Anatomia Externa
Nos machos, a nadadeira anal modifica-se com a chegada
da maturidade sexual e transforma-se num órgão copulador, chamado de gonopódio.
Nas fêmeas a nadadeira anal não se modifica.
-Anatomia interna
Os órgãos internos do Guppy funcionam como nos outros
peixes: O cérebro é pequeno e está ligado a um sistema nervoso bastante
simples. Este sistema nervoso comanda os órgão sensoriais, bastante
desenvolvidos no Lebiste, principalmente, os olhos e o paladar.
O sistema digestivo faz uma digestão rápida e
eficiente, onde atuam órgãos como o fígado, pâncreas, rins, intestino e o
seu sistema excretor.
A bexiga natatória localiza-se no abdômen, um pouco
para a frente, o que dá ao Lebiste uma posição ligeiramente inclinada de
nado.
As Brânquias são sensíveis e atuam na respiração,
filtrando a água absorvida, retendo todo oxigênio dissolvido na água. Apesar
de se adaptar aos ambientes mais inóspitos, este peixe não tolera grandes
concentrações de cloro, o que destrói os finíssimos capilares das suas
guelras.
Os melanóforos são pontos são pontos microscópicos
existentes nas células da epiderme, que dão as cores no Lebistes e agem por
reflexão da luz, na pele do peixe.
-Comportamento
Os Lebistes são ótimos, qualquer que seja o tipo ou
tamanho de aquário que você queira montar, são ágeis, alegres, coloridos e
estão sempre a se movimentar por todo o tanque. É de um galanteador nato, e
passa o dia inteiro se exibindo e correndo atrás das fêmeas, mordiscando algas
pelo aquário e apesar de ser um peixe de superfície, quando está em
cativeiro, geralmente perde esse hábito, pois devido as pequenas proporções
dos aquários, eles povoam facilmente os espaços. Apesar disso, os Lebistes são
pouco territoriais quando criados em espaços relativamente grandes, mas isso não
é problema, já que tivemos oportunidade de criá-los em pequenos lagos e
quando um invade o território do outro, causa alegres e rápidas correrias pelo
tanque, sem maiores conseqüências. A sua manutenção com outros peixes é facílima,
desde que, respeitadas as condições físico-químicas desta espécie (pH, dH,
temperatura, etc.). Os peixes mais recomendados para se ter junto com os
Lebistes são os platis. VOCÊ PODE TER AINDA, limpa-vidros, coridoras e
pequenos cascudos que ajudarão você a manter seu aquário limpo. Os POECILÍDEOS
em geral, são ótimos para manter com os Lebistes, mas em aquários pequenos ou
superpovoados não coloque espadas, pois são extremamente territoriais e em
ambientes menores tendem a ficar agressivos, inclusive entre si. Os Lebistes
machos geralmente são muito ativos para com as fêmeas e o ideal é manter,
sempre, um número maior de fêmeas, na proporção de 3 (três) para cada
macho. Com os Lebistes. Seu aquário vai ficar muito mais alegre.
Reprodução
O Lebiste se reproduz de maneira peculiar aos ovovivíparos
(ou vivíparos), ou seja, os ovos são fecundados dentro do corpo da mãe e aí
mantidos até que os alevinos (filhotinhos) estejam formados e prontos por vir
ao mundo, quando rompem a membrana do ovo e são projetados para fora do corpo
da mãe.
As fêmeas já estão prontas para reproduzir a partir
dos três meses (é a maturidade sexual) e a gestação se faz de 22 a 26 dias,
(30 dias em média) dependendo da fêmea e de condições, tais como, a
temperatura da água, que quanto mais fria, mais retarda a gestação.
As ninhadas, geralmente variam de 20 a 60 filhotes por
vez, mas já houve fêmeas em nossos aquários a parir de uma só vez só 98
filhotes, e há autores que citam ninhadas em torno de 120 alevinos. 20 a 40
peixinhos é o que normalmente ocorre em nossas criações, o que já é um número
razoável, pois, determinadas condições, fazem uma fêmea sadia as vezes ter
15 filhotes e um mês depois ter mais de 50.
Quanto a proporção entre sexos, invariavelmente nascem
50% de machos e 50% de fêmeas. Nos aquários as fêmeas sobrevivem em maior número
e não há motivo aparentes para que isso ocorra.
Já na natureza o risco de predação é maior para os
machos, já que são mais afeitos a passeios por águas abertas, são mais
coloridos e por isso acabam vítimas de predadores, enquanto as fêmeas são
mais cautelosas e vivem mais agrupadas e escondidas. Portanto no ambiente
selvagem a proporção de fêmeas é maior do que machos.
Qualquer aquarista que já tenha tido crias de Lebistes,
provavelmente presenciou a mãe comer seus próprios filhotes, assim que ele
nasce: ela vira e o engole. Isso faz parte de seu controle de natalidade
natural, onde num certo espaço só viverá bem, uma quantidade compatível de
indivíduos.
Os aquaristas inventam mil e umas maneiras de contornar
o problema, usando criadeiras dos mais diversos modelos e tamanhos. Estes
problemas podem ser resolvidos se você usar um aquário de uns 20 litros, bem
plantado e com piso de pedrisco médios, onde os alevinos terão onde se
refugiar da voracidade da mãe que deverá estar bem alimentada (evite neste período
de reprodução, alimentar a fêmea com alimentos vivos ou carnes, pois isso
excitará o seu instinto de comer os filhotes).
