve medo que ele não a acompanhasse. Foram afinal, cruzaram mares em vôo internacional, doutorado fora.

Ressabiados os dois, aos poucos se soltaram. Por incrível, ali também o mundo era mundo e gente era gente. Foram se costumando com as cédulas de tamanho menor, os supermercados e os jogos de esportes que para um brasileiro são náusea. Alugaram apartamentinho. Pequeno mas com todos os badulaques, cama enorme, edredons de lã de meio palmo de espessura.

Virgínia estudava, Mauro de licença do emprego e fazendo um ou outro servicinho de free-lancer se ocupava em fazer infra-estrutura para ela. Surpresíssimo, descobriu que os filés de frango são vendidos em supermercados. Que eles são sem gosto, aliás, carne de bois, peixe, frango, tudo é sem gosto, e são pozinhos de planta chamados temperos que dão o sabor. Aprendeu a cozinhar, e aprendeu a cozinhar para Virgínia. Ela voltava moída das provas e trabalhos. Ele a acalmava com comida, e com comida. Brincava que era um misto de mestre-cuca e garoto de programa dela.

Descobriram-se não tão sozinhos. Havia um bonde de brasileiros lá, uma colônia, doutorados os mais diversos, gente de Ipanema e Porto Alegre, Morumbi e Belzonte e nenhum de seu pequeno estado. E em torno dessa colônia gravitavam sobrinhos, agregados, migrados legais e ilegais, uma bolha verde-amarela no hemisfério norte.

Mauro, é claro, continuava achando Virgínia uma princesa do conservadorismo. Claro, de vez em quando ele tivera uma idéia, impressão, fina como som de mosquito, que sua princesa estava a se cansar da realeza. Uma ou outra olhada para um colega, uma palavrinha sobre alguma visita que podia ter uma interpretação mais pesadinha. Tudo impressão, concluía Mauro após análise. Ele é que era o moderno ali.

Um dia aconteceu algo. Estavam numa sorveteria, Mauro destruía um morango, Virgínia atacava um baunilha diet. E aconteceu. Entrou um rapaz, conhecido de vista, dezenove anos e uma pá de músculos, sobrinho de um professor paranaense de física que estava lá em pós-doutorado. Estava de férias. Virgínia olhou para ele. Nada demais, mas continuou olhando. E não desviou o olhar quando Mauro olhou direto para a orelha dela, ela mirava o rapaz, e mirou por dois séculos. Finalmente olhou para o marido, e o sorriso foi de brinco a brinco. Mensagem claríssima: nada a esconder, aquilo-era-aquilo-mesmo.

Mauro ligou o carro, placas de gelo em volta do coração. Virgínia leve, falava levezas, ele com a cabeça no pólo, ou no olhar dela para o rapaz. Na cama enorme, no ap aconchego, Virgínia cruzava as pernas sobre a cama e passava os 40 canais, controle remoto na mão, baby doll azul que Mauro jurava estar mais curto hoje que até ontem. Ele arranjava mil e duas atividades na cozinha e banheiro, não vinha nunca à cama. Pensou em adiantos de arrumações e lavagens, mas para seu horror o apezinho estava bem. Teve de vir à cama. Virgínia com o mesmo sorriso, talvez um pouco maior.

- Bom o dia hoje, né?

- É – disse ele se concentrando infinitamente na busca de uma meia.

Silêncio.

- Bonito aquele rapaz, não? O tal, sobrinho do Aderaldo.

- É – disse Mauro desejando que um raio paralisante o fulminasse em sono instantâneo.

Silêncio com Virgínia enrolando a ponta do cabelo, vendo-sem-ver a TV sem som.

- Vai ficar aqui por mais duas semanas. Eu o vi de calção, beira-da-piscina.

- É – disse ele achando interessantíssimo o programa de TV.

Silêncio. O sexto sentido de Mauro: o desastre se aproxima.

Virgínia enrolou a ponta do cabelo, frase com reticências:

- Parece ser beeem grande...

