INGRID GRIEBEL

Policiais espíritas têm associação que se reúne mensalmente e discute o uso de suposta mediunidade e paranormalidade na solução de casos

Cerca de 20 delegados têm encontro marcado uma vez por mês numa sala de um prédio do Centro de São Paulo. Não se trata de uma reunião da Secretaria da Segurança Pública, nem de assembléia organizada por uma entidade sindical. Os policiais fazem parte da União dos Delegados de Polícia Espíritas do Estado de São Paulo (Udesp) e usam a ocasião para discutir a doutrina espírita, que é muitas vezes aplicada à profissão.

Entre os integrantes da Udesp, que foi fundada em 1998, está o delegado João Demétrio Loricchio, do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Loricchio admite já ter usado o que chama de mediunidade para solucionar alguns casos. “Geralmente, acontece quando vou dormir. Na hora de acordar, vem uma espécie de intuição”.

Os delegados espíritas demonstram um pouco de receio na hora de falar sobre a suposta mediunidade aplicada à solução de crimes, e não revelam detalhes sobre as reuniões. “É algo muito natural nos Estados Unidos (leia abaixo) e no Reino Unido, mas que ainda não se tornou tão comum no Brasil”, explicou Loricchio. Há pouco tempo, a entidade tentou trazer ao país a psicóloga Kathryn Harwig, que motiva agentes do FBI a exercerem a paranormalidade nas investigações.

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