Comportamento Sexual
Os machos perseguem muito as fêmeas. "Ao que
parece, todo macho de Guppy, exceto quando está comendo ou dormindo, só pensa
em perseguir e fazer corte às fêmeas", já dizia Uwe P. Kohnem no seu
livro "Guppy, criação e desenvolvimento, (o qual aconselhamos a leitura a
todos que queiram iniciar no cultivo de Lebistes). Este corte tem um esquema
definido e imutável, o que certifica que, seja hereditário este comportamento.
O macho persegue a fêmea e quando a alcança passa a nadar ao seu lado. Se a fêmea
lhe der atenção ele passa a nadar na frente dela, distendendo ao máximo as
nadadeiras e exibindo sua belas cores.
A cópula ocorre depois de todo esse processo e se não
acontecer, o macho reinicia tudo de novo. A corte, por diversos motivos, pode
ser interrompida em qualquer dos estágios e o macho sempre a reinicia.
As cores também tem o seu papel na reprodução, pois,
geralmente as fêmeas são seduzidas pela conformação das cores na pele do
macho e isso ocorre principalmente em espécimes selvagens. Podemos achar lindo
um macho de Lebiste-cobra, mas vai saber se o conceito de beleza que as fêmeas
tem, são iguais aos nossos? Certamente não.
Depois da corte, a fêmea que consegue em cruzar,
inclina ligeiramente o corpo de lado com a cabeça mais baixa que o resto do
corpo, e macho por sua vez, introduz o gonopódio no orifício genital da fêmea
e aí deposita o seu esperma. No oviduto acontece a fecundação e
posteriormente nascem os filhotes. A fêmea tem capacidade de armazenar
espermatozóides ativos do macho no seu oviduto por um longo período, o que faz
com que possa ter várias crias subsequentes sem a participação do macho.
Alguns autores afirmam que as crias obtidas com o esperma armazenado pode chegar
até 12, nós particularmente, comprovamos 8 crias por este meio e não
aconselhamos a sua utilização. O motivo é que em nossos aquários, a
mortalidade de alevinos crescia a cada cria que a fêmea tinha por este
processo.
Como já foi dito, o Lebiste tem uma gestação de
aproximadamente 26 dias e após o nascimento dos alevinos (4 dias
aproximadamente) a fêmea já pode cruzar novamente. Com uma nova cópula, os
espermatozóides que ela tem no oviduto não serão utilizados nesta nova concepção.
Por serem muitos ativos sexualmente, podemos ter de
cada casal uma criada a cada 4 ou 5 semanas, sem que haja algum problema ...
apenas aconselhamos que durante 3 ou 4 dias; após a fêmea ter dado cria, deixá-la
separada e alimente-a bem com artemia salina e coração de boi cru raspado
finamente ... isso ajuda a fêmea e repor energias e com isso manter-se sempre
sadia para futuras gestações.
Para saber quando a fêmea está grávida é só olhar
para a mancha escura que ela tem no ventre, que fica mais escura e a partir do
momento e que os ovos começam a desenvolver.
Podemos até saber quando ela vai parir, com até três
dias de antecedência, pois com esse tempo já é possível distinguir os
olhinhos dos alevinos através da pele da mãe, que está muito gorda e com sua
respiração acelerada.
-Os Alevinos (filhotinhos)
Assim que nascem já são suficientemente espertos para
fugir da mãe, que em aquários pequenos costuma comê-los, por isso retire-a do
aquário assim que terminar o parto.
A medida em que forem nascendo, vão a superfície para
tomar a primeira golfada de ar que irá encher a bexiga natatória, órgão
responsável pelo peso específico dos peixes na água. Depois disso escondem
por algum tempo e mais tarde começam a sair para procurar alimento.
Eles nascem todos iguais e só depois de algum tempo,
nos machos aparecem os primeiros de coloração e o terceiro raio da nadadeira
anal engrossa e alonga, preparando-se para o que ao final; de dois meses será
um gonopódio. Nas fêmeas a principal característica é a mancha no ventre,
que já em um mês começa a se formar.
Para evitarmos cruzamentos fora de época (isso para a
reprodução seletiva) aconselha-se, separá-los por sexo assim que for possível,
pois o Lebiste amadurece muito rápido (2meses) e não é muito bom, nem para as
fêmeas e nem para as crias, uma gravidez antes, que ela atinja os quatro meses
de vida. Para termos ninhadas mais satisfatórias é imprescindível que a fêmea
esteja plenamente desenvolvida, o que não aconteceria se ela engravidasse muito
cedo.
Mesmo estando bem desenvolvida a fêmea, a sua primeira
ninhada é de número baixo de alevinos (geralmente entre 10 e 15). Este número
cresce, a medida que ela vai tendo mais e mais crias.
Ah... o "parto" pode levar até duas horas,
com alguns intervalos entre uns filhotes e outros, e as ninhadas prematuras,
freqüentemente sobrevivem. Só que os filhotes nascem com saco vitélico que é
absorvido completamente em alguns dias e que serve como alimento.
O aquário para a desova deve ter uma coluna de água
baixa, para facilitar a primeira golfada de ar dos peixinhos, que nascem com
mais ou menos 5mm. Uma coluna de 20 cm é o ideal