>
Entrevista
com Felipe Moniz
Felipe
Moniz é analista de segurança da Aladdin Knowledge Systems
Brasil, empresa
de origem israelense que atua no mercado brasileiro há cerca de
dois anos.
Aos 16, Felipe já era consultor de empresas no Brasil. Hoje, está
relacionado
aos projetos de segurança que envolvem a tecnologia eSafe da
Aladdin.
Felipe pode ser facilmente encontrado em listas de discussão
pela Internet,
debatendo assuntos sobre vírus, invasões, e etc, e publicando
dicas
valiosíssimas de como se defender dessas ameaças.
P
- Existem websites perigosos que devem ser evitados?
R
- Existem vários. Muitos usuários acreditam, por exemplo, na
indicação de que
há uma nova versão de um determinado "joguinho"
escondida em alguma página
da Web. Tivemos há pouco tempo o caso do Elifoot, quando não
existia oficialmente
uma versão 2000. O software na verdade trás um vírus
disfarçado,
do tipo destrutivo. Ao ser aberto, o disco rígido da vítima é
formatado,
perde-se todos os arquivos. Elifoot é um jogo de futebol que,
assim
como o esporte maravilhoso praticado fora do computador, se
tornou fissura
entre os brasileiros. Nele, você faz o papel do Luxemburgo, o
técnico.
P
- Como saber? Existem sinais ou dicas? Que tipo de website deve
ser evitado
por precaução?
R
- É difícil determinar. Prefira sempre fazer o download dos
seus aplicativos
favoritos através dos sites oficiais. Existem na rede, por
exemplo,
centenas de ICQs falsos, ou ICQs que realmente funcionam, mas
trazem
consigo comandos que permitem o acesso de estranhos, etc. A
melhor opção
(no caso) é acessar diretamente www.mirabilis.com e fazer o
download. Aplicativos
de sites que contenham as expressões hacking, cracking, hackers,
hpvac,
etc também podem ser traiçoeiros. É importante evitar esses
sites. Ferramentas
confiáveis de proteção são oferecidas nos sites de empresas
de segurança,
e não em sites de supostos hackers.
P
- Percebo que é comum alguns usuários instalarem em seus
sistemas mais de um
software de proteção contra vírus por exemplo, também é
comum que nesses casos
ocorram conflitos e surjam bugs além de alarmes falsos. Existe
uma regra
geral com relação a esses conflitos? Qual o procedimento mais
indicado?
R
- É impressionante a quantidade de sites que ensinam "como
se proteger" da forma
errada. Isso acontece também por influência de amigos, do ICQ,
das listas
de discussão, das salas de bate-papo... Torna-se difícil até
mesmo confiar
nas empresas que oferecem produtos de segurança. Dia desses
fiquei surpreso
com a propaganda enorme de um produto antivírus, publicado numa
revista
especializada, que afirmava proteger 100% contra os vírus e
outras ameaças.
Era algo como "Proteção invulnerável. Mantenha seu
computador 100% livre
dos vírus". Inacreditável. Nós sabemos que técnicas
utilizadas por antivírus,
como a análise heurística, são capazes de identificar ameaças
desconhecidas,
mas nunca identificar todas elas.
P
- Sim mas e sobre os conflitos?
R
- Os conflitos normalmente ocorrem com a utilização simultânea
de antivírus,
anti-trojans e personal firewalls. Não adianta instalar centenas
de
aplicativos para proteger o sistema dos ataques. Quanto mais
aplicativos forem
instalados, mais difícil se tornará administrar o sistema, que
perderá sua
estabilidade. Estou falando de personal firewalls, detectores de
intrusos,
filtros para Web, antivírus, anti-trojans, etc. Hoje em dia,
pode-se
ter todas essas ferramentas num só aplicativo.
P
- Felipe, existem riscos para as pessoas que curtem salas de
batepapo em
chats ou IRC? Se sim, como se proteger?
R
- Na Rede todos correm risco. Mas as salas de bate-papo, do tipo
webchat, que
suportam conteúdo principalmente, como imagens, sons, etc., são
as mais perigosas.
