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Poesia em foco |
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Janela da Alma
Neste meu silêncio azul, Onde o que constrói É um rio que passa, as Flores e as vontades também, Dos homens de boa vontade, Há a voz do que não reina, Testemunha antiga de muitos Mitos contraditórios e falsos Testamentos.
E nem lhe importa o reino. Se flores há, se corre o rio Ou a vontade é do homem, Porque quererá ele reinar então, Não é o que há e corre, O que, já correndo, constrói, Ou do Homem, sua vontade, Se a vontade é uma flor, No rio que há, porque passa, Passou e há-de passar, Como coisa que está E é e será e voltará a ser, Porque a si própria se constrói, De sua vontade, Já no homem verdade?
Neste meu silêncio, Onde o azul é todo este azul Que há e o que não se vê, Toda a voz é a voz primeira, Do que, embora sem reino, Sempre reinará.
Jorge Humberto
(18/04/2004)
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