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C   a   r   m   i   r   a   n   d   a
     

Meu universo Pinhais


Quando era ainda menina
quando nada esperava
apenas corria cantava
nos campos que florava
e o vento ali soprava
e a raia que dançava
e uma criança  sonhava
em doce hora vespertina



E o sol em fraco amarelo
sobre o frio que ali fingia
brincava esquentando o dia
e da vida eu não sabia
que entre o gelo e a alegria
não havia melodia
e na noite a nostalgia
do adulto que hoje velo


Que saudades da manhã
da chuva que brilhava
e o sol nem se importava
e cedia e afagava
e a lagoa se formava
e a menina desejava
e sonhava e sonhava
num casaco de estracã


Lá fora a vida em verso
onde o real não cabia
e no casaco que vestia
era moça em fantasia
e a avó que longe via
seu estracã  que mal servia
num corpo que sorria
em Pinhais, seu universo

                      Carmiranda




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