Metal Contra as Nuvens
(Renato Russo)

I

Não sou escravo de ninguém 
Ninguém senhor do meu domínio 
Sei o que devo defender 
E por valor eu tenho 
E temo o que agora se defaz.

Viajamos sete léguas 
Por entre abismos e florestas 
Por Deus nunca me vi tão só 
É a própria fé o que destrói.
Estes são dias desleais.

Sou metal - raio, relâmpago e trovão 
Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão 
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Reconheço o meu pesar: 
Quando tudo é traição, 
O que venho encontrar 
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha 
E sempre será minha terra 
Tem a lua, tem estrelas e sempre terá. 

II 

Quase acreditei na sua promessa 
E o que vejo é fome e destruição 
Perdi a minha sela e a minha espada 
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei.

E, por honra, se existir verdade 
Existem os tolos e existe o ladrão 
Há quem se alimente do que é roubo.

Vou guardar o meu tesouro 
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão.

III 

É a verdade o que assombra 
O descaso que condena, 
A estupidez o que destrói.

Eu vejo tudo que se foi 
E o que não existe mais.
Tenho os sentidos já dormentes, 
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém 
E sei que devo resitir- 
Eu quero a espada em minhas mãos.

Sou metal - raio, relâmpago e trovão.
Sou metal: eu sou o ouro em seu brasão.
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar -
Tenho ainda coração. 
Não aprendi a me render: 
Que caia o inimigo então. 

IV

- Tudo passa, tudo passará.

E nossa história não estará pelo avesso 
Assim, sem final feliz. 
Teremos coisas bonitas pra contar. 

E até lá, vamos viver 
Temos muito ainda por fazer. 
Não olhe para trás - 
Apenas começamos.

http://www.osoprododragao.kit.net/

O mundo começa agora - 
Apenas começamos.

    Source: geocities.com/br/andariel82/docs

               ( geocities.com/br/andariel82)                   ( geocities.com/br)