Muhammad Ali, Mike Tyson e até o Popó se uniram para dar um soco-em-conjunto na cara de Mauro. Pensou em alternativas válidas. Ela podia estar falando da altura do garoto. Tinha seus um e oitenta e cinco, por aí. Era alto. Mas, por que ela dissera: parece? Podia dizer, é. Estava na cara. E por que disse: grande? Seria melhor dizer Alto, não? A não ser que não estivesse pensando em altura, e o coração de Mauro virou iceberg. Nem tudo estava perdido, o amor da minha vida podia estar pensando em... em...

E o fone tocou, Mauro deu pulo de salto-em-altura recorde do Pan, e era a sogra. Nunca adoooorou tanto Dona Fátima, Dona Fátima, eu te amo, quase disse. Com orgulho chamou a filha, a SUA MÃE está no telefone! Virgínia não tinha terminado de dizer alô e Mauro já fingia que roncava debaixo de três lençóis.

[Amigas e amigos, qual será a reação de Mauro se Virgínia lhe disser que quer experimentar outro cara?

a) dirá não;
b) dirá que vai pensar;
c) ficará sem saída, ele sempre não se disse moderno?
d) Amaldiçoará a própria modernidade.

Beijos, Beatriz]

Eu acho que a novelinha devia continuar assim...

[Comentário de um cavalheiro] Escolho a opção B !

[Comentário de um cavalheiro]Também fico com a b.

[Comentário de um cavalheiro]esse negocio de "autorizar" um transa com outro....é meio complicado.... só se for por sacanagem...se for pra passar a mulher pra frente... que nem alça de caixao...quando um larga o outro põe a mao... vamos de opção D com a intenção de cair fora.... nao ficar pra assistir o circo pegar fogo

Um dia atravessaram um riachinho, matas altas, parque nacional. A lâmina dágua tinha seus dois palmos e um bocadinho de força, suficiente para derrubar. Ele com sua mão forte segurou a dela, puxou, não deixou que a correnteza a derrubasse. Do outro lado ela sorriu brinco-a-brinco e pronunciou a frase mágica:

- Eu confio plenamente em você.

Ela tinha dezoito, ele vinte e três. Virgínia sempre inflara o ego de Mauro como um balão. Ele sempre negara, mas agora tinha de admitir – gostava de ser O Herói dela. Ela sempre morrera de medo de perdê-lo, se acharia perdida sem ele – e ele, agora tinha de admitir, sempre adorara ser O Insubstituível. No entanto ela mudara. Não era só o tempo. Até seis meses atrás ela era a mesma de adolescência, ou quase. Era o lugar. Ali eles viviam cercados de lugares chamados Bloomington, Kankakee, Champaign e outras cidades com nome que parecia tosse e com as quais não tinham nada. Lá não tinham raízes.

A situação era bem diferente quando moravam a dois quarteirões da irmã mais velha, a cinco da sogra, e no mesmo prédio de um primo em segundo grau. Mesmo sozinhos, sentiam-se arrastando uma pá de olhos atrás.

Ali era diferente. Sentiam-se soltos no mundo. Particularmente, ele sentia que ela se sentia solta no mundo. Até o olhar, o jeito de sentar, se soltara.

“Enfim a situação mudou” – concluiu Mauro suas recordações, tendo rodado duas milhas com o carrinho quase vazio entre as gôndolas do K-mart, enquanto fazia reflexões e cálculos. Tudo motivado por um telefonema dela, surpresa-ao-celular: ela lhe prometia grande surpresa à noite, ele iria adorar. Ela passara na última prova, só faltava um par de trabalhos fáceis, ela estava quase de férias, e pensava em comemorar fazendo algo que ele sempre quis. “Aguarde a surpresa”, fechou, e pelo celular ela não viu a cara verde-e-amarela dele, sem nada a ver com a pátria.

De noite, ela guardando os livros para as férias de verão, ele lavando os pratos do camarão-à-capixaba que fizera. Pensou em criar trilhões de tarefas, mas resolveu como Édipo na tragédia se entregar logo ao seu destino. Pediu a surpresa.

