Desenhos |
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... alguns da exposição Mulher Mãe Muda (d)a História... |
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Certamente, esta não será a primeira, nem a última vez que disto se fala... E nem assim conseguimos, substancialmente, definitivamente, nos tornar agentes, porta-vozes, protagonistas de nossa própria história... O humano sobrepujou e derrotou a natureza, onde ele se inscreve. Perdeu no deslumbre racional e tecnológico a linguagem do que talvez lhe confira a maior identidade humana: O afeto, perdendo assim a sua própria natureza... Homens e mulheres não conseguem entendimento e geram filhos e mais filhos do desentendimento. São os bônus do ônus... Nesta grande aventura, ou desventura, no mundo, o Homem não foi capaz de encontrar a chave que integre razão/emoção, dicotomizou sua cultura em oriente/ocidente, bem/mal, ter/ser, feio/belo, mulher/homem... e, nesta fenda profunda, talvez um novo caminho, o viés do revés... O sistema produz estereótipos do que devemos ser... Urge desvelar a identidade feminina, separar a mulher da idéia criada de mulher... Idéia, esta, subordinada a questões temporais, culturais, políticas, sociais, etc e tal... Ambas, idéia/ identidade, verso e reverso de uma mesma realidade... Parafraseando Nietzsche "... é esse o caminho do mundo... amanhã se terá uma nova crença e depois outra, também nova..." Penso que, por vezes, a causa feminista não se dê conta que a "independência" tem servido, e MUITO, aos interesses de mercado. Temos de medir força com o homem, deixar de ser como somos para termos nossos direitos assegurados no mercado de trabalho... Quem lucra é o Capital, e quem perde: a nossa percepção do humano, do ser masculino, do ser feminino; a UNIDADE de contrários... Dentro do sentir deste contexto, tive necessidade de retomar tintas, desta feita, não as tradicionais, mas as de maquiagem para pintar e desenhar com elas, como uma menina travessa que, escondida da mãe, repinta sua própria realidade, seu próprio fadário... Embora a História, Filosofia e o "non sense" humano apresentem uma fonte inesgotável de temas, encontrei neste momento, na temática feminina e nos enlaces afetivos, motivo deste ensaio... Afinal quem escapa da subjetividade... Feministas, perdão, já levantei esta bandeira no momento em que ela representou o resgate da dignidade e cidadania da mulher, mas, agora, no meu entender, não é mais hora de cisão, mas sim de cerzir... Às mulheres que pariram o mundo, que a TUDO sempre assistiram de olhos bem arregalados e bocas bem cerradas pela opressão de seu fado histórico, dedico estes rabiscos, que mais tarde fizeram parte de um evento multimídia, com apresentação de esquetes de teatro, eventos poéticos e uma instalação com brinquedos de menina, que desde tão jovem, através destes, acredita ser esse seu único destino: brincar de panelinha, "marido e mulher", passar roupa... |
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