Nelas, pode-se rastrear a conexão de usuários. Poucos
se preocupam em atualizar o antivírus, e os próprios
fabricantes de antivírus
estão tendo um desgaste enorme para atualizar seus aplicativos
de duas
em duas horas oferecendo proteção contra uma nova mutação de
ataque. O processo lento aumenta as possibilidades de contaminação,
devido ao tempo entre
as descobertas de variantes e a distribuição das atualizações.
Com tantas
atualizações necessárias, usuários e gerentes de rede começaram
a questionar
a eficácia dos antivírus, pois estão deixando grandes brechas
de segurança
nos sistemas.
P
- Num caso em que alguém tenha tido seu computador invadido
através de um backdoor,
depois de identificar a invasão e limpar o sistema começa a
receber
mensagens obscenas, insultos e ameaças por e-mail e ICQ. Qual
deve ser
a atitude dessa pessoa?
R
- Existem técnicas para determinar a origem dessas mensagens,
porém todas exigem
intimidade com o sistema operacional. O usuário pode, por
exemplo, tentar
examinar o cabeçalho da mensagem, e ainda enviar as informações
contidas
ali para o seu provedor.
P
- Quais são na sua opinião as tendências na área de segurança,
o que vem por
aí de novidade?
R
- Hoje os negócios crescem por causa da Tecnologia da Informação.
Qualquer elemento,
dos dados financeiros ao desenvolvimento de produtos, é criado,
disseminado,
compartilhado e armazenado virtualmente. Infelizmente crackers
tiram
vantagem disso e usam a Internet para espalhar ameaças digitais,
como vírus
e códigos hostis. Tais ameaças permitem roubar informação
confidencial,
expor funcionários através de conteúdo impróprio e destruir
sistemas.
Os
antivírus não são mais capazes de medir passos com os hackers:
novos vírus,
trojans, worms e ameaças em geral são criadas diariamente e
podem se espalhar
através da Internet em pouquíssimas horas. Scripts hostis
escondidos
em páginas na Web, e da mesma forma em anexos, em applets e em
mensagens de email, precisam de um novo método de proteção: a
Segurança de Conteúdo. O segredo para a eficiência da segurança
de conteúdo é impedir os ataques
antes que eles ocorram.
P
- E sobre o eSafe?
R
- O eSafe é um produto fantástico. E por isso vem recebendo prêmios
de diversas
publicações de informática no mundo. Em 1999, o eSafe foi
escolhido pela
PC Magazine como Melhor Produto para Internet, além de ter
recebido por dois
anos consecutivos o Editor's Choice, deixando de fora rivais como
a Network
Associates e Symantec. Há uma semana o eSafe recebeu da Secure
Computing
Magazine pontuação máxima: cinco estrelas.
Existem
atualmente quatro versões do eSafe - Gateway, Enterprise, Mail e
Desktop.
As três primeiras são para uso corporativo e em alguns casos
funcionam
integradas com outras soluções de segurança do mercado, como o
FireWall-1
da CheckPoint e o Internet Security Server, da Microsoft. Já o
eSafe
Desktop é totalmente gratuito para uso doméstico e dá direito
até mesmo
para as atualizações.
Para
quem ainda não conhece, o eSafe Desktop é firewall pessoal,
antivírus, anti-trojan,
filtro para Web e detector de intrusos. Ou seja, uma solução
completa.
O eSafe funciona com base em tecnologias pró-ativas, que fazem
com que
o sistema não dependa de atualizações para se proteger contra
ameaças desconhecidas,
como vírus, worms e cavalos-de-tróia.
P
- Que mensagem você daria para os leitores do AQUI?
R
- Estamos precisando de apoio. Gostaríamos de criar no Brasil
uma comunidade
responsável por manter as pessoas atualizadas nas questões de
segurança.
É importante
que o usuário saiba a diferença entre um firewall e um antivírus
e
também é importante que exista alguém para explicar
corretamente a diferença
entre um firewall e um antivírus. Multiplique esse número por
cem todos
os dias, e teremos uma Internet mais segura. Se alguém tiver
sugestões,
ou quiser participar
desse evento, meu email é felipe@esafe.com.br |