Ela sorriu. Começou. Sempre fora muito menina. Agradecia a ele, um homem tão evoluído, tão maduro, tão moderno, ter aturado com paciência anos daquela menina tão quadrada.

- Sssssssss – sim e a voz escorregou como cobra de desenho animado.

- Eu mudei. Estou mais madura, mais mulher, sabe?

- Aham – tossiu ele, estômago-com-nó.

- Posso fazer coisas que nem pensava antes. Posso fazer topless numa praia, já pensou?? Mostrar meus seios para homens e mulheres, o que é que tem? Com você do meu lado, não tem problema algum. E se algum carinha for se masturbar depois lembrando, problema dele! Sei que você sempre sonhou com isso.

- Aham, aham.

- Dia desses encontrei na biblioteca aquela nova, aquela baianinha de literatura, lembra?? Cor-de-jambo. Mostrei um livro a ela. Ficamos muito juntinhas, nossos cabelos se tocaram. Pensei: não precisa ser fantasia. Ela veio sozinha... Na próxima festa quem sabe eu posso lavá-la a um canto, dar uma chegadinha, sondar, quem sabe ela não gosta? A gente podia se beijar. Experiência nova. Sei que você adoraria!

- É, adoraria – disse ele, a voz num só tom.

- Mas não sabe da grande surpresa. Vou provar que eu mudei, não sou mais a mesma, Vou cumprir seu grande sonho: Vou transar com outro homem, na sua frente!

Ele pensou em brincar, Você se enganou, meu grande sonho é acertar sozinho na Mega-sena, rárárá, mas a voz rareou e ele só miou:

- Outro?... Quem?...

- Você escolhe. EU CONFIO PLENAMENTE EM VOCÊ.

A frase mágica. Ele levou cinco segundos ou séculos para responder:

- Vou pensar.

Ela murchou. Franziu a testa como quem ouve que dois mais dois são 347.

- Pensar?!...

A cabeça dele acelerou, mil coisas passaram. Se ela tinha medo de perdê-lo, ele tinha medo de deixar de ser o herói dela. Ao dizer o vou-pensar, viu a decepção na cara dela. Não era mais o moderno, não era a vanguarda que ela seguia, deixaria de ser o herói. E isso não podia admitir.

- Quer dizer, vou pensar num cara bem legal.

O sorriso dela voltou, ela gatinha leve agarrou ao pescoço dele.

- Eu te amo-amo-amo-amo- amooooooooouuurrr!

[Amigas e amigos, agradeço a Marcelo, Roberto e Mr. Run. Nosso amigo Mauro se colocou numa bela encrenca, não é mesmo? Vamos pesar as alternativas dele? De cara descartar o garoto mencionado no parágrafo anterior, muito óbvio. As outras:

a) vai explicar a situação a um casal maduro, que parece já ter feito troca de casais, para fazer algo com eles a quatro, algo calmo, e tentar “disciplinar” a coisa; pois teme que se for com um garotão ela se apaixone por ele;
b) um garotão de vinte, migrante ilegal, sobrando beleza, sorridente lavador de copos numa cantina da Universidade; pois teme que com um homem maduro aí sim é que pode acontecer um envolvimento afetivo e ele perder a mulher; melhor um jovem desmiolado;
c) vai insistir numa moça, quem sabe a baianinha; pois com uma mulher vai ser só transa mesmo, e acabou e não se falará mais no assunto; por outro lado, as lésbicas dizem que só uma mulher entende o corpo de outra mulher... vai ver que isso é verdade e ele vai perder a esposa não para outro, mas pior ainda, para outra!
d) Depois de muito remoer, apresentará bandeira branca: confessará que não é moderno, tem medo, não é herói. E a coisa reverterá: ela é que vai querer “novidades”, e ele terá medo.

Beijos e beijos, Beatriz]

Eu acho que a novelinha devia continuar assim...

[Comentário de um cavalheiro] Dona Ana Beatriz!! Vc gosta de levar a situação sempre para o mesmo lugar.... com a visao feminina...transar com outro homem.... enquanto que os homens com sua visao masculina preferem milhoes de vezes mais uma mulher.... mas conto é conto....e continuo na opção D... mas quem vai escrever é vc... deliciosamente como sempre.

