DO MERECIMENTO

Muito se tem falado do "merecer ou não merecer". Mister se faz explicar mais detalhado o merecimento.

Ajuda é para os desencarnados

Os processos de ajuda se dirigem às pessoas que procuram um apoio espiritual em uma religião qualquer em busca de um lenitivo.

Se apresentam portadores de toda sorte de problemas, desde a mais simples indisposição até casos de completa imbecilização.

Em face dessa busca pelas pessoas, abre-se a possibilidade de os desencarnados ligados a eles também se apresentarem para receber ajuda.

No encarnado o problema se apresenta de maneira orgânica ( dores, mal-estar, doenças, etc.) e de desequilíbrio mental. Como sabemos, os sintomas orgânicos devem ser tratados pela medicina humana e o desequilíbrio mental por orientação e evangelhoterapia.

Dois Pacientes

Quando falamos que "tem a haver o merecimento" parece que estamos nos referindo ao merecimento do paciente que se apresenta no trabalho de cura na casa espírita pedindo algum tipo de ajuda. Porem se formos examinar com maior acuidade veremos que há 2 tipos de merecimento em jogo:

a) O do paciente encarnado.

b) Os dos irmãozinhos desencarnados que acompanham aquele ser.

Merecimento do Paciente Encarnado

Claro que nunca se fala no merecimento, mas sempre fica a condicionante de que "se ele tiver merecimento poderá ser ajudado". Não podemos esquecer que os trabalhos espirituais quando se manifestam, Já deixaram suas marcas no corpo físico pelo canal de ligação que é o Duplo Etérico, e este só poderá ser tratado pela medicina da terra. E, cármico ou não, o problema poderá ser minimizado ou extirpado pela medicina independente do trabalho espiritual de doutrinação. O processo de cura espiritual de um problema físico se dá pela energia e harmonização não pela doutrinação, esta é um complemento, pois pode provocar o afastamento dos obsessores, o que viria facilitar o processo de cura.

Então temos de:
- afastar os obsessores.
- energizar e harmonizar as regiões e órgãos atingidos com passes magnéticos.

Onde então se aplica o merecimento?

Afastar os obsessores: Depende destes.

Receber os passes magnéticos: é uma situação passiva de receber.

Não há então que se falar em merecimento do paciente encarnado fora do ambiente da doença regeneradora pelo carma, que é uma outra questão.

Do merecimento do Paciente Desencarnado.

Para este sim é que é dirigido todo processo de cura, porque para o encarnado a ajuda vem pelo afastamento de seus obsessores e dispersão das energias deletérias provindas do processo obsessivo. A cura efetiva este deve buscar na medicina material.


Do processo de cura do doente desencarnado

Diferentemente do doente encarnado, para o desencarnado é bem mais rápido seu tratamento, pois nesses casos concorrem todos os participantes do teatro: quem quer sua cura e quem quer sua destruição.
O tratamento tem que levar em conta todo o teatro, cortando os vínculos com quem quer sua destruição (ajudando-os também para que eles não façam pressão contra o doente) e pedindo ajuda a quem quer sua cura. Normalmente quem quer sua cura é um ente muito querido: mãe, pai, esposa, avô, etc.
Os problemas podem ser apenas distúrbios psicológicos ou reflexos de alguma doença no físico, contraída quando da sua última encarnação. Todos eles, além dos tratamentos específicos exigem uma reconstrução dos fatos de sua encarnação que causaram aqueles problemas, isto é, devemos apagar aquelas más ações e reescrevê-las com a ótica do amor, aplicando todas as técnicas de doutrinação que a Apometria possibilita.

Enquanto ainda houver reflexo de alguma doença temos que ter em mente que esta NÃO SERÁ TOTALMENTE DEBELADA enquanto o arrependimento, amor e o perdão não se instalarem definitivamente no coração do ser, temos de buscar os obstáculos e removê-los até a cura total.

Para remoção dos obstáculos devemos pedir ao paciente concentração no que pode vir a estar dificultando sua cura (pode ser um sentimento negativo ou um obsessor). Caso o obstáculo seja um pensamento negativo podemos pedir que apague-o e reescreva a mesma cena com amor. Se for um obsessor precisamos trazê-lo para incorporação e tratá-lo.

A experiência nos mostra que dessa forma a cura é completada e a entidade pode ser encaminhada para repouso e completa recuperação na espiritualidade onde se ocupara de alguma pequena atividade acompanhado da evangelhoterapia.

A fixação do desencarnado com seus obsessores

Divaldo Franco em sua obra Tormentos da Obsessão pelo espírito de Manoel Philomeno de Miranda, relata às fls. 159 que os vínculos energéticos precisam ser cortados para que o ser possa ter forças de resistir aos chamamentos de volta:

"Eurípedes, tomando a palavra, sintetizou o programa a ser desenvolvido:
- A transferência do nosso querido paciente para este recinto não rompeu os vínculos energéticos mantidos com alguns dos verdugos que o retinham na furna de aflições. Foi deslocado espiritualmente sim, mas as fixações psíquicas encontram-se-lhe imantadas através do perispírito denso de energias morbosas.

Iremos tentar deslocar algumas das mentes que prosseguem vergastando-o, atraindo os seus emissores de pensamentos destrutivos a conveniente e breve diálogo, para, em ocasião própria, torná-lo mais prolongado, mediante cuja terapia procuraremos liberá-lo das camadas concêntricas de amargura e de culpa, de necessidade de punição e de fuga de si mesmo, até o momento de o despertarmos do sono reparador que lhe foi imposto por força das circunstâncias."

O trabalho de desobsessão realizado por Eurípedes Barsanulfo foi explicado às fls. 168 por Dr Ignácio Ferreira, médico uberabense diretor do Sanatório Esperança, erguido na espiritualidade por Dr. Eurípedes Barsanulfo:

"Realizamos, há pouco, uma atividade não comum na área dos fenômenos mediúnicos, conforme o habitual entre os encarnados. Trata-se de uma experiência específica para distúrbios profundos, que se fixaram no recesso do perispírito de Ambrósio, alcançando as delicadas tecelagens mentais do espírito , que lhe sofrem as conseqüências danosas.

O objetivo inicial era romper a fixação mental de um dos seus adversários, o que foi conseguido graças a psicofonia atormentada, retirando as energias que lhe estavam imantadas e, momentaneamente transferindo-as para a médium. Desligado psiquicamente da sua vitima, o retorno se lhe tornará mais difícil, especialmente quando o paciente despertar com outras disposições mentais, não mais facultando campo vibratório para sintonia com esse teor de energia"

Pelo relato vemos a aplicação de uma técnica muito sutil e não usual nos tratamentos dos centros espíritas. Ainda Dr. Ignácio Ferreira, às fls 42, relata fato dele em vida no centro espírita:

" Um rapaz viciado em bebidas dava muito trabalho como bêbado e como paciente de desobsessão e a própria espiritualidade já afirmara que "somente esforço do paciente poderia modificar os planos de vindita elaborado por seus desafetos, o que parecia difícil...".
Após duas semanas o rapaz foi assassinado por outros companheiros de infortúnio. Após o trágico desfecho, as fls 55, Dr. Ignácio Ferreira relata que os dirigentes do centro espírita se teria falhado a ajuda espiritual ou por qual razão não nos foi possível aprofundar terapias mais eficientes?