São Paulo contra a
guerra |
28/9
Fim de semana terá ato político e cultural na sexta-feira, teatro de rua no sábado e
Forró Social Mundial no domingo
Já não estão sozinhos brasileiros que repudiam os atentados terroristas cometidos
contra a população de Nova York e Washington, mas que não se conformam em assistir
passivamente à guerra de revide preparada pela Casa Branca. Começa sexta-feira, em São
Paulo, uma série de manifestações populares contra os planos militares do Império. As
atividades vão se estender por todo o fim de semana. Reunirão trabalhadores, estudantes,
sem-terra e sem-teto, partidos progressistas, batalhadores pelos direitos humanos, pela
igualdade, contra o racismo e os preconceitos. Somarão discursos políticos e
intervenções artísticas. Transmitem uma mensagem de esperança: está se espalhando
pelo mundo a idéia de que a luta contra o neoliberalismo por um novo mundo estará
associada, após 11 de setembro, à batalha pela paz. E servem como alerta: haverá
resistência em muitos países, se o governo estadunidense levar adiante a idéia de
promover uma guerra cujos objetivos a cada dia fica mais claro são ampliar
a supremacia militar do Império, salvar sua economia periclitante e atingir o movimento
nascente contra o neoliberalismo |
Sexta-feira de luta e de arte |
28/9
A primeira manifestação está marcada para sexta-feira, na Praça Ramos. ATTAC, MST,
CUT, UNE, movimento dos sem-teto, União de Negros pela Igualdade, Fórum Regional do
Movimento Hip-Hop do ABC, grêmios estudantis e outras entidades promovem, das 15 às 18
horas, um ato político e cultural. Como de costume, os organizadores falarão à
população, apresentanto seus argumentos e propondo adesão à campanha contra a guerra.
Terão a companhia de artistas que sonham com a trasnformação da sociedade. A banda de
reggae Leões de Israel cantará músicas de Bob Marley, entre elas War. O Centro
Universitário de Cultura e Arte (CUCA-UNE), formado por atores e atrizes, fará
apresentações de dança. O forró ficará por conta da banda Macamba, constituída por
trabalhadores do Centro Cultural Elenko-KVA. Darão seu recado em seguida as posses de
hip-hop Rotação 1 e NegroAtividades. Quando o ato estiver chegando ao fim, integrantes
delas próprias grafitarão uma enorme faixa contra a guerra, que será em seguida
assinada por todos os presentes, para constituir um símbolo do posicionamento pacifista
da cidade. Às 18 horas, os manifestantes seguirão, em passeata, rumo ao Largo de São
Francisco, onde irão se encontrar com estudantes da Faculdade de Direito da USP.
Lançarão de lá o Movimento São Paulo contra a Guerra. |
Sábado terá teatro na avenida |
29/9
A série de atos pela paz continua sábado. Grupos de jovens inspirados pela Ação Global
dos Povos, um movimento internacional de tendência autonomista, vão quebrar a rotina da
Avenida Paulista para uma apresentação de teatro coletivo. O local de encontro é o
prédio da Caixa Econômica Federal, próximo ao MASP. Divididos em dois grupos, os
manifestantes simularão uma guerra. Querem chamar atenção para o caráter de barbárie
e irracionalidade dos conflitos militares. Pretendem, além disso, lembrar que o espaço
urbano não se presta apenas, para o transporte de mercadorias: as ruas, praças e
avenidas precisam ser também, e acima de tudo, palcos para a manifestação dos
cidadãos, o lazer, a arte, a confraternização. Terão a companhia de integrantes do
ATTAC e de grêmios secundaristas. |
Domingo, Fórum Social Mundial
e forró |
30/9
Um festival de política e arte fechará o fim-de-semana pacifista. A partir das 14 horas,
o Centro Cultural Elenko-KVA (Rua Cadeal Arcoverde, 2978 Pinheiros) promove, mais
uma vez, o Forró Social Mundial. O evento será inteiramente dedicado à batalha contra a
guerra. A atração principal é o lançamento do seminário internacional Um mundo sem
guerras é possível, que ocorrerá durante o II Fórum Social Mundial. A iniciativa é do
sociólogo Emir Sader, que pretende reunir em Porto Alegre, no início do próximo ano,
movimentos e personalidades que lutam pela paz nas diversas regiões de conflitos
Oriente Médio, Colômbia, Coréias do Norte e do Sul, Caxemira, País Basco, entre
outros. Ao longo de quatro dias, elas apresentarão soluções políticas para a
resolução pacífica destas disputas. O seminário também debaterá propostas para
atingir alguns dos fatores que mais alimentam os conflitos -- entre eles, a produção
maciça de armamentos, concontrada nos países ricos, e a tolerância em relação aos
paraísos fiscais. Emir falará em detalhes sobre a iniciativa durante o debate.
Dialogarão com ele Edna Rolan (presidente da ONG Fala Preta! e relatora da Conferência
de Durban), Michel Haradon (do movimento Shalon Salan Paz) e Antonio Martins (do ATTAC).
Está prevista a presença de Gilmar Mauro (da coordenação nacional do MST). |
Feira de movimentos sociais e
ONGs, shows contra a guerra |
Uma das atrações do Forró
Social Mundial é uma Feira de Movimentos Sociais e ONGs (inscrições pelo fone 11-
3816.8000. Durante a tarde e a noite haverá sete apresentações de bandas e grupos
contra a guerra: Rud a Dub (reggae), Conclusão (rap), Lamparina Laser (forró), Os Opalas
(samba-rock), Somba (rock tropicalista), Os Charles e Cia. (blues e folk) e Arrumadinho
pela paz (uma jam session). Uma mostra de curtas (O dia em que Dorival encarou o guarda,
de Jorge Fortunato e José Pedro Goulart; A matadeira, de Jorge Furtado; O trabalho dos
homens, de Fernando Bonassi e Os outros, de Fernando Mozart), completa o domingo. O mote
escolhido pelo KVA para a jornada não poderia ser melhor: Contra a barbárie dos
terroristas e do Império, uniremos nossos esforços e idéias pela paz. |