[Comentário de um cavalheiro]Ana Posso não estar certo Ana, mas acho o Mauro meio inseguro, por sempre ser o heroi dela. Como ela mudou, sendo uma mulher mais madura querendo novas experiências ele esta fragilizado com a nova situação. Acredito que ele só aceitou a condição de ele arrumar um cara legal pra ela, por causa dela, da insistência dela . Voto na opcão D, Ana.

Enfim, decidida a situação, pensou Mauro, sem estar decidida. Só preciso arranjar um cara para transar com minha mulher, pensou reprimindo náuseas. Mauro era desses que quando tem de tomar remédio ruim engole logo tudo, quando tem de tomar injeção é o primeiro da fila. Se o ruim tem de acontecer, aconteça logo.

Veio o folheto: festa de vizinhança. Festa de gringo, mas a vizinhança era quase toda brasileira. Virgínia ficaria o dia todo na faculdade, ele iria só. Vou lá, pensou ele, disposição de plantonista em noite de ano novo.

Cara enterrada no ombro, mãos frias, era o avesso de um descontraído swinger atrás de curtir-a-vida. Encheu o copaço de ponche, arranjou cadeira, evitou conversa. Relaxou, relaxou. Ahhh, essa tarefa pode demorar muito, afinal é decisão difícil. Enquanto isso ela esperaria, ora. Não deixara nas mãos dele? Olhou a festa. Pensou, e pensou feliz. Aquele é muito velho, o outro muito gordo, aquele muito quadrado, grudado à mulher, o outro é menor de idade, o outro é muito feio, outro muito baixo, outro vai embora depois de amanhã, não dá tempo. Sorveu mais um gole de coquetel com pedaços-de-maçã. É, Mauro, prepare-se para uma longa busca. Era muita ingenuidade ele querer achar um cara bonito, alto, de seus trinta, olhos azuis, solteiro, culto, nada de bonitões analfabetos, liberal, disponível. Muita ingenuidade dela. E sorveu outro gole mas pela metade.

Só pela metade. Uma mão forte se apresentou à sua.

- Vladimir! Disse o dono da mão. Mauro se voltou. Era um cara de olhos azuis, seus um e oitenta e tantos, magro mas não magrela, forte sem exageros halterofilistas, e por trás dele Mauro pôde ver que duas mulheres olhavam com olhos-de-estrela o recém-chegado.

Apertou a mão do cara. O outro disse:

- Pois é, vim para um pós-doutorado em computação. Loucura, saí quase direto do lançamento do meu terceiro livro parar pegar o avião. Legal conhecer você nessa festa, tinha medo de ficar sozinho, sabe como é, homem separado é assim mesmo. É casado? Legal, venham tomar um licor um dia em minha casa. As mulheres de meus amigos são minhas amigas. Boa essa festa, não? Temia que as pessoas fossem muito conservadoras. Sabe, eu me acho um cara moderno. O mundo mudou, as pessoas não podem ficar para trás. O relacionamento homem-mulher, por exemplo, não é mais o mesmo. Antes era aquela coisa fechadinha, só os dois. Hoje não. Foi o que acabou com meu casamento. Minha agora ex-mulher me ama muito, hoje mesmo me ligou, apaixonada por mim. Diz que nunca mais terá outro. Apenas ela não aceitava certas coisas... certas coisas que eu propunha, entende? Muito conservadora. Não se pode mais ser assim.

Mauro não tinha injetado nem fumado nem cheirado, mas estava mais areado que se tivesse feito os três juntos. Não lembrou, não lembrou do que falou, se é que falou, não lembra do ponche, da rua, de nada, só da porta de casa, quando chegou.

Ela foi atender feliz, mas murchou ao vê-lo:

- Que houve? Você está péssimo.

[Amigas e amigos, a opção já foi feita pelos nossos dois votantes Marcelo e Mr. Run. Resta saber somo se dará, ou seja, como Mauro falará a Virgínia:

Opções: a) Dirá que não é aquele herói e tentará fazer com que ela tenha pena dele;
b) Dirá que ele precisa de um tempo para se acostumar (e pensará, talvez uns trezentos anos...);
c) Jogo a bomba para vocês: e Vladimir? E o papel dele nessa história toda? Confesso que neste momento, não tenho a mínima!
d) Nenhuma delas, e sim...

Beijos, Beatriz]

Eu acho que a novelinha devia continuar assim...

[Comentário de um cavalheiro]Ana Beatriz; Diante da proposta de (in)segurança, não resta outra opção que não seja a primeira. No entanto se vc quiser mudar o rumo da prosa, talvez o Vladimir possa "oferecer" uma amiga que o Mauro já estava de olho mas não tinha como chegar. Ou, pra piorar de vez, o Vladimir é na verdade mó gayzão, rsssss

[Comentário de um cavalheiro] se depender do Roberto e de mim....essa historia nao vai ter fim mas vamos ajudar a escritora para dar um gran finale.... Depois de satisfazer os sonhos de Virginia, Vladimir nota que Mauro tb se interessou por ele, para desespero da Virginia que presenciará o lado feminino do marido

Quando tinha de tomar injeção, era o primeiro da fila. Se a desgraça tem de acontecer, aconteça logo, sua filosofia era. Nem tinha saído do batente da porta quando começou. Continuou de pé mesmo e mal tinha dado dois passos na cozinha quando terminou. Vomitou mais que falou. Morreria de ciúme. Não, não conseguia, e tentara. Só de pensar noutro cara naquela cama, aquela camona deles... Só de pensar no troço (chamava assim) do outro cara ficando horizontal... Dava vontade de gritar, cara, cai fora já com essa coisa!...

Mas tinha pior, tinha pior... E se... e se... e se... ela gostasse? Se quisesse transar de novo com o outro? E de novo e de novo? Dizem que mulher quando transa ou se apaixona ou chega perto... E se ela preferisse o outro?... E ele ficaria só?... Pedia desculpas, perdão, sei lá o quê, por anos de falsa modernidade... Ficava dizendo aquelas coisas de relação aberta, mundo mudou... Bobagens. Não era moderno coisa nenhuma. Era muuuuito conservador.

Só parou de falar quando percebeu que já repetia cada ponto pela terceira vez. Com o rabo do olho dava flashes de olhada para ver se conseguia o resultado pretendido, o instinto-de-maternidade, o abraço, o meu-amor-eu-te-compreendo-e-amarei-sempre. E viu que obteve o que queria, o olhar dela era aquele mesmo... mas com uns relampejozinhos de decepção. Como quem pensa, Puxa, perdi meu sorvete! Ele pensou: ela queria mesmo o outro cara, o beijo na colega, o topless para algum adolescente ver. Mas, no geral, vitória era dele.

Virgínia foi tomar copo dágua, voltou para a cama com cara de passado-é-passado, vamos tocar. Manipulou o super-controle de 447 canais, como gringo gosta de canal. Ele cachorrinho encolhido, pijama novinho ao seu lado. Ela parou num sentimentalóide-de-gringo, tipo Meg Ryan, filme que não comoveria ninguém. Ou comoveria. Meia dúzia de beijos e lágrimas por minuto de projeção. E vinte desses minutos depois e Mauro jurou ter visto as coxas de Virgínia se afastarem uma da outra. Coisa pouca, uma meia dúzia de centímetros, o baby-dollzinho roxo, calcinha da mesma cor. Mais um par de minutos e não era impressão, as coxas da esposa se afastaram mais outro tanto, os olhos dela grudados nos beijos-de-língua na telinha. E se afastaram mais um pouco, ela na posição que ficava quando transava com ele.

Mas teve mais, agora as unhas recém pintadas de rosa-claro da mão esquerda se aproximaram, engancharam nas bordas rendadas da calcinha, e macias a puxaram para o lado. Mauro a cabeça a um palmo admirou como era definida à base de muita lâmina a borda do retângulo negro de seus três e pouco centímetros de largura que a garota tinha entre as coxas. Não que fosse um retângulo perfeito: dividia-o ao meio um delicado cordão de rubis avermelhados, cordão que ficava maior à medida que a mão direita da esposa, recém-convidada à festa, acariciava o retângulo como quem toca cabelinho de nenê.

Mauro ficou de platéia, sem saber o que fazer, até que as mãos pararam o que faziam, deslizaram a calcinha pelos tornozelos, as coxas muito brancas se afastaram de novo, e um pouco mais. E as unhas da mão direita afundaram nos cabelos dele. E ele se sentiu não só tocado, mas puxado. Deixou-se levar, e meia dúzia de segundos depois a ponta de seu nariz estava a um centímetro, se tanto, do colar de rubis, agora mais valioso por que um pouquinho mais largo. E o beijou leve como testa-de-nenê, e sua língua se estendeu e o tocou e não tocou, entrou um pouquinho nele, sentiu o calor e maciez.

Virgínia fechou olho, deu uivinho-uuuuuuuu. Mauro fortaleceu o trabalho. Nunca Virgínia tinha tomado as iniciativas assim, e ele não achava ruim. Ela mordeu lábio inferior, afastou-o pelos cabelos, enviou dois dedos valentes exploradores para percorrerem profundo os interiores onde ela era mais mulher. E quando os dois terminaram sua viagem, ela os ofereceu a Mauro:

- Chupa. Tá gostando?

E ele voltou a ser menino, chupando sorvete pela primeira vez. Percorria cada junta dos dedos dela como não quisesse perder nada.

- Adorando. É a coisa mais doce que já provei.

O menino-no-sorvete foi interrompido pelo telefone. Mauro fez menção de acabou-tudo, quis levantar, mas ela trancou suas coxas nas orelhas dele, não o deixou sair. Pegou o fone, voz macia, Alôôuuu...

Era Luana, a baianinha. Virgínia lutando para se concentrar e não gemer ouviu Luana dizer A grande novidade!

- Queeee novidaaade, disse Virgínia a respirar quente. A outra com entusiasmo de torcedor de jóquei com cavalo na frente:

- Chegou um cara lindo. Um gato. Quer sair comigo.

- Quem...?

- O nome é Vladimir!

[Amigas e amigos, chegamos ao final da novela da semana. O enredo foi estabelecido pelos votantes. Eu previa algo mais pesado, e quase não saiu transa-pra-valer. Democracia aqui na SEGREDOS é que é pra valer! Agradeço a Marcelo que começou a dar suas contribuições, Roberto, Mr. Run e sua visão das diferenças de narrar masculino-femininas. E temos um ganchinho para novela da semana que vem. Sonhem com ela, bom fim de semana, amem muito e sejamos todos felizes.

Beijos, Beatriz]

Eu acho que a novelinha devia ter terminado assim...

[Comentário de um cavalheiro]esse gancho ficou bom.... vladimir junto com a baiana e nosso casal atras de novidades... quem sabe numa suite escura, só com sombras, pois o que os olhos nao vem o coração nao sente...

[Comentário de um cavalheiro] Pedro e Mônica eram casados, bonitos, flamenguistas e milionários. Só tinham um problema: a vida sexual deles era insatisfatória. Aqueles dois na cama eram piores do que horário eleitoral...
Um dia conversaram sobre o assunto:
- Quem sabe se a gente ousasse mais, amorr... - disse Pedro.
- Eu faço qualquer coisa, meu bem! O que você quer?
- Já ouviu falar em swing?
- Troca de casais?
- Sim! A Neusa e o Mário, que são nossos melhores amigos, praticam e dizem que é ótimo! Quem sabe se a gente...
Meio a contragosto, Mônica concordou. A noite começou com um jantar regado a muito vinho da melhor qualidade. Depois, horas de sexo selvagem, e quando o dia já estava raiando, Pedro acendeu um cigarro e falou:
- Pôxa! Foi o melhor sexo da minha vida!<
- Pra mim também!
- Não vejo a hora de nossas mulheres saírrem do outro quarto pra gente saber se elas também curtiram